“A mão do pobre é o banco de Deus. Deposita no céu o seu tesouro quem alimenta o Cristo no pobre”. São Leão Magno
Uma das práticas espirituais da Quaresma
que a Igreja recomenda é a esmola. Não simplesmente aquela moedinha ao
mendigo, mas a boa esmola; além dessa de ajudar o pobre mendigo, mas
também o auxílio a obras de caridade que socorrem as crianças carentes e
abandonadas, os velhos pobres, e os desamparados.
A
boa esmola é um meio de santificação porque nos ajuda a vencer um dos
piores pecados capitais que é a avareza, a ganância, que tanto mal gera
no mundo. São Paulo diz que “a raiz de todos os males é o amor ao
dinheiro” (1Tm 6,10). Jesus mandou-nos: “guardai-vos escrupulosamente de
toda avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na
abundância, não depende de suas riquezas” (Lc 12,15). “Filhinhos, quão
difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas
riquezas” (Mc 10,24). A esmola nos ajuda a desapegar das riquezas. O
dinheiro deve ser nosso servo, mas nunca nosso patrão. Quem faz dele um
deus, sacrifica a sua vida e a dos outros em seu altar. A Sagrada
Escritura nos fala muito da esmola; veja.
O livro dos provérbios diz: “Quem se apieda do pobre, empresta ao Senhor, que lhe restituirá o benefício” (Prov. 19,17).“Dá esmola de teus bens, e não te desvies de nenhum pobre, pois, assim fazendo, Deus tampouco se desviará de ti” (Tob 6,8).
“A esmola será para todos os que a praticam um motivo de grande confiança diante de Deus altíssimo” (Tob 4,12).
“Encerra a esmola no coração do pobre, e
ela rogará por ti a fim de te preservar de todo mal. Para combater o
teu inimigo, ela será uma arma mais poderosa do que o escudo e a lança
de um homem valente” (Eclo 29,15-16).
O mais importante é dar com alegria, não
só para o pobre, mas para Deus. “Dê cada um conforme o impulso do seu
coração sem tristeza, nem constrangimento. Deus ama a quem dá com
alegria” (2 Cor 9,7).
“Aquele que dá a sementeira ao semeador e
o pão a comer, vos dará rica sementeira e aumentará os frutos de nossa
justiça” (2 Cor 9,9-10). “Quando, pois, dás esmolas, não toques a
trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas… já receberam a sua
recompensa” (Mt 6,2-4).
São Leão Magno (400-461) valorizava muito a esmola:
“A mão do pobre é o banco de Deus.
Deposita no céu o seu tesouro quem alimenta o Cristo no pobre. Elas
apagam qualquer culpa contraída nesta morada terrena, já que a “caridade
encobre uma multidão de pecados” (1 Pe 4,8). Sem dúvida, beneficiamos a
nossa própria alma cada vez que socorremos por misericórdia a
indigência alheia. Compadecem-se dos pobres os que pretendem ser
poupados por Cristo. Não duvidemos ser dado a Deus aquilo que se gasta
com o indigente. Nada é mais proveitoso do que unir aos jejuns razoáveis
e santos as obras caritativas”.
Santo Agostinho disse: “Se dás a esmola
com tristeza, a esmola e o amor perdes. O que fizeres ao mendigo, isso
Deus fará contigo. As nossas esmolas sufragam as almas do purgatório.
São João Crisóstomo, doutor da Igreja (†406) disse: “Oh! se soubéssemos o
bem que aos nossos mortos fazem a esmola que damos ao mendigo e a
oração que a este pedimos!”.
Prof. Felipe Aquino
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