Alph Lukau / Facebook
Certas organizações religiosas alegam "milagres" em praticamente todos os seus cultos; mas, afinal, como identificar verdadeiros milagres?
Graças a um vídeo que viralizou
em fevereiro, levantou-se na África do Sul um debate nacional sobre a
espetacularização da religião e o seu uso como meio para enganar
incautos. No vídeo em questão, o pastor Alph Lukau é visto gritando “Levante-se!” para um homem deitado num caixão. Em seguida, o suposto “morto” se levanta mesmo e os fiéis celebram a sua “ressurreição”.
Reações à polêmica
Três funerárias abriram processos judiciais contra a Alleluia
Ministries International, a organização religiosa do pastor Lukau,
alegando danos à sua reputação, já que a cena da “ressurreição” utilizou
as suas marcas no caixão e em carros fúnebres para dar verossimilhança
ao “evento”.
Segundo o portal de notícias Sowetan, o grupo religioso
voltou atrás na sua afirmação da ocorrência de uma ressurreição,
passando a informar que o “morto” estava “vivo” quando foi levado ao
local e que o pastor apenas “completou um milagre que Deus já tinha
realizado”.
A hashtag #ResurrectionChallenge (#DesafioDaRessureição) ganhou
destaque nas redes sociais sul-africanas como forma de ridicularizar o
caso, que não é o primeiro no país a atrair as atenções públicas para
figuras religiosas que alegam ter realizado fatos extraordinários. Em
2018, um dos casos mais chamativos na África do Sul foi o de um pastor
condenado por ter pulverizado inseticida sobre os fiéis da sua igreja a
fim de, segundo ele, curar doentes de câncer e de aids.
O que é um milagre?
É muito comum que organizações religiosas independentes proclamem “milagres” em praticamente todos os seus cultos públicos.
Além
disso, entre os cristãos em geral, inclusive católicos, o uso do termo
“milagre” se tornou bastante popular diante de fenômenos que à primeira
vista parecem “sobrenaturais”, mas que podem ser facilmente explicados
pela ciência.
Milagres são, precisamente, fenômenos cientificamente inexplicáveis,
que contradizem as regras da natureza conforme as conhecemos. São
necessários, portanto, criteriosos e detalhados estudos científicos para
que algum fenômeno possa ser oficialmente declarado como inexplicável.
A Igreja Católica segue critérios científicos bastante rígidos
para afirmar algum milagre. Os milagres de cura, por exemplo, chegam a
demorar décadas até serem reconhecidos. Os fatos precisam ser
cuidadosamente estudados por médicos, revisados por cientistas (na
maioria dos casos, laicos e até mesmo ateus), expostos às críticas
públicas e, só depois de feitos todos os estudos científicos, a própria
Igreja faz a análise teológica mediante o trabalho das suas comissões de
especialistas em teologia.
Redação da Aleteia | Mar 04, 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário