A tradição de coroar a imagem de Nossa Senhora no mês de maio,
especialmente no encerramento do mês a Ela dedicado, é antiga em nossa
Igreja, e surgiu na Europa. Naquela região, o mês é primavera, são
colhidos os frutos da terra e as flores do campo são cheias de cores e
de perfumes. E isto remete a Maria, que é considerada a flor mais bela.
No século X, o rei da Hungria Santo Estevão consagrou o seu reino a
Nossa Senhora, colocando a sua coroa aos pés da imagem de Maria
Santíssima. O mesmo fez Dom Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal,
gesto repetido por Dom João IV, com oferta de vassalagem e promessa de
feudo de Portugal a Nossa Senhora. Daí por diante os reis de Portugal
não mais usaram a coroa, pois pertencia a Maria Santíssima, e todos são
retratados sem coroa, tendo-a ao lado em uma almofada. A Rainha era a
Mãe do Céu.
Esta tradição se solidificou no século XIV, em Paris,
onde a figura de Maria ganhou destaque. A Mãe de Deus era simbolizada
como uma flor adornada de jóias, então, surgiram as coroações. Foi São
Felipe Neri que começou a dedicar o mês de maio à Maria fazendo a ela
homenagens com flores. Daí vem o piedoso costume da Coroação de Nossa
Senhora, como sempre se fez e faz em muitas paróquias. Desde então,
devotos realizam coroações da imagem de Nossa Senhora durante este mês. A
tradição chegou ao Brasil através dos portugueses.
Este gesto da coroação é simbólico. É uma maneira de externar o carinho que sentimos pela Mãe de Jesus e nossa Mãe.
As homenagens também são uma forma de reconhecimento: Maria é a Mãe de Deus!
As homenagens também são uma forma de reconhecimento: Maria é a Mãe de Deus!
Celebrar o Mês de Maria é devotar o nosso amor à Mãe de Deus e nossa
Mãe. Um dos elementos marcantes do catolicismo é a devoção mariana.
Coroar Nossa Senhora é demonstrar que a reconhecemos como “Rainha”,
mesmo na simplicidade de sua figura.
Maria é rainha porque é Mãe
de Cristo, o Rei. É rainha porque excede todas as criaturas em
santidade: “Ela encerra toda a bondade das criaturas”, diz Dante na
Divina Comédia. Todos os cristãos veem e veneram nela a superabundante
generosidade do amor divino, que a cumulou de todos os bens. Mas ela
distribui real e maternalmente tudo o que recebeu do Rei, protege com o
seu poder os filhos adquiridos em virtude da sua corredenção, e os
alegra com os seus dons, pois o rei determinou que toda graça passe por
suas mãos de rainha.
Por isso, a Igreja convida os fiéis a
invocá-la não só com o doce nome de mãe, mas também com aquele reverente
de rainha, como no céu a saúdam com felicidade e amor os anjos, os
patriarcas, os profetas, os apóstolos, os mártires, os confessores, as
virgens. Maria foi coroada com o dúplice diadema de virgindade e de
maternidade divina: “O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do
Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer
será chamado Filho de Deus”. No Céu, a Virgem de coração mais humilde
foi a mais exaltada, conforme prometeu Jesus: “quem se humilha será
exaltado”. Foi recebida no Céu pelos coros dos anjos e coroada por seu
Divino Filho, recebendo as honras da Santíssima Trindade.
Site Catedral de São Miguel Arcanjo
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