segunda-feira, 11 de março de 2019

Não querer aparecer com cara de santinhos, adverte o Papa

POPE FRANCIS AUDIENCE
Antoine Mekary | ALETEIA | I.Media
AM030619; MARCH 06; 2019; Vatican City; Pope Francis; General Audience; Saint Peter's Square; weekly; BLESSES

"Não maquie a alma, porque, se fizer isso, o Senhor não o irá reconhecer"

Os cristãos deveriam fazer penitência mostrando-se alegres; ser generosos com quem se encontra na necessidade sem “tocar os tambores”; dirigir-se ao Pai quase “escondido”, sem buscar a admiração dos outros.
Isso foi o que indicou o Papa Francisco na homilia dessa sexta-feira (08/03) na missa na capela da Casa Santa Marta. O Pontífice inspirou sua reflexão no trecho extraído do livro do profeta Isaías.

No tempo de Jesus, explicou o Papa, o exemplo era nítido na conduta do fariseu e do publicano; hoje, os católicos se sentem “justos” porque pertencem a certa “associação”, vão à “missa todos os domingos” e não são “como aqueles pobretões que não entendem nada”.
As pessoas que buscam as aparências jamais se reconhecem pecadores e se você disser a elas: “Mas você também é pecador!” – “Mas sim, todos temos pecados!”, e relativizam tudo e voltam a se tornar justos. Buscam até aparecer com cara de santinhos: tudo aparência. E quando existe esta diferença entre a realidade e a aparência, o Senhor usa o adjetivo: “Hipócrita”.
Cada pessoa é tentada pelas hipocrisias e o tempo que nos conduz à Páscoa pode ser ocasião para reconhecer as próprias incoerências, para identificar as camadas de maquiagem de modo a “esconder a realidade”.
Francisco insistiu no aspecto da hipocrisia, um tema que emergiu com força durante a XV Assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
Os jovens, afirmou, ficam impressionados com aqueles que buscam aparecer, mas depois se comportam consequentemente, sobretudo quando esta hipocrisia é vivida por “profissionais da religião”. O Senhor, ao invés, pede coerência.
Muitos cristãos, mesmo católicos, que se dizem católicos praticantes, como exploram as pessoas! Como exploram os operários! Como os mandam para casa no início do verão para readmiti-los no final, de modo que não têm direito à aposentadoria, não têm direito de ir avante.
E muitos deles se dizem católicos: vão à missa no domingo… mas agem assim. E isso é pecado mortal! Quantas pessoas humilham seus operários…
Neste tempo da Quaresma, o Pontífice convidou os fiéis a redescobrirem a beleza da simplicidade, da realidade que “deve estar unida à aparência”.
Peça ao Senhor a força e vai humildemente avante, com aquilo que pode. Mas não maquie a alma, porque, se fizer isso, o Senhor não o irá reconhecer.
Peçamos ao Senhor a graça de sermos coerentes, de não sermos vaidosos, de não aparecer mais dignos daquilo que somos. Peçamos esta graça nesta Quaresma: a coerência entre o formal e o real, entre a realidade e as aparências.





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