Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos, 1bo conhecimento incha, a caridade é que constrói. 2Se alguém acha que conhece bem alguma coisa, ainda não sabe como deveria saber. 3Mas se alguém ama a Deus, ele é conhecido por Deus! 4Quanto ao comer as carnes de animais sacrificados aos ídolos, nós sabemos que um ídolo não é nada no mundo, e que Deus é um só.
5É verdade que alguns são chamados deuses, no céu ou na terra, e muita gente pensa que existem muitos deuses e muitos senhores. 6Para nós, porém, existe um só Deus, o Pai, de quem vêm todos os seres e para quem nós existimos. E, ainda, para nós, existe um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual tudo existe, e nós também existimos por ele. 7Mas nem todos têm esse conhecimento. De fato, alguns habituados, até o presente, ao culto dos ídolos, comem da carne dos sacrifícios, como se ela fosse mesmo oferecida aos ídolos. E assim, a sua consciência, que é fraca, fica manchada.
11E então, por causa do teu conhecimento, perece o fraco, o irmão pelo qual Cristo morreu. 12Pecando, assim, contra os irmãos e ferindo a consciência deles, que é fraca, é contra Cristo que pecais. 13Por isso, se um alimento é ocasião de queda para meu irmão, nunca mais comerei carne, para não escandalizar meu irmão.
Responsório(Sl 138)
— Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!
— Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!
— Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.
— Fostes vós que me formastes as entranhas, e no seio de minha mãe vós me tecestes. Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes! Que prodígio e maravilha as vossas obras!
— Senhor, sondai-me, conhecei meu coração, examinai-me e provai meus pensamentos! Vede bem se não estou no mau caminho, e conduzi-me no caminho para a vida!
Evangelho(Lc 6,27-38)
Naquele tempo, falou Jesus aos seus discípulos: 27“A vós que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, 28bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam. 29Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica.
30Dá a quem te pedir e, se alguém tirar o que é teu, não peças que o devolva. 31O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles. 32Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam aqueles que os amam.
33E se fazeis o bem somente aos que vos fazem o bem, que recompensa tereis? Até os pecadores fazem assim.34E se emprestais somente àqueles de quem esperais receber, que recompensa tereis? Até os pecadores emprestam aos pecadores, para receber de volta a mesma quantia.
35Ao contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Então, a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e os maus.
36Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será posta no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.
Neste Evangelho, Jesus proclama para os discípulos a nova justiça do Reino. A referência é o amor de Deus por nós, que devemos imitar. A frase central é: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso”. Outra referência ao amor de Deus, que devemos imitar, está na frase: “Amai os vossos inimigos... Então a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bom também para com os ingratos e maus”. A afirmação está supondo que o filho verdadeiro se parece com o pai. Que não sejamos falsos filhos de Deus!
No Antigo Testamento, Deus já havia nos pedido algo semelhante: “Sede santos porque eu o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2).
Portanto, os verdadeiros filhos e filhas de Deus devem ultrapassar os limitados espaços do parentesco, da amizade, do afeto natural e do interesse. O nosso amor deve ser como o de Deus: gratuito, universal, intenso e sem limites.
Todos nós temos inimigos. São as pessoas que nos fazem o mal, que nos prejudicam, que falam mal de nós... Jesus é claro e direto: “Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam”. Transparece nessas palavras que amar, para Jesus, significa fazer o bem.
E Jesus é radical: “Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica”. De fato, se alguém retribui o mal com o mal, toma o malvado como seu mestre e modelo. Devemos imitar a Deus, não os malvados e os violentos.
Virar a outra face desarma o nosso inimigo e faz cessar o círculo vicioso da vingança e da violência. Precisamos criar uma corrente de amor e de paz, especialmente onde ela não existe.
“Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?” O comportamento do cristão é um passo à frente, em relação às boas maneiras da sociedade pecadora. As pessoas “educadas” retribuem o bem que recebem. O cristão vai além, faz o bem mesmo a quem não lhe fez o bem ou só fez o mal. É justamente aí, nesta diferença, que está o testemunho cristão.
Na oração de S. Francisco, nós pedimos isso: “Onde houver ódio, que eu leve o amor, onde houver ofensa, que eu leve o perdão... Pois é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.”
No Pai Nosso, nós pedimos a Deus: “Perdoai-nos como nós perdoamos”. Se não perdoamos a todos e todas, no Pai Nosso estamos pedindo a Deus que não nos perdoe. Cruz credo!
Havia antigamente um rei muito bom. Ele tinha um filho jovem que gostava de festas, passeios e de estar no meio do povo. Um dia, o pai lhe disse: “Filho, você pode freqüentar todos os lugares que desejar. Mas nunca se esqueça de que você é filho do rei”. Quer dizer: Você não é um rapaz comum. A sua conduta compromete a família real e, com ela, todo o reino.
A mesma coisa acontece conosco, que somos filhos e filhas de Deus. Não somos pessoas comuns, e o nosso comportamento é uma manifestação, ou expressão, do comportamento de Deus. Afinal, Deus nos criou à sua imagem. Já pensou? Um comportamento errado nosso compromete a visão de Deus que o povo tem.
Maria Santíssima nos mostrou, com a sua vida, o que é amar, tanto a Deus como ao próximo. Mãe do belo amor, rogai por nós!
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