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Além da perda de locais sagrados e de vínculos comunitários e espirituais fundamentais, o fenômeno preocupa até quem zela por locais históricos
O Canadá já foi, até algumas décadas atrás, um país religioso. No entanto, a veloz secularização e a consequente redução aguda na quantidade de fiéis que frequentam as igrejas vem levando ao atual cenário em que se prevê o fechamento de um terço delas nos próximos dez anos.
Em paralelo, o governo do primeiro-ministro Justin Trudeau, do
Partido Liberal, tem promovido maciçamente, desde 2015, a imposição de ideologias como a de gênero e a progressiva criminalização da defesa da família tradicional como crime de opinião.
A organização National Trust for Canada, que preserva e renova lugares históricos, estima que cerca de 9 mil igrejas serão fechadas até 2030 no país por causa da baixa frequência de fiéis e dos altos custos de manutenção de templos antigos.
Robert Pajot, presidente dessa organização, declara:
“É provável que alguns edifícios sejam vendidos, enquanto outros vão ser simplesmente demolidos. Muitos estão preocupados com a perda de locais sagrados, mas também há muitos outros preocupados com a perda de edifícios históricos. Não são apenas edifícios. O impacto vai além da perda de um patrimônio em comunidade. Há um sentimento de que uma perda mais profunda está ocorrendo nas cidades e povoados afetados por esses fechamentos. Em particular, eles vão perder um senso de comunidade que apareceu ao longo do tempo e foi fomentado nas igrejas”.
De fato, os locais de fé alimentaram a vida comunitária durante gerações,
além de formarem laços de convivência nas cidades e nos povoados. As
igrejas são centros de encontro em muitos lugares: lá se realizam
reuniões, casamentos, funerais e uma amplíssima gama de serviços à
população. Com o fechamento, esses vínculos tendem a se dissolver.
Pajot prossegue:
“Para muitos, é um momento triste, difícil de lidar pelas comunidades que usavam os locais como centros comunitários. Outros veem esta mudança como uma oportunidade para deixar o passado ir embora e recuperar áreas e edifícios que poderiam ser usados de maneira ‘mais eficaz’ para ajudar a servir às comunidades”.
Algumas igrejas tentaram “modernizar-se”, compartilhando espaços com
outros grupos na tentativa de permanecerem de pé. Isso, porém, gerou controvérsias, já que elas podem tornar-se assim lugares “menos sagrados” por servirem de palco de eventos não religiosos.
Com informações da ACI Digital - Redação Aleteia
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