Às vezes não é fácil negar-se a algo sem parecer agressivo ou ferir os outros.
Expressar-se da forma adequada e no momento oportuno: estas são as duas regras de ouro da assertividade, uma habilidade que nos ajuda a expressar desacordos sem agredir os outros nem a nós mesmos.
A conduta assertiva oferece a possibilidade de ser consequentes entre o
pensamento e a ação, pois, por meio dela, aprendemos a negociar, a
expressar-nos fracamente com boas maneiras, a negar-nos diante de
situações que não desejamos.
Também é próprio da conduta
assertiva saber identificar o momento mais propício para defender os
pensamentos pessoais, pois há circunstâncias em que o melhor a se fazer é
permanecer em silêncio.
Nem passivos nem agressivos: assertivos
Dizer “sim” quando na verdade se quer dizer “não”, deixar de dar
opiniões para não gerar discussões, ou manifestar uma opinião de maneira
inadequada são condutas que revelam ausência de assertividade. Portanto, existem dois extremos: a passividade e a agressividade.
A conduta passiva
está ligada à baixa autoestima. Em geral, estas pessoas não estão
satisfeitas consigo mesmas e, por isso, não conseguem dizer aos outros o
que pensam ou sentem. A insegurança, a evasão para a tomada de decisões
e o temor de assumir responsabilidades são as características
predominantes.
Por outro lado, existe uma conduta com tendência à agressividade,
na qual predomina um comportamento ofensivo que costuma ferir os
outros. Esta situação, por razões óbvias, acaba afastando as pessoas,
mas também pode provocar agressividade nelas. A
manipulação e o desejo de conseguir o que se quer para proveito pessoal,
a qualquer custo, são características próprias deste perfil. A
dificuldade de autocontrole está na raiz do problema.
O meio-termo seria a assertividade,
que desenvolve a capacidade de expressar livremente sentimentos,
ideias, pontos de vida, instaurando o respeito como ponto de partida, o
que permite estabelecer relações sociais saudáveis e harmônicas.
Assertividade em nossas relações
Esta habilidade pode ser aplicada a diversos âmbitos da vida cotidiana:
Assertividade na educação dos filhos:
consiste em desenvolver a destreza para manter-se firmes diante das
decisões ou ações educativas que se aplicam aos filhos, em especial
aquelas que não são do seu agrado, como os limites, normas e
consequências de um mau comportamento.
Igualmente, a autoridade assertiva
se baseia na capacidade de negar aos filhos o que possa prejudicar seu
futuro próximo ou imediato, e – o mais importante – manter-se nesta
posição, apesar das caras feias ou tentativas de manipulação.
O
bom exemplo dado pelos pais, bem como a coerência entre o que dizem e
fazem, são pontos essenciais desta conduta. Ter autoridade sobre os
filhos, dar-lhes segurança e autonomia são práticas assertivas.
Assertividade no casamento:
a boa comunicação entre o casal, a possibilidade de negociação entre os
gostos individuais para torná-los coletivos, as decisões conjuntas, a
forma de dizer o que não agrada o outro ou o que pode melhorar, assim
como elogiá-lo, são exemplos claros de assertividade na convivência dos cônjuges.
Assertividade no trabalho:
dentro das organizações, é necessário desenvolver esta faculdade, tanto
nos altos níveis hierárquicos com relação aos mais baixos, quanto no
sentido contrário. Buscar a forma adequada de sugerir ao chefe algo que
poderia ser melhor ou propor-lhe novas ideias fazem parte de uma
comunicação assertiva.
Quanto ao trato dos
chefes com relação aos subordinados, precisa ser cálido, não grosseiro, e
as funções devem ser transmitidas com cordialidade e respeito.
Assertividade nas relações interpessoais (amizades): no caso dos adolescentes ou jovens, que sentem a pressão do grupo e a necessidade de aprovação externa, a assertividade cumpre uma importante missão.
Muitas vezes, apesar de saber que usar drogas ou ter uma vida promíscua
são condutas prejudiciais, os adolescentes acabam cedendo devido à
incapacidade de expressar seus pontos de vista contrários à insinuação
oferecida.
Portanto, dizer “não” nestas circunstâncias
críticas faz que as pessoas tomem as melhores decisões, em momentos que
marcarão o resto das suas vidas.
A assertividade
pode ser aprendida e desenvolvida, basta ter disposição para vivê-la na
convivência diária, o que é uma condição irrevogável da humanidade.
LaFamilia.info
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