quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O QUE FAZER QUANDO OS FILHOS JÁ NÃO ESCUTAM OS PAIS?

 Você é sacerdote do seu lar e pode exercer este sacerdócio com a autoridade que o Senhor lhe deu para isso.

 

A paternidade é um dom, mas, como tal, implica responsabilidade. A concepção de um filho exige novas atitudes diante da própria vida e daquela que foi colocada nos braços dos pais, levando em consideração que o filho não lhes pertence, que a pátria potestade que a natureza e o Estado lhe reconhecem não são um simples direito, mas um dever a ser cumprido.

Tais direitos não se limitam aos conteúdos da Carta Universal dos Direitos Humanos, mas também a outros que a Bíblia nos traz: " Quem se descuida dos seus, e principalmente dos de sua própria família, é um renegado, pior que um infiel" (1 Tim 5, 8); "Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares" (Dt 6, 6-7).

Não é somente o Estado quem exigirá o cumprimento das responsabilidades que os pais têm, mas o próprio Deus pedirá contas a eles com relação ao dom que lhes ofereceu.

Não é fácil educar, sobretudo quando se leva em consideração que tudo o que a família ensina em casa parece querer ser tirado pelo mundo, diante das propostas destrutivas que este faz permanentemente, mascaradas de comodidade e prazer.

Chega um momento da vida em que, como pai de família, você experimentará a limitação que seus filhos vão impondo à sua autoridade sobre eles e de que maneira sentem que cada ensinamento se torna o que eles consideram uma limitação da sua autonomia e liberdade.

Então surge o desespero e a frustração embarga o coração dos que veem, impotentes, como seus filhos vão pisoteando tudo aquilo que lhes foi transmitido com tanto esforço, para começar a viver de uma maneira muitas vezes contrária aos princípios cristãos.

"O que fazer?" – perguntam-se muitos. É então que começam a nos procurar para pedir um pouco de oração pelo rebelde que se afasta cada vez mais de Deus: "O senhor está mais perto de Deus, padre, Ele o escuta mais facilmente". Diante destas petições, costumo dizer que eu posso fazer a oração, mas que a oração de um pai e de uma mãe é insubstituível aos olhos de Deus.

Todos os pais e mães de família são verdadeiros sacerdotes do seu lar; estão chamados a oferecer sacrifícios pelos seus filhos e por si mesmos diante do Senhor, pela sua conversão e salvação.

Deus nunca deixará de ouvir a oração de uma mãe aflita que clama ao céu pela conversão dos seus filhos. Esta oração tem todo o poder de transformar e de fazer o inferno tremer, pela fé daquela que, de joelhos diante do Senhor, lhe oferece um culto reverente e de adoração obediente.

As famílias de hoje precisam de pais que cubram seus filhos com sua oração. Enquanto são pequenos, eles se deixam levar e escutam atentamente o que lhes é ensinado, mas, na adolescência e na juventude, sentem-se invencíveis e acreditam que nada nem ninguém poderá prejudicá-los, e sobretudo acham que estão totalmente prontos para vencer o mal.

O que não sabem é que o mal nunca aparece com seu verdadeiro rosto, mas com outro disfarçado de bem, de bondade, de altruísmo e de "amigos" que só querem ajudar a voar.

Mães e pais intercessores sabem que a oração não é somente para pedir saúde (considerado o maior bem existente, algo que não é verdade), mas também para pedir sabedoria, como Salomão, para conduzir seus filhos ao porto seguro da eternidade diante de Deus.

Precisamos de pais e mães que confiem no poder que sua oração tem, como a de Maria nas bodas de Caná, e que se unam para ajudar-se nesta tarefa de interceder pelos seus familiares.

A responsabilidade da paternidade não acaba com a maioridade dos filhos, pois o limite não é entregá-los ao mundo sendo bons cidadãos, mas filhos salvos pelo amor de Jesus. "De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se perde sua alma?"

Dobre seus joelhos diante do Criador, clame ao céu para que, pela sua obediência, todos os da sua casa sejam abençoados. Lembre-se de que você pode ser um instrumento de salvação ou condenação para eles.

Você é sacerdote do seu lar e precisa exercer este sacerdócio com a autoridade que o Senhor lhe deu para isso. O Senhor o escutará. Quando os conselhos não são ouvidos por um filho obstinado, a oração que você faz por ele será seu principal recurso na fé. 




Juan Ávila Estrada

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