Católicos de vários Estados norte-americanos se reuniram para rezar em reparação pelo sacrilégio e pela conversão dos satanistas.
Com forte presença policial nos arredores do Centro Cívico de Oklahoma
durante o começo de noite deste domingo, 21, centenas de pessoas se
reuniram para rezar – e algumas para protestar – enquanto um número
pequeno de pessoas atravessava os postos de controle para entrar no
recinto em que seria realizada a "missa negra", polemicamente anunciada
por um grupo satânico.
Este domingo foi a
culminação de meses de discussões com os funcionários do Centro Cívico
de Oklahoma, por parte dos líderes católicos, em particular do arcebispo
dom Paul S. Coakley, sobre a legalidade de se autorizar um ritual
satânico dentro de um espaço público.
Provavelmente, foi a primeira vez na história norte-americana que uma missa negra,
uma inversão obscena da missa católica, foi realizada de forma tão
aberta. Muitos manifestantes consideraram o evento uma demonstração
emblemática do quanto a sociedade se afastou de Deus.
Já havia
uma grande multidão às 17h45 em frente ao Centro Cívico, embora a missa
negra estivesse agendada para as 19h. Nem todos os manifestantes eram da
cidade de Oklahoma.
"Para mim, é um sinal do declínio da
civilização ocidental e cristã", disse Jim Miller, de Colleyville, no
Texas. "Você pode ver nisso os caminhos do diabo, a tentativa de Satanás
de arrastar a nossa cidade e a nossa cultura".
A multidão de cerca de 1.500 pessoas era de maioria católica,
mas havia algumas centenas de protestantes. A maioria dos não católicos
apoiava e participava de algumas das orações dos católicos, mas outros
poucos se mostravam hostis, segurando cartazes que zombavam da veneração
a Maria.
Francis Slobodnic veio de Topeka, no Kansas, com um
grupo de 140 pessoas que viajaram em três ônibus até Oklahoma para
protestar. Slobodnic contou que veio porque "ficou ofendido com a missa
negra" e queria “fazer parte da oblação a Deus, da reparação por este
pecado, ficar do lado de Deus. Isso mostra que os EUA estão mal, para
que uma coisa dessas aconteça em Oklahoma”. Ele destacou também os
constantes ataques contra símbolos cristãos e até mesmo contra os lemas
cristãos "Que Deus me ajude", usado nos tribunais como parte do
juramento de dizer a verdade, e "Em Deus nós confiamos", que aparece nas
cédulas da moeda norte-americana. "Aceitar esse tipo de evento é uma
afronta pública a Deus, é um ato de pecado", afirmou Slobodnic.
Alguns expressaram preocupação com as pessoas que entravam no pequeno
teatro onde aconteceria a missa negra, dentro do Centro Cívico. Gregory
Thompson, católico do Missouri, disse que estava rezando "por quem está
fazendo isso. Isso pode prejudicá-los por toda a eternidade. Eu gostaria
de impedir a blasfêmia orando por eles, pedindo que Deus toque o
coração deles. Rezei por quem está perdido".
Declaração
semelhante foi feita por Paul Crone, ministro que dirige um grupo
bíblico não confessional chamado The Market Place Minister. Ele contou
que enviou e-mails para igrejas de todo o Estado pedindo que as pessoas
apoiassem os católicos em Oklahoma. "Eu acredito que as pessoas que
estão entrando para ver este culto ainda têm esperança", disse ele.
"Nosso Senhor Jesus Cristo morreu por eles. Ele os ama, mesmo que eles
rejeitem o sacrifício e a morte dele".
Crone acrescentou que
quer deixar claro para o arcebispo dom Coakley "que muitos de nós
estamos com ele. Oklahoma tem a graça de contar com um homem como ele.
Ele foi firme para defender o que é certo e para combater o que está
errado. Queremos que os nossos irmãos e irmãs católicos saibam que nós
os apoiamos na oposição a este evento satanista".
A polícia impediu este repórter de se aproximar das pessoas que estavam entrando no Centro Cívico para participar da missa negra.
Patrick B. McGuigan
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