quinta-feira, 25 de outubro de 2012

LITURGIA DIÁRIA - O FOGO E A PAZ QUE JESUS TRAZ.


 

Primeira Leitura: Efésios 3, 14-21

SANTO ANTÔNIO GALVÃO
PRESBÍTERO
(branco, prefácio comum ou dos santos - ofício da memória)

Leitura da carta de são Paulo aos Efésios  - Irmãos, 14Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai, 15ao qual deve a sua existência toda família no céu e na terra, 16para que vos conceda, segundo seu glorioso tesouro, que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior. 17Que Cristo habite pela fé em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade, 18a fim de que possais, com todos os cristãos, compreender qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, 19isto é, conhecer a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento, e sejais cheios de toda a plenitude de Deus. 20Aquele que, pela virtude que opera em nós, pode fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos, 21a ele seja dada glória na Igreja, e em Cristo Jesus, por todas as gerações de eternidade. Amém. - Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial(32)

REFRÃO: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!

1.
Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Aos retos fica bem glorificá-lo. Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! -R.

2.
 Pois reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça. -R.

3.
 Mas os desígnios do Senhor são para sempre, e os pensamentos que ele traz no coração, de geração em geração, vão perdurar. Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança! -R.

4.
 Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria. -R.


Evangelho: Lucas 12, 49-53


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 49Eu vim lançar fogo à terra, e que tenho eu a desejar se ele já está aceso? 50Mas devo ser batizado num batismo; e quanto anseio até que ele se cumpra! 51Julgais que vim trazer paz à terra? Não, digo-vos, mas separação. 52Pois de ora em diante haverá numa mesma casa cinco pessoas divididas, três contra duas, e duas contra três; 53estarão divididos: o pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra. - Palavra da salvação.
catolicanet.com



 Homilia - Pe Bantu

Neste texto de Lucas, Jesus com uma seqüência de sentenças encerra uma gama de advertência com caráter pedagógico aos Seus discípulos.
Jesus era consciente de que um efeito ainda que não desejado do seu trabalho ia ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso inflamou a ira dos funcionários do templo e de todos os que se consideravam donos da verdade. O fogo da Palavra de Deus não era para funcionários lúgubres saturados de doutrinas e sedentos de poder.
Mas o fogo de Jesus não é o fogo das paixões políticas. É o fogo do Espírito que tem que ser aprovado na entrega total, no batismo da doação pessoal. É o fogo do amor que gera a vida e anula as forças da morte.
Em continuidade ao ministério de Jesus, as comunidades contam com a luz e a força do Espírito Santo. Cabe a estas comunidades propagar este fogo ao mundo. Tendo lançado o fogo do amor, Jesus terá o seu batismo, recebido de João, levado à plenitude pela aceitação da morte a que está condenado pelas autoridades judaicas. É um fogo que prende aí onde se abandonaram os interesses pessoais e se busca um mundo de irmãos.
A paz de Jesus é um fogo purificador que não se confunde com a “Paz Romana”, aquela paz que Roma ou em qualquer sociedade humana se esforça por proclamar. Esta é só uma tranqüilidade institucional que garante a vantagem dos opressores sobre os oprimidos, do império sobre os subalternos, da injustiça sobre o direito. A paz de Jesus não é como a paz dos poderosos deste mundo, paz sob o medo e sob a opressão. A paz de Jesus é fruto do compromisso com a verdade e com a justiça, na regeneração da vida.
O fogo purificador de Jesus faz amadurecer os mensageiros, os discípulos, os profetas, os apóstolos.
Assim, assumir este compromisso provoca divisões em relação àqueles que, mesmo dentro da família, preferem continuar sob o domínio da ideologia dos poderosos, com sua falsa paz, e com seus ideais de inserção no mercado global, de sucesso pessoal e enriquecimento.
O destino deles, como o do mestre, é sair ao encontro da obscuridade com um clarão que ponha às claras tudo o que a ordem atual esconde. O fogo põe as claras também às deficiências pessoais, as ambições subterrâneas, os desejos reprimidos. O fogo que se prova com a entrega total ao serviço do evangelho.


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