segunda-feira, 21 de julho de 2014

O SEMEADOR



 A parábola do semeador Tem uma força e um encanto especiais porque é palavra do próprio Senhor Jesus.

A mensagem é clara: Deus é generoso semeando, mas a concretização dos frutos de sua semeadura dependem também —e ao mesmo tempo— da nossa livre correspondência. A experiência de todos os dias confirma-nos que o fruto depende da terra onde cai. Por exemplo, os alunos da mesma escola e sala, alguns acabam com vocação religiosa e outros ateus. Ouviram o mesmo, mas a semente caiu em terra diferente.

A terra boa é nosso coração. Em parte é coisa da natureza; mas sobre tudo depende da nossa vontade. Há pessoas que preferem desfrutar antes que ser melhores. Nelas cumpre-se a parábola: as ervas más (ou seja, as preocupações do mundo e a sedução das riquezas) «sufocam a palavra, e ele fica sem fruto» (Lc 13,22).

Mas aqueles que, pelo contrário, valoram o ser, acolhem com amor a semente de Deus e a fazem frutificar. Ainda tenham que mortificar-se. Cristo já disse: «se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto» (Jo 12,24). Também, o Senhor nos advertiu que o caminho da salvação é estreito e reduzido (cf. Mt 7,14): aquilo que vale muito, custa muito. Nada de valor se consegue sem esforço.

Quem se deixa levar pelos seus apetites, terá o coração como uma floresta selvagem. Pelo contrário, as árvores frutíferas que se podam dão melhor fruto. Assim, as pessoas santas não tiveram uma vida fácil, mas têm sido um modelo para a humanidade. «Não todos somos chamados ao martírio, com certeza, mas a alcançar a perfeição cristã. Mas a virtude precisa de uma força que (...) pede uma obra comprida e diligente, que não devemos interromper, até morrer. Desse jeito, pode ser chamado de martírio lento e continuado» (Pio XII).


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