O
porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, informou na terça-feira
que o ex-mordomo do papa Bento 16, Paolo Gabriele, condenado a 18 meses
de prisão por roubo, cumprirá sua pena em uma cela do Vaticano, caso
não receba o perdão papal.
Segundo o porta-voz,
diferentemente do que chegou a ser cogitado quando a sentença foi
proferida, não há um acordo que permita que um cidadão do Vaticano, como
é o caso de Gabriele, cumpra pena em uma cela na Itália. Por isso, ele
deverá ser alocado em uma cela da delegacia de polícia local.
O porta-voz reiterou considerar
que é “possível” que Bento 16 conceda o perdão a Gabriele. A declaração
é diferente da dada no dia da sentença, quando Lombardi considerou que a
chance de perdão era “concreta” e “muito verossímil”.
O Vaticano divulgou também o
texto da sentença do Tribunal da Santa Sé, que estabelece que a pena
será contada a partir da reclusão, em maio passado. Lombardi explicou
que, dada a gravidade da pena, Gabriele não terá direito a liberdade
condicional. Ele também terá de pagar € 1.000 (o equivalente a R$
2.630).
O ex-mordomo, de 46 anos, foi
condenado em 6 de outubro passado a um ano e meio de prisão por ter
roubado centenas de documentos confidenciais do papa e do secretário
dele e os repassado à imprensa. Gabriele era o laico mais próximo do
papa.
O Tribunal do Vaticano condenou
Gabriele a três anos de prisão, mas reduziu a pena à metade ao entender
que houve atenuantes. A sentença ainda pode ser alterada, já que os
prazos para apresentar recursos não chegaram ao fim. Gabriele também
pode voltar a ser condenado por outros crimes pelos quais ainda não
respondeu, como violação da privacidade do papa.
O especialista em
computação do Vaticano Claudio Sciarpeletti, que teria atuado como
cúmplice de Gabriele, será julgado no próximo dia 5.
Durante
seu julgamento, Gabriele disse que não se considera um ladrão e que
furtou os documentos que apontavam suspeitas de corrupção no Vaticano
por causa do seu amor “visceral” pela Igreja e pelo papa, que ele afirma
amar “como se fosse seu pai”.
Por Folhapress
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