Você tem depressão? Talvez estejam lhe faltando esses 10 nutrientes (Parte 1)
Gelsomino Del Guercio |
Mar 15, 2017
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"A comida alimenta o cérebro e o corpo": saiba quais alimentos ajudam no tratamento
A depressão é um transtorno do humor que provoca sentimentos persistentes de tristeza e uma perda geral de interesse pela vida.
Outros sinais e sintomas da depressão incluem perda de apetite, perda
ou aumento significativo de peso, alterações nos padrões de sono, falta
de energia, dificuldade de concentração e dores inexplicáveis.
Algumas das causas e fatores de risco para o desenvolvimento de
depressão incluem o isolamento social, o estresse, o histórico familiar
de depressão, problemas de relacionamento familiar ou social,
dificuldades financeiras, traumas de infância ou abusos sofridos,
álcool, drogas e determinadas condições de saúde.
Mas as deficiências nutricionais também contribuem para o risco de depressão.
Pesquisadores descobriram que as pessoas que sofrem de depressão e
transtornos do humor apresentam carência não só de um, mas de vários
nutrientes.
“Sempre se lembrem de que a comida alimenta o cérebro e o corpo”, reforça o professor Giacinto Miggiano, diretor de Dietética e Nutrição Humana da Fundação Policlínica Gemelli, de Roma.
Aleteia apresenta a seguir 10 nutrientes citados pelo Dr. Miggiano, recordando que a falta deles pode causar depressão.
1. Ácidos graxos ômega-3
Os ácidos graxos ômega-3 oferecem numerosos benefícios à saúde. Eles
desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e funcionamento do
sistema nervoso central.
O ômega-3 DHA é fundamental para a estrutura das células do cérebro,
enquanto o ômega-3 EPA tem impacto na função dos neurônios e na redução
de inflamações.
Além disso, os ácidos graxos ômega-3 podem ajudar a diminuir o colesterol ruim e contribuem para a saúde geral do coração.
Um estudo de 2007 publicado na Medical Hypotheses relata que a
deficiência de ácidos graxos ômega-3 no transtorno depressivo maior se
deve à interação entre dieta e uma anomalia geneticamente determinada no
metabolismo dos fosfolipídios.
Em estudo publicado em 2014 pela Oxidative Medicine and Cellular
Longevity, os pesquisadores apontaram que a ingestão adequada de ácidos
graxos poli-insaturados ômega-3 PUFA e as intervenções dietéticas com
suplementos de ácidos graxos ômega-3 podem ajudar a prevenir e curar a
depressão.
Para fornecer ao seu corpo uma quantidade adequada de ácidos graxos
ômega-3, é recomendado consumir linhaça, peixes gordos como o salmão,
bem como nozes e ovos. Pode-se também tomar suplemento de ácidos graxos
ômega-3, após consulta ao médico.
2. Vitamina D
A falta de vitamina D é associada tanto com a depressão quanto com a
demência e o autismo. Esta vitamina ajuda na produção de serotonina, o
hormônio do cérebro associado com o humor e a sensação de felicidade.
Um nível adequado de serotonina ajuda a prevenir e curar a depressão
leve. Além disso, a vitamina D é importante para o sistema imune e para a
saúde dos ossos.
Um estudo de 2010, publicado no Journal of Mental Health Nursing,
observa que a deficiência de vitamina D é comum entre os idosos,
adolescentes, indivíduos obesos e pessoas com doenças crônicas. Essas
pessoas, portanto, têm maior risco de depressão.
Outro estudo, publicado em 2014 pela Medical Hypotheses, relata uma
ligação entre o distúrbio afetivo sazonal (SAD) e a falta de luz solar.
Os pesquisadores destacam que a vitamina D participa da síntese da
serotonina e da dopamina no cérebro, fator associado à depressão e,
portanto, à sua cura.
Passar mais tempo ao sol ajuda o corpo a obter mais vitamina D.
Pode-se também tomar suplementos de vitamina D, após consulta ao médico.
3. Magnésio
O magnésio é outro nutriente importante cuja falta pode levar à
depressão. Ele ajuda a ativar as enzimas necessárias para a produção da
serotonina e da dopamina, além de influenciar vários sistemas associados
com o desenvolvimento da depressão. O magnésio ainda mantém os ossos
saudáveis e reduz a ansiedade e a pressão sanguínea.
Um estudo de 2006, publicado na Medical Hypotheses, observou que a
deficiência de magnésio está entre as principais causas de depressão
maior e de problemas de saúde mental, incluindo a perda de QI.
Outro estudo, publicado em 2013 na Pharmacological Reports, lança luz
sobre o efeito benéfico do magnésio no tratamento da depressão.
Para evitar a deficiência de magnésio, é recomendado comer alimentos
ricos nesse nutriente, como algas, amêndoas, abacate, banana, feijão,
sementes de abóbora, tofu, leite de soja, cereais integrais e vegetais
de folhas verdes.
Além disso, é necessário evitar o consumo excessivo de álcool, sal, café e açúcar, pois eles podem reduzir o nível de magnésio.
4. Zinco
O zinco é outro micronutriente essencial para ajudar a reduzir o
risco de depressão, graças ao seu papel-chave nas funções neuronais.
Ele aumenta a produção dos neurotransmissores e seu funcionamento,
além de estar envolvido em mais de 250 vias bioquímicas que dão suporte
às funções de diversos órgãos.
Um estudo de 2013, publicado na Biological Psychiatry, observa que a
depressão está associada a uma concentração menor de zinco no sangue
periférico.
Essa deficiência pode ser corrigida com a ajuda de alimentos ricos em
zinco, tais como carne vermelha, ovos, crustáceos, legumes, nozes,
cereais integrais e laticínios. Com orientação médica, também se pode
optar por suplementos.
5. Selênio
O selênio é essencial para o funcionamento do cérebro e ajuda a
melhorar o humor e os sintomas depressivos. Além disso, desempenha um
papel fundamental no funcionamento adequado da tiróide.
Um estudo publicado na Complementary Therapies in Medicine, em 2012,
observa que a baixa ingestão de selênio guarda relação com risco de
transtorno depressivo maior.
O papel do selênio como antioxidante, de fato, ajuda na prevenção e no tratamento da depressão.
Outro estudo, publicado em 2015 no Journal of Nutrition, relata que
boas concentrações de selênio estão associadas com baixos sintomas
depressivos e com menor humor negativo entre os jovens adultos.
O selênio pode ser obtido em alimentos como a castanha do Brasil
(também conhecida como castanha do Pará), carnes magras, peixes,
feijões, ervilhas, ovos, peru, frango e frutos do mar.
Não perca a continuação deste artigo: PARTE 2
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