Que
Satanás odeia qualquer coisa que se proponha a servir para a maior
glória de Deus é uma conclusão teológica da mais alta obviedade. Que ele
reserve um especial ódio para a Jornada Mundial da Juventude é coisa da
qual já estamos carecas de saber. Que ele conte com servos tão dedicados nos bastidores da organização da JMJ do próximo mês, contudo, é um fato que só agora nós vislumbramos em toda a sua aterradora dimensão.
O site oficial da JMJ revelou o nome dos «artistas» convidados – registre-se, convidados! – para se apresentarem de alguma maneira durante o evento.
Os nomes provocam horror e perplexidade; mais ainda, soam como um
escárnio dos infernos aos católicos fiéis que se empenham em fazer da
JMJ um evento católico e a lutar por Deus e por Sua Santa Igreja em um
mundo que Lhes é cada vez mais hostil.
A «Cássia Kiss» (sic) «interpretará
Maria Santíssima» na Via Sacra. Não sei quem é esta senhora. Uma rápida
busca no Google, no entanto, revela-me uma bonita história protagonizada por ela. É a seguinte:
A atriz Cássia Kiss, 39 anos, um aborto, dois filhos, lembra: “As pessoas têm de ter consciência de que o aborto, em qualquer circunstância, é um crime”, afirma. Ela baseia sua opinião em dois fatos de sua vida. Em 1990, alguns anos depois de ter feito o aborto, Cássia Kiss fazia parte do elenco da novela Pantanal, da Rede Manchete. Ela interpretava uma mulher forte, parideira, de nome Maria Marruá. Em uma cena antológica, a personagem dá à luz a menina Juma Marruá. “Fiquei emocionadíssima durante as gravações dessa cena. Logo depois, chorei copiosamente durante quase uma hora. Foi um momento divino. Ali comecei a descobrir o valor da maternidade e da importância de ter um filho”, diz. Numa segunda fase de sua vida, já casada e disposta a ter um filho, engravidou. Mas, com três meses de gravidez, Cássia foi surpreendida por um aborto espontâneo. “Recebi aquilo como um castigo de Deus. Mesmo traumatizada resolvi que iria tentar novamente, quantas vezes fossem necessárias. Hoje eu acho que me recusaria a fazer qualquer exame, pois, mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê, ainda assim eu levaria a gravidez adiante.”
Colocar num dos papéis mais importantes
da Via-Sacra uma mulher que se arrepende de ter feito um aborto é uma
escolha que tem o seu quê de louvável. Mais adequado, sem dúvidas, seria
se o papel por ela desempenhado fosse o de Santa Maria Madalena
arrependida, mas deixemos isso para lá. Afinal, uma atriz famosa que diz
em público que «o aborto, em qualquer circunstância, é um crime» e que «levaria a [sua] gravidez adiante» «mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê»
é uma boa escolha para um evento da Igreja que – na contramão do mundo
moderno – coloca-Se intransigentemente contra o aborto em qualquer
situação.
O mesmo, infelizmente, não pode ser dito
de outros dos nomes com os quais a Organização da JMJ nos “presenteou”.
Destaco dois: o Luan Santana e a Ana Maria Braga.
O primeiro, além de possuir uma qualidade artística (para dizer o mínimo) questionável, é entre outras coisas o autor da seguinte obra-prima: «Mãos
para o alto novinha / Por que porque hoje tu ta presa / Tu tem direito
de sentar / Tem direito de gritar / Tem direito de sentar de ficar de
rebolar [...] Fica caladinha / Fica caladinha / E desce, desce novinha». Faltam-me palavras para deplorar esta apologia ao estupro de menores
que faz – sem corar de vergonha! – o garoto convidado para cantar num
evento com a presença do Papa! Isto é um escândalo de proporções
incomensuráveis. Será possível que não existe nenhum cantor decente –
mesmo de música secular – que pudesse ser convidado pelos organizadores
da JMJ? Será realmente que a melhor opção deles era convidar um fulano
que enaltece a mais criminosa violência sexual nas letras de suas canções?!
O
segundo, o de Ana Maria Braga, pode parecer à primeira vista menos
chocante, mas é também escandaloso. Afinal, a apresentadora da Globo é
conhecida por receber alegremente em seus programas as maiores aberrações morais, como – por exemplo - a dupla de marmanjos que teve “dupla paternidade” (sic) reconhecida e os “heróis” do Big Brother Brazil chamados a opinar (favoravelmente, é óbvio) sobre o conhecido caso do assassinato de dois gêmeos aqui em Pernambuco; o quê, por tudo o que é mais sagrado, esta senhora está fazendo na Jornada Mundial da Juventude?!
E o site da JMJ ainda tem a cara de pau
de dizer que estas escolhas luciferinas foram feitas «na tentativa de
representar todos os jovens do mundo». Como assim, “todos os jovens do
mundo”? Quem é o jovem católico que pode se sentir minimamente
representado por estes arautos do anti-catolicismo, por essas pessoas
que encarnam, por seus atos públicos, tudo que é contrário à Igreja e
ofensivo ao Deus Todo-Poderoso? Nós não nos sentimos
“representados” por esta gente, senhores da organização da JMJ! Muito
pelo contrário, nós nos sentimos traídos e humilhados. Nós
enfrentamos uma barra enorme para tornar a mensagem da Igreja atrativa
para a sociedade contemporânea que A odeia, e os senhores, ao invés de
nos ajudarem, fazem questão de chamar para um evento de evangelização de
proporções internacionais estes expoentes do anti-catolicismo reinante no mundo moderno.
Se os senhores tivessem um pingo de vergonha na cara e de temor a Deus, poriam de lado todo o respeito humano e cancelariam imediatamente estes convites ignominiosos que emporcalham a Igreja e envergonham os católicos que se esforçam por serem fiéis, fazendo publicamente um mea culpa
pela completa falta de bom senso e pelo serviço que, conscientemente ou
não, prestaram a Satanás. É um absurdo que as lideranças católicas,
aparentemente não satisfeitas com o espaço que o anti-catolicismo detém
no mundo moderno, preencham importantes espaços da Jornada
Mundial da Juventude com estes luminares das desgraças do mundo moderno
que tanto ofendem a Nosso Senhor.
«Os jovens e suas formas de expressão
vão ser representados durante as apresentações artísticas nos Atos
Centrais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013», é o que diz a
notícia do site da JMJ. Uma ova. Esta turma não me representa e nem representa nenhum católico sério do mundo. Ao que parece, é Satanás que estará muito bem representado no Rio de Janeiro, durante a visita do Papa.
Para vergonha dos católicos brasileiros e desta Terra de Santa Cruz. Ao
que parece, Nosso Senhor não pode contar com ninguém para organizar
dignamente a recepção do Vigário de Cristo e dos católicos de todo o
mundo que virão ao Rio de Janeiro no próximo mês. Com estes
organizadores, para quê Cristo precisa de inimigos?
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