Está sendo exposta em Jerusalém uma lápide do fim do século I a.C. cujo texto – considerado “misterioso” pelos especialistas – foi escrito com tinta em caracteres hebraicos, noticiou o “Boston Herald”.
É a chamada “Pedra de Gabriel”, ou “Visão de Gabriel”, segundo o Prof. Ada Yardeni, pelo fato de o arcanjo aparecer como figura central.
A pedra mede um metro de altura e foi descoberta no ano 2000 na margem oriental do Mar Morto, por um beduíno da Jordânia.
Análise da terra colada à pedra revelou uma composição química que só se encontra nessa região.
O escrito tem 87 linhas e está
dividido em duas colunas. Trata-se de um texto profético anotado quando
ainda existia o Templo que Jesus frequentou.
Os especialistas consideram a
“Pedra de Gabriel” um pórtico que ajuda a entender as ideias que
circulavam na Terra Santa sobre o Messias pouco antes de Jesus nascer.
O método de gravar com tinta sobre a pedra e não entalhar, como era o costume, é único.
Nada se achou de semelhante na região do Mar Morto até o presente.
“A ‘Pedra de Gabriel’ é em
certo sentido uma espécie de Rolo do Mar Morto escrito sobre uma pedra”,
sustenta James Snyder, diretor do Museu de Israel.
Ela
provém da mesma época e utiliza caligrafia idêntica à de alguns dos
Rolos do Mar Morto, entre os quais se contam os mais antigos manuscritos
hebraicos da Bíblia.
Para os responsáveis do Museu de Israel, trata-se do documento mais importante achado na região.
Em
2008, a “Pedra de Gabriel” causou polêmica quando o professor Israel
Knohl, da Universidade Hebraica de Jerusalém, defendeu que ela
revolucionaria a compreensão dos inícios do cristianismo.
Segundo ele, o texto profetiza a ressurreição do Messias. Knohl baseia sua teoria na frase “após três dias Tu viverás”.
Esta posição suscitou uma
tempestade no mundo acadêmico, com um Congresso científico e um
documentário do National Geographic incluídos. A polêmica continua até
hoje.
Muitas letras ficaram apagadas
em partes cruciais, havendo muita polêmica sobre a interpretação. Só 40%
das 87 linhas são legíveis, e muitas delas parcialmente.
Uma
equipe americana usando tecnologias de escaneamento em alta resolução
tentou detectar caracteres apagados, mas sem resultado.
Os
especialistas, entrementes, concordam que as partes legíveis trazem a
visão apocalíptica de um ataque contra Jerusalém – a cidade santa e
prefigura da Igreja – durante o qual Deus intervém para salvá-la rodeado
de anjos e carros.
O
personagem central é São Gabriel, o arcanjo portador do anúncio da
Encarnação, que se apresenta na Pedra dizendo “Quem sou eu? Eu sou
Gabriel o anjo”. No texto aparece também o nome de São Miguel.
As
inscrições mencionando São Gabriel acenam para uma “revoada de anjos
sobre o Templo de Jerusalém” num momento de grande angustia para os
fiéis que restam na cidade, explicou Adolfo Roitman, um dos responsáveis
da mostra.
“Gabriel
não é arqueologia. Ele é relevante para milhões de pessoas na terra que
acreditam que os anjos são seres celestiais atuantes na terra”, disse
Roitman.
A revista especializada Biblical Archeology Review
foi a primeira a publicar uma densa matéria sobre a enigmática pedra na
sua edição de janeiro-fevereiro de 2008, assinada pelo Prof. Ada
Yardeni.
Segundo
Yardeni, estamos diante de um texto judeu que precede de muito perto o
cristianismo e apresenta duas vindas do Messias em formas assaz
diversas.
Segundo uma das formas, o
Messias viria como filho de José (Efraim). Sob esta forma, o Messias
padeceria, morreria e ressuscitaria três dias após a morte. Essa seria a
razão de ser das palavras “após três dias Tu viverás”.
Na
outra forma da vinda do Messias, Ele aparece em majestade, patenteando
sua raça real e sua condição de filho, ou sucessor, do rei David
Nesta
segunda vinda, o Messias retornaria acompanhado por exércitos celestes
em ordem de batalha e obteria uma vitória militar mística, angélica e
material, salvando os últimos fiéis que estão a ponto de perecer nas
mãos dos inimigos que os rodeiam.
Assim, o Messias instituiria seu reinado sempiterno após uma “jornada de batalha”.
Ele fará de seus inimigos, até
então vencedores, uma peanha sobre a qual assentará seus pés. O Messias
filho de David é um Messias triunfal.
As duas vindas do Messias da
“Pedra de Gabriel”, portanto, correspondem admiravelmente às duas vindas
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo as Sagradas Escrituras.
A primeira já foi efetivada e
está descrita nos Evangelhos. Nosso Senhor veio como filho de José,
padeceu, morreu e ressuscitou ao terceiro dia para nos remir.
Na
segunda vinda, anunciada no Apocalipse, Nosso Senhor voltará para uma
grande jornada vitoriosa contra os maus, encerrar a História e instalar
seu reinado por todo e sempre.
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