Leitura da Profecia de Malaquias.
Assim fala o Senhor Deus: 1“Eis que envio o meu
anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu
templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que
desejais.
Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; 2e quem
poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá
resistir-lhe, quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a
barrela dos lavadeiros; 3e estará a postos, como para
fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de
Levi e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer
oferendas justas ao Senhor.
4Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos. 23Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia do Senhor, dia grande e terrível; 24o
coração dos pais há de voltar-se para os filhos, e o coração dos filhos
para seus pais, para que eu não intervenha, ferindo de maldição a vossa
terra”.
Responsório (Sl 24)
— Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima!
— Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima!
— Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos e fazei-me conhecer a vossa
estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da
minha salvação!
— O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os
pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o
seu caminho.
— Verdade e amor são os caminhos do Senhor para quem guarda sua
Aliança e seus preceitos. O Senhor se torna íntimo aos que o temem e
lhes dá a conhecer sua Aliança.
Evangelho (Lc 1,57-66)
57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe porém disse: “Não! Ele vai chamar-se João”. 61Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse.
63Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: “João é o seu nome”. 64No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. 65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. 66E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele.
Reflexão
Este Evangelho narra o nascimento de
João Batista.
A mão do Senhor estava com João Batista,
para protegê-lo sempre e para que ele crescesse e se desenvolvesse na direção
do plano de Deus para o qual foi criado. Sua missão era muito importante:
preparar o caminho do Jesus, preparando o povo para recebê-lo. Ele devia ser
“uma voz que clama no deserto” (Lc 3,4).
João colaborou com a graça de Deus: foi
para o deserto, fez penitência, anunciou a justiça e denunciou a injustiça. Foi
corajoso, e por isso morreu mártir.
Também nós temos uma missão na terra,
que é só nossa, como João Batista. Ele é um exemplo para nós. Na crisma, nós
nos tornamos profetas de Cristo e membros ativos da sua Igreja, na qual devemos
cumprir uma função, isto é, uma pastoral, ministério ou serviço. A mão do
Senhor está conosco, como esteve sempre com João Batista.
“A Boca de Zacarias se abriu, sua língua
se soltou, e ele começou a louvar a Deus.” O primeiro gesto profético de João
Batista foi, logo que nasceu, abrir a boca de seu pai Zacarias. O profeta abre
os nossos ouvidos para ouvirmos os recados que Deus tem para o povo, abre os
nossos olhos para vermos o mundo que nos rodeia, e abre a nossa boca para
proclamar, apontando as situações evangélicas e denunciando as situações
anti-evangélicas. Não é fácil fazer isso, mas a mão do Senhor está conosco.
O Novo Testamento começa com dois fatos
humanamente impossíveis, e que por isso exigiram muita fé: uma senhora idosa dá
à luz, e uma jovem fica grávida sem relação com um homem. O plano de Deus
ultrapassa as realidades empíricas e naturais, por isso exigem fé.
Santo Tomás de Aquino era italiano e
viveu no Séc. XIII. Entrou na Ordem dos Dominicanos e tornou-se um dos maiores
teólogos da Igreja.
Era um homem muito simples, alegre e
brincalhão. Era também, dizem, um pouco distraído, o que é próprio das pessoas
de inteligência muito profunda.
Um dia, ele estava almoçando, chegou um
Irmão e lhe disse: “Pe. Tomás, venha aqui fora ver um boi voando!”
Ele foi, coitado! Chegou lá fora, olhou
para cima e não viu nada. Então o Irmão deu risada e disse: “Mas Pe. Tomás,
onde já se viu um boi voar!” Ele respondeu: “Eu acho mais fácil um boi voar do
que um religioso mentir”.
Pronto. Foi buscar lã e saiu tosquiado.
Os pecadores gostam de mentir. Mentem
até por brincadeira. Mas os cristãos não estão acostumados com mentira; por
isso às vezes acredita nas pessoas até “demais”. O profeta é fiel à verdade.
Que Maria Santíssima, a Rainha dos
Profetas, e S. João Batista, nos ajudem a ser bons profetas e boas profetizas de
Deus.
Pe Queiroz
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