Primeira Leitura: 2º Coríntios 3, 15-18; 4, 1-6
PRESBÍTERO E DOUTOR
(branco, pref. comum ou dos pastores - ofício da memória)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios - Irmãos, 15Por isso, até o dia de hoje, quando lêem Moisés, um, véu cobre-lhes o coração. 16Esse véu só será tirado quando se converterem ao Senhor. 17Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. 18Mas todos nós temos o rosto descoberto, refletimos como num espelho a glória do Senhor e nos vemos transformados nesta mesma imagem, sempre mais resplandecentes, pela ação do Espírito do Senhor. 1Por isso não desanimamos deste ministério que nos foi conferido por misericórdia. 2Afastamos de nós todo procedimento fingido e vergonhoso. Não andamos com astúcia, nem falsificamos a palavra de Deus. Pela manifestação da verdade nós nos recomendamos à consciência de todos os homens, diante de Deus. 3Se o nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles que se perdem, 4para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a luz do Evangelho, onde resplandece a glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 5De fato, não nos pregamos, a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós, consideramo-nos servos vossos por amor de Jesus. 6Porque Deus que disse: Das trevas brilhe a luz, é também aquele que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo. - Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial(84)
REFRÃO: A glória do Senhor habitará em nossa terra.
1. Quero ouvir o que o Senhor irá falar: / é a paz que ele vai anunciar; / a paz para o seu povo e seus amigos, / Está perto a salvação dos que o temem,/ e a glória habitará em nossa terra. -R.
2. A verdade e o amor se encontrarão, / a justiça e a paz se abraçarão; / da terra brotará a fidelidade, / e a justiça olhará dos altos céus. -R.
2. O Senhor nos dará tudo o que é bom, / e a nossa terra nos dará suas colheitas; / a justiça andará na sua frente / e a salvação há de seguir os passos seus. -R.
1. Quero ouvir o que o Senhor irá falar: / é a paz que ele vai anunciar; / a paz para o seu povo e seus amigos, / Está perto a salvação dos que o temem,/ e a glória habitará em nossa terra. -R.
2. A verdade e o amor se encontrarão, / a justiça e a paz se abraçarão; / da terra brotará a fidelidade, / e a justiça olhará dos altos céus. -R.
2. O Senhor nos dará tudo o que é bom, / e a nossa terra nos dará suas colheitas; / a justiça andará na sua frente / e a salvação há de seguir os passos seus. -R.
Evangelho: Mateus 5, 20-26
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 20Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. 21Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. 22Mas
eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado
pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: Raca, será castigado pelo
Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da
geena. 23Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. 25Entra
em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho
com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te
entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. 26Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo. - Palavra da salvação.
Homilia - Pe Bantu
Segundo o Evangelista Mateus, é
importante que o homem tenha a consciência de que “A ira do homem não
realiza a justiça de Deus” (Tg 1, 20). E que é pela prática da justiça
que vem de Deus que a sua vida é restaurada sobre a terra. E isto é tão
fundamental que se torna imprescindível na vida existencial do homem e
extensivo a todas outras práticas no seu dia a dia para tornar possível a
convivência dos homens entre si e entre o meio ambiente.
Ouvistes o que foi dito… Eu, porém vos
digo… Jesus não pretende reformar o complexo doutrinal do judaísmo.
Jesus veio nos ensinar a viver em plenitude
a Lei de Deus e nos adverte de que a nossa justiça deve ser maior do
que a dos mestres da lei e dos fariseus. Eles viviam na rigidez da lei e
esqueciam de que o maior mandamento da Lei era justamente o amor e que,
mais importante que a Lei em si, é o bom relacionamento entre as
pessoas. Muitas vezes nós também, como os escribas e os fariseus, nos
apegamos ao que a lei nos exorta a não fazer e ficamos alerta para não
cometer aquelas faltas que se constituem as mais graves, como matar,
roubar, adulterar, ter maus pensamentos, etc.. “Todo aquele que se
encoleriza com o seu irmão será réu de juízo”.
O desejo primeiro de Deus, ao criar os
seres humanos, é que vivam na mais perfeita comunhão, deixando de lado
tudo quanto possa dividi-los e separá-los pelo muro da inimizade. O ódio
e a divisão constituem flagrante desrespeito à vontade divino.
O homicídio é uma forma incontestável de
ruptura com o próximo, culminando com a sua eliminação. Para evitar
isto, Deus condenou peremptoriamente esse crime, com o mandamento: “não
matarás”. A eliminação física do próximo é antecedida por outros gestos
de eliminação de igual gravidade. Por exemplo, a simples irritação
contra os outros, as palavras ofensivas contra eles são formas sutis de
atentar contra a vida alheia. O discípulo do Reino não pode agir desta
maneira.
A Palavra de Deus que Jesus veio
esclarecer para nós vai muito mais além do que as coisas que nós
praticamos, mas atinge também ao que nós pensamos e falamos ou
expressamos a partir do nosso coração. Assim sendo, nós não podemos
chamar os nossos irmãos e irmãs nem mesmo de tolos ou idiotas. Quanto
ensinamento para nós! A oferta que fazemos ao Senhor será desnecessária,
se primeiro não oferecermos a nossa compreensão e perdão às pessoas com
as quais nos relacionamos. Enquanto caminhamos aproveitemos o conselho
do Mestre para que a nossa justiça seja maior do que a justiça dos
“mestres da lei” e dos “fariseus” de hoje. Como é a nossa justiça? O que
é justo para Deus? A justiça de Deus é o Amor, é o perdão, é a
reconciliação. E a nossa? Fazemos as nossas ofertas no Altar do Senhor,
mas como está o nosso coração? Reflita agora: – Como você trata as
pessoas com quem você convive? – Você tem costume de falar mal os seus
amigos, suas amigas? – Você o faz de coração? – E quando você faz a sua
oferta na hora do ofertório, qual é a sua atitude diante de Jesus?- Você
já pensou que enquanto você faz a oferta do seu coração na hora da
Missa, ele pode estar sujo com a injustiça da falta de perdão, da ofensa
feita, do ódio por alguém?
A reverência a Deus passa pelo respeito
ao próximo. Na liturgia de hoje, Jesus exige de mim e de ti, como seus
discípulos a reconciliação com seu próximo, antes de fazerem sua
oferenda a Deus. Se alguém estava para fazer sua oferta, e se recordava
de algum desentendimento com o próximo, deveria deixá-la ao pé do altar,
para antes ir reconciliar-se. Caso contrário, a oferta não teria valor
perante Deus.
Ele vem revelar que qualquer doutrina ou
lei só tem valor à medida que contribua para a libertação e a promoção
da vida. Jesus não propõe uma doutrina, mas ensina a prática
restauradora da vida. A grande novidade que Jesus me ensina hoje é o
perdão sem limites e a reconciliação, que me levam à comunhão de vidas
com Deus e com os meus irmãos.
Por isso, quero neste dia ó Senhor Jesus
que me ensineis a perdoar os meus irmãos e irmãs para poder estar em
comunhão com o Vosso e o meu Deus e com os meus irmãos já aqui na terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário