A descoberta de uma Bíblia de 1500 anos,
dizem, «preocupa [o] Vaticano». Por quê? Por se tratar de um «original»
(sic) do «Evangelho de Barnabé» que, entre outras coisas, teria
previsto «a vinda do profeta Maomé, mostrando a verdade da religião do
Islã» (!).
Como é possível que um manuscrito «do
século V ou VI» possa ser o «original» de Barnabé se este viveu no
século I da Era Cristã é um mistério que está para muito além da
capacidade de entendimento dos meros mortais. Afora esse prodígio
verdadeiramente portentoso, contudo, não há nada de novo na descoberta. O Evangelho de Barnabé (inclusive com a suposta profecia sobre o Islã) já é conhecido.
A única coisa digna de nota aqui é a data: a dar crédito às notícias, o
manuscrito recém-descoberto seria de um século antes do próprio
nascimento de Maomé. A julgar pelo que já se sabe do livro, contudo,
isto seria claramente impossível. Provavelmente estamos diante de mais uma falsificação, com a qual não é necessário desperdiçarmos o nosso tempo.
Jorge Ferraz
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