segunda-feira, 8 de setembro de 2014

LITURGIA DIÁRIA - O QUE NELA FOI GERADO VEM DO ESPÍRITO SANTO.

Primeira Leitura(Mq 5,1-4a)
 
Leitura do Livro do Profeta Miquéias.
Assim diz o Senhor: 1”Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que dominará em Israel; sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade. 2Deus deixará seu povo ao abandono, até ao tempo em que uma mãe der à luz; e o resto de seus irmãos se voltará para os filhos de Israel. 3Ele não recuará, apascentará com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor seu Deus; os homens viverão em paz, pois ele agora estenderá o poder até aos confins da terra, 4e ele mesmo será a paz”.
 
Palavra do Senhor.
Graças a Deus.
Ou (escolhe-se uma das leituras)
 
Primeira Leitura(Rm 8,28-30)
 
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 28sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus. 29Pois aqueles que Deus contemplou com seu amor desde sempre, a esses ele predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho, para que este seja o primogênito numa multidão de irmãos. 30E aqueles que Deus predestinou, também os chamou. E aos que chamou, também os tornou justos; e aos que tornou justos, também os glorificou.

Responsório (Sl 70,6;12,6)
 
Exulto de alegria no Senhor.
Exulto de alegria no Senhor.
 
Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo: para vós o meu louvor eternamente!
Uma vez que confiei no vosso amor, meu coração, por vosso auxílio, rejubile, e que eu vos cante pelo bem que me fizestes!
 
Evangelho(Mt 1,18-23)
 
Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão: 2Abraão gerou Isaac;Isaac gerou Jacob; Jacob gerou Judá e seus irmãos; 3Judá gerou, de Tamar, Peres e Zera; Peres gerou Hesron; Hesron gerou Rame; 4Rame gerou Aminadab; Aminadab gerou Nachon; Nachon gerou Salmon; 5Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz gerou, de Rute, Obed; Obed gerou Jessé; 6Jessé gerou o rei David. David, da mulher de Urias, gerou Salomão; 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafat; Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Uzias;9Uzias gerou Jotam; Jotam gerou Acaz;
Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias; 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, na época da deportação para Babilónia. 12Depois da deportação para Babilónia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13Zorobabel gerou Abiud. Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azur; 14Azur gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleázar; Eleázar gerou Matan; Matan gerou Jacob. 16Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo.18Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo.19José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente. 20Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.» 22Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: 23Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão-de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco.
 
 Reflexão

Hoje celebramos com alegria a Natividade de Nossa Senhora. A festa acontece exatamente nove meses após a Imaculada Conceição. Aquela que foi concebida sem pecado, hoje nasce, para a alegria de todos nós.
A Igreja atribui a Maria a aclamação do povo a Judite, depois que venceu Holofernes, o general inimigo: “Tu és a glória de Jerusalém; tu és a alegria de Israel, tu és a honra do nosso povo” (Jt (Judite), 15,10).
Jerusalém simboliza a Igreja. Ela é a nova Jerusalém que desce do céu: “Eu vi descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, a nova Jerusalém, como uma esposa ornada para o esposo” (Ap 21,2; Cf Ap 3,12). Maria é a glória da Igreja, pois é o seu membro mais santo e mais querido de Deus.
Israel é Israel mesmo. Maria é a alegria de Israel, porque nela se realiza a vocação de Israel, que era trazer-nos o Messias.
“Nosso povo” é a humanidade. Maria é a honra da humanidade, pois é, depois de Jesus, a pessoa humana mais bela, mais perfeita e mais santa. Nela a vocação humana se realiza perfeitamente em todos os sentidos.
Com o nascimento de Maria, Deus começou a cumprir aquela promessa que fizera para a serpente enganadora: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15). Era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse do Céu para habitá-la.
A natividade de Maria foi apenas o início, a inauguração. É preciso que hoje nasça em nós também uma renovada esperança e um desejo de Vida Nova, isto é, da graça que Cristo nos trouxe. Essa vida divina em nós precisa ser renovada sempre, senão fica velha.
O Rei Davi queria construir uma casa para Deus, mas Deus lhe disse: “Não és tu quem me edificará uma casa” (2Sm 7,5). Esta casa de Deus, além do Templo de Jerusalém, construído por Salomão, o filho de Davi, é Maria, a casa bendita em que seu Filho veio habitar entre nós.
Salve, Mãe de Deus e nossa, Raiz de Jessé! Salve ventre bendito, Mãe das mães, Rainha das rainhas! Flor única, a mais bela do mundo, que germinou o nosso Salvador!
Se Deus prepara, com tanta sabedoria e carinho, cada ser da natureza, quanto mais a sua própria Mãe!
Na festa natalícia de Maria, nós louvamos e agradecemos a Deus a sua obra redentora. “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que eram sujeitos à Lei, e todos recebermos a dignidade de filhos” (Gl 4,4-5).
No Evangelho de hoje, próprio da festa, nós vemos o anjo dizer a José: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo.” Esta é a revelação principal, e o dado de fé, que está no Evangelho de hoje.
Tudo indica que Maria tinha posto José a par do que se passara com ela, na Anunciação. A dúvida dele não se referia a Maria, mas a si próprio; não quer interferir nos planos de Deus, os quais ele não entendia direito. Qual era o seu papel como futuro marido de uma mulher a quem Deus tinha tocado com o seu Espírito?
A palavra do anjo veio dar-lhe segurança, luz sobre a sua missão, e confiança em Deus. Seria o pai “legal” do filho de Maria, vindo do Espírito Santo para salvar o povo dos seus pecados. A dúvida foi vencida pela obediência da fé.
É assim que S. José se liga com a dinastia messiânica: não só por razão de genealogia, mas, e sobretudo, pelo dinamismo da obediência da sua fé, que o impulsiona a aceitar uma missão obscura e sem brilho especial, mas muito importante nos planos de Deus sobre a salvação humana.
Sem ceder à tentação do abandono, o justo José entrou na radiante obscuridade do mistério de Deus. A sua estatura humana agiganta-se a partir da fé que o animou. José é um dos modelos bíblicos de fé.
A vida de cada um de nós é vocação, projeto e prova de Deus. E deve ser também resposta incondicional a ele, mesmo na obscuridade da fé, confiando em Deus.
Que aprendamos de Maria e José, entre tantas outras virtudes, o respeito ao plano de Deus e a disponibilidade a ela.
Na lavoura de pêssegos, quando o pé está pequeno, o agricultor corta os galhos que sobram. Quando nascem os pêssegos, ele arranca os mais fracos. Quando as frutas crescem, ele coloca um saquinho em cada pêssego, para que os insetos não coloquem neles bichinhos que vão estragar a fruta.
Se o agricultor cuida bem de um pêssego, e o protege, quanto mais Deus cuida de nós, seus filhos prediletos. E cuidou muito mais de Maria, cuja vocação era ser a Mãe do seu Filho. Cuidou dela e a protegeu dos insetos malignos. Santa Mãe de Deus, rogai por nós.







Pe Queiroz 

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