Esperar e apressar a vinda do Dia de Deus.
"Eis que o dia há de chegar, como forno
aceso a queimar. Os atrevidos, os que praticam injustiças, o Dia que há
de vir, como palha, vai incendiar – diz o Senhor dos exércitos –, sem
deixar-lhes sobrar nem raízes nem ramos. Mas para vós que tendes o meu
temor, o sol da justiça há de nascer, trazendo o alívio em suas asas" (Ml 3,19-20). "O
céu e a terra de hoje estão sendo reservados para o fogo, guardados
para o dia do juízo e da perdição dos ímpios. Ora, uma coisa não podeis
desconhecer, caríssimos: para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil
anos como um dia. O Senhor não tarda a cumprir sua promessa, como alguns
interpretam a demora. É que ele está usando de paciência para convosco,
pois não deseja que ninguém se perca. Ao contrário, quer que todos
venham a converter-se. O dia do Senhor chegará como um ladrão, e então
os céus acabarão com um estrondo espantoso; os elementos, devorados
pelas chamas, se dissolverão, e a terra será consumida com todas as
obras que nela se encontrarem. Se é deste modo que tudo vai
desintegrar-se, qual não deve ser o vosso empenho numa vida santa e
piedosa, enquanto esperais e apressais a vinda do Dia de Deus, quando os
céus em chama vão se derreter, e os elementos, consumidos pelo fogo, se
fundirão? O que esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus
e uma nova terra, nos quais habitará a justiça" (2 Pd 3,7-13).
Palavras assustadoras? Faz parte de nossa fé cristã a certeza de que o Senhor virá em Sua glória no fim dos tempos. "Deus será tudo em todos" (1 Cor 15,28). Palavras consoladoras que nos estimulam na caminhada, apressando a vinda de Deus. Esperá-Lo nos faz clamar, cada dia, com a Igreja: "Vinde, Senhor Jesus"! Esperá-Lo nos conduz à Mesa Eucarística, pois todas as vezes que se celebra a Santa Missa, o único e eterno sacrifício de Cristo se faz presente e Sua plenitude vem até nós. O Céu vem até nós! A Eucaristia de cada dia resume a história da humanidade e faz presente seu sentido de encontro com Deus e uns com os outros.
Palavras assustadoras? Faz parte de nossa fé cristã a certeza de que o Senhor virá em Sua glória no fim dos tempos. "Deus será tudo em todos" (1 Cor 15,28). Palavras consoladoras que nos estimulam na caminhada, apressando a vinda de Deus. Esperá-Lo nos faz clamar, cada dia, com a Igreja: "Vinde, Senhor Jesus"! Esperá-Lo nos conduz à Mesa Eucarística, pois todas as vezes que se celebra a Santa Missa, o único e eterno sacrifício de Cristo se faz presente e Sua plenitude vem até nós. O Céu vem até nós! A Eucaristia de cada dia resume a história da humanidade e faz presente seu sentido de encontro com Deus e uns com os outros.
Levar
em conta o Dia do Senhor é aproveitar todas as oportunidades para viver
as realidades da eternidade, amando Deus e o próximo com intensidade.
Não vivemos no medo, mas na confiança e na certeza dos últimos tempos,
inaugurados com a Morte e a Ressurreição de Cristo. Não há, pois, tempo a
perder. Quem nasce, hoje, seja conduzido a viver olhando para o alto e
para frente, sem rastejar na poeira do pecado. Em vez de ficar
preocupado com o fim do mundo, trazer depressa para cá as realidades da
eternidade, pois sabemos que só o amor de caridade ultrapassa os umbrais
da eternidade! O que pode assustar torna-se convite a viver bem! Nenhum
receio de repetir: "Vinde, Senhor Jesus"!
O fogo queima e purifica. A esta altura do ano, quando a Igreja nos fala das últimas e definitivas realidades, é hora de rever a nossa vida e fazer a faxina nos recantos mais íntimos de nossa casa interior. Há muita velharia a ser queimada! Há sentimentos de ódio, inveja ou ciúmes a serem absolutamente descartados, jogados fora. A proposta da Igreja é uma corajosa revisão de vida, sem medo de encarar os recônditos de nosso coração, onde se aninham maldades que nos corroem por dentro. Os soberbos e os ímpios a serem queimados estão dentro de nós. Não é o caso de buscar eventuais pessoas que praticam o mal para condená-las, mas condenar a impiedade que está em nosso íntimo, deixando florescer o que é bom. Primeira decisão: corajosa revisão de vida e fogueira interior, na qual se queima o que não presta!
O sol da justiça brilhe para nós, toda palavra que sai da boca de Deus, todas as experiências de Sua graça que age em nós e em torno de nós, toda a força do Evangelho proclamado, o testemunho das pessoas que nos edificam. Deixar-se iluminar pelo sol da justiça é ato de inteligência, de pura sabedoria! A salvação de Deus quer entrar pelas frestas abertas nas janelas de nossas almas como o sol da manhã que irrompe glorioso!
Quando fazemos um balanço de nossa vida e dos contatos que temos com as pessoas, não é difícil perceber que a luz é maior do que as trevas. Estamos diante de uma luta desigual, na qual o amor de Deus e Sua salvação valem mais do que a iniquidade. Na vida cristã, não cabe o pessimismo derrotista que vê maldade e más intenções em cada gesto e cada olhar, mas a capacidade de ver e valorizar o bem. Nasce daí uma nova disposição para espalhar esse bem. Brilhe o sol da justiça no cumprimento alegre das pessoas que encontramos ou na valorização dos pequenos gestos de quem nos cerca. Ilumine os ambientes a luz que se acende quando espalhamos boas notícias e falamos bem dos outros, o que serve para esconjurar os defeitos e vícios eventualmente existentes!
“Assim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16). Comentando esta Palavra do Evangelho, Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, assim se expressava: "A luz se manifesta nas boas obras. Ela brilha pelas boas obras praticadas pelos cristãos. Você me dirá: mas não são apenas os cristãos os que praticam boas obras. Muita gente colabora com o progresso, constrói casas, promove a justiça. Têm razão. Inclusive, o cristão certamente faz e deve fazer tudo isso, mas não é unicamente esta a sua função específica. Ele deve realizar boas obras com um espírito novo, aquele espírito que faz com que não seja mais ele a viver, mas Cristo nele. Com efeito, o evangelista Mateus não se refere apenas a atos de caridade isolados, como visitar os presos, vestir os nus ou cumprir todas as outras obras de misericórdia, atualizadas de acordo com as exigências de hoje, mas refere-se à adesão total do cristão à vontade de Deus, de modo a fazer de toda a sua vida uma boa obra. Se o cristão age assim, ele é transparente e os elogios que receber por suas ações não serão atribuídos a ele, mas a Cristo nele; assim, Deus se fará presente no mundo por meio dele. A tarefa do cristão, portanto, é deixar transparecer essa luz que habita nele, é ser o sinal da presença de Deus entre os homens" (Chiara Lubich, Palavra de Vida de Agosto de 1979).
O fogo queima e purifica. A esta altura do ano, quando a Igreja nos fala das últimas e definitivas realidades, é hora de rever a nossa vida e fazer a faxina nos recantos mais íntimos de nossa casa interior. Há muita velharia a ser queimada! Há sentimentos de ódio, inveja ou ciúmes a serem absolutamente descartados, jogados fora. A proposta da Igreja é uma corajosa revisão de vida, sem medo de encarar os recônditos de nosso coração, onde se aninham maldades que nos corroem por dentro. Os soberbos e os ímpios a serem queimados estão dentro de nós. Não é o caso de buscar eventuais pessoas que praticam o mal para condená-las, mas condenar a impiedade que está em nosso íntimo, deixando florescer o que é bom. Primeira decisão: corajosa revisão de vida e fogueira interior, na qual se queima o que não presta!
O sol da justiça brilhe para nós, toda palavra que sai da boca de Deus, todas as experiências de Sua graça que age em nós e em torno de nós, toda a força do Evangelho proclamado, o testemunho das pessoas que nos edificam. Deixar-se iluminar pelo sol da justiça é ato de inteligência, de pura sabedoria! A salvação de Deus quer entrar pelas frestas abertas nas janelas de nossas almas como o sol da manhã que irrompe glorioso!
Quando fazemos um balanço de nossa vida e dos contatos que temos com as pessoas, não é difícil perceber que a luz é maior do que as trevas. Estamos diante de uma luta desigual, na qual o amor de Deus e Sua salvação valem mais do que a iniquidade. Na vida cristã, não cabe o pessimismo derrotista que vê maldade e más intenções em cada gesto e cada olhar, mas a capacidade de ver e valorizar o bem. Nasce daí uma nova disposição para espalhar esse bem. Brilhe o sol da justiça no cumprimento alegre das pessoas que encontramos ou na valorização dos pequenos gestos de quem nos cerca. Ilumine os ambientes a luz que se acende quando espalhamos boas notícias e falamos bem dos outros, o que serve para esconjurar os defeitos e vícios eventualmente existentes!
“Assim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16). Comentando esta Palavra do Evangelho, Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, assim se expressava: "A luz se manifesta nas boas obras. Ela brilha pelas boas obras praticadas pelos cristãos. Você me dirá: mas não são apenas os cristãos os que praticam boas obras. Muita gente colabora com o progresso, constrói casas, promove a justiça. Têm razão. Inclusive, o cristão certamente faz e deve fazer tudo isso, mas não é unicamente esta a sua função específica. Ele deve realizar boas obras com um espírito novo, aquele espírito que faz com que não seja mais ele a viver, mas Cristo nele. Com efeito, o evangelista Mateus não se refere apenas a atos de caridade isolados, como visitar os presos, vestir os nus ou cumprir todas as outras obras de misericórdia, atualizadas de acordo com as exigências de hoje, mas refere-se à adesão total do cristão à vontade de Deus, de modo a fazer de toda a sua vida uma boa obra. Se o cristão age assim, ele é transparente e os elogios que receber por suas ações não serão atribuídos a ele, mas a Cristo nele; assim, Deus se fará presente no mundo por meio dele. A tarefa do cristão, portanto, é deixar transparecer essa luz que habita nele, é ser o sinal da presença de Deus entre os homens" (Chiara Lubich, Palavra de Vida de Agosto de 1979).
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA
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