sábado, 16 de novembro de 2013

LITURGIA DIÁRIA - O JUIZ CORRUPTO E A VIÚVA

 
Primeira Leitura (Sb 18,14-16; 19,6-9)
Leitura do Livro da Sabedoria.
18,14Quando um tranquilo silêncio envolvia todas as coisas e a noite chegava ao meio de seu curso, 15a tua palavra onipotente, vinda do alto do céu, do seu trono real, precipitou-se, como guerreiro impiedoso, no meio de uma terra condenada ao extermínio; como espada afiada, levava teu decreto irrevogável; 16defendendo-se, encheu tudo de morte e, mesmo estando sobre a terra, ela atingia o céu. 19,6Então, a criação inteira, obediente às tuas ordens, foi de novo remodelada em cada espécie de seres, para que teus filhos fossem preservados de todo perigo. 7Apareceu a nuvem para dar sombra ao acampamento, e a terra enxuta surgiu onde antes era água: o mar Vermelho tornou-se caminho desimpedido, e as ondas violentas se transformaram em campo verdejante, 8por onde passaram, como um só povo, os que eram protegidos por tua mão, contemplando coisas assombrosas. 9Como cavalos soltos na pastagem e como cordeiros, correndo aos saltos, glorificaram-te a ti, Senhor, seu libertador.

Responsório (Sl 104)
— Lembrai sempre as maravilhas do Senhor!
— Lembrai sempre as maravilhas do Senhor!
— Cantai, entoai salmos para ele, publicai todas as suas maravilhas! Gloriai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus!
— Matou na própria terra os primogênitos, a fina flor de sua força varonil. Fez sair com ouro e prata o povo eleito, nenhum doente se encontrava em suas tribos.
— Ele lembrou-se de seu santo juramento, que fizera a Abraão, seu servidor. Fez sair com grande júbilo o seu povo, e seus eleitos, entre gritos de alegria.
 
Evangelho (Lc 18,1-8)

Naquele tempo, 1Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir, dizendo: 2“Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. 3Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’ 4Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. 5Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha agredir-me!’” 6E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz este juiz injusto. 7E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? 8Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”

Reflexão
 
  Esta pará­bola sobre a persistência na oração tem muitas semelhanças com a parábola do homem que acorda o vizinho no meio da noite (11,5-8). O contexto aqui é de conforto e incentivo para os discípulos, enquanto esperam a vinda do Filho de Deus. "Continuai a rezar, não vos desanimeis", é a ordem do Mestre! Pedir sempre, mesmo que pareça que Deus não está nos ouvindo.
            O juiz é totalmente inescrupuloso, não se dei­xando guiar nem pela lei divina nem pela humana. A viúva está pedindo apenas seus direitos; pela lei judaica, ela pertencia ao grupo dos indefesos espe­ciais que deveriam ter prioridade (Dt 24,17-22). A recusa do juiz em agir pode ter sido devida à pregui­ça, ao medo do adversário dela, ou por ela não ter importância a seus olhos. Finalmente, ele é levado a fazer justiça por medo das conseqüências para si mesmo, se ela persistir no pedido. Jesus compara a insensibilidade do juiz com o cuidado que Deus dispensa a seus eleitos. Se o juiz injusto agirá depois de pedidos persistentes, que dirá Deus? Mas o atra­so de uma resposta à oração e, em especial aqui, o atraso da vinda do Filho do Homem, pode fazer com que os seguidores de Jesus desistam. Quando o Mestre vier, alguns terão perdido a fé.
            Prezados irmãos. Neste Evangelho, a mensagem central de Jesus para nós é a insistência que devemos ter nas nossas orações. Ele disse que devemos rezar com fé, humildade e insistência. Aquela viúva insistiu tanto que o juiz teve de lhe fazer justiça, não porque ele estava disposto a cumprir a justiça, mas para não ser mais incomodado.
            Veja. Mesmo que você não esteja recebendo aquela graça que você vem pedindo a Deus todo dia, continue pedindo. Insista. Peça todo dia mais peça com mais fé e mais humildade, até você conseguir. Foi o próprio Cristo quem aconselhou a fazer assim, inclusive deu exemplo, conforme citamos no início.

Sal.

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