Leitura da Profecia de Oséias.
Assim fala o Senhor: 1“Quando Israel era criança, eu já o amava, e desde o Egito chamei meu filho. 2Quanto mais eu os chamava tanto mais eles se afastavam de mim; imolavam aos Baals e sacrificavam aos ídolos.
3Ensinei Efraim a dar os primeiros passos, tomei-o em meus braços, mas eles não reconheceram que eu cuidava deles. 4Eu
os atraía com laços de humanidade, com laços de amor; era para eles
como quem leva uma criança ao colo, e rebaixava-me a dar-lhes de comer. 8cMeu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão. 9Não
darei largas à minha ira, não voltarei a destruir Efraim, eu sou Deus, e
não homem; o santo no meio de vós, e não me servirei do terror”.
Responsório (Sl 79)
— Sobre nós iluminai a vossa face e, então, seremos salvos, ó Senhor!
— Sobre nós iluminai a vossa face e, então, seremos salvos, ó Senhor!
—
Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. Vós, que sobre os querubins vos
assentais, despertai vosso poder, ó nosso Deus, e vinde logo nos trazer a
salvação!
— Voltai-vos para nós, Deus do
universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e
protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao
rebento que firmastes!
Evangelho (Mt 10,7-15)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!
9Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; 10nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito a seu sustento. 11Em
qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber
quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida.
12Ao entrardes numa casa, saudai-a. 13Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz. 14Se alguém não vos receber, nem escutar vossa palavra, saí daquela casa ou daquela cidade, e sacudi a poeira dos vossos pés. 15Em verdade vos digo, as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos dureza do que aquela cidade, no dia do juízo.
Reflexão
Jesus, após ter chamado Seus apóstolos e
discípulos, os convida para que sejam; o fazer será consequência disso. Ser o
quê? Íntimos de Cristo, amigos d’Ele; vida mergulhada na vida do Senhor – é daí
que nasce a intimidade. Fazer o quê? Quanto a isso não devemos nos preocupar,
pois o Senhor nos dirá e nos orientará quanto ao que fazer e como fazer.
Como se
não bastasse, o Senhor, além de nos mostrar o que fazer na obra da
evangelização, nos capacita e nos presenteia com todos os meios para a missão;
meios estes que são os dons, os ministérios, os talentos, os carismas e frutos
do Seu Espírito Santo. A nossa felicidade consistirá em sermos canais de cura,
libertação e realização na vida das pessoas. Para isso, devemos ser íntimos de
Deus e fazer, como consequência disso, a vontade d’Ele.
Para esta missão tão sublime de
discípulos e missionários de Nosso Senhor Jesus Cristo, para a qual somos
chamados, o Senhor nos faz dois pedidos fundamentais, dentre tantos, não menos
importantes:
1º Pobreza evangélica: não podemos, diante da missão a nós confiada, nos preocupar e
perder a atenção, o foco, daquilo que Deus quer fazer por meio de nós na vida
das pessoas na ação evangelizadora. O missionário precisa ter como única
bagagem de missão, como único valor, como única riqueza, a vontade de Deus
Todo-poderoso, Sua Palavra e a disponibilidade em servir. Não podemos nos
prender a nada e a ninguém, pois tudo nos será dado, tendo em vista que o
missionário é digno do seu sustendo, do seu salário, como nos ensinam as
Sagradas Escrituras. A única riqueza precisa ser o Senhor. Repito o que sempre
afirmo: quem precisa muito fora é porque muito pouco possui de Deus dentro de
si; então o coração precisa buscar fora o que não consegue encontrar dentro.
Dentro de nós, no mais íntimo de nós, está Deus.
2º Dê de graça o que recebeste de graça: na vida, tudo é graça, inclusive
os encalços e dificuldades, que não vêm de Deus, mas Ele os permite. Permite
para que venhamos a crescer, a amadurecer. Crescimento e amadurecimento:
eis as maiores graças na vida de uma pessoa. Todos os dons, talentos, virtudes,
a própria vocação, tudo isso Deus nos deu, não porque Ele necessitava fazê-lo,
mas por pura graça e bondade. O Senhor no-los deu, para que, através disso na
vocação, pudéssemos ser felizes. Colocando tudo isso a serviço dos outros, eis
a certeza de felicidade, de santidade. Como é bom quando nos propomos a servir,
com gratuidade, aqueles que o Senhor nos confia. Isso é evangelizar por excelência.
Para isso, é preciso que reforcemos o
caminho: ser (íntimos de Deus e de Sua Palavra, vivendo da providência) e
servir (de forma gratuita e alegre, pois de graça recebemos e de graça devemos
ser canais da graça na vida dos irmãos).
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