Primeira Leitura(Mq 5,1-4a)
Leitura do Livro do Profeta Miquéias.
Assim diz o Senhor: 1”Tu, Belém de Éfrata,
pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que
dominará em Israel; sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da
eternidade. 2Deus
deixará seu povo ao abandono, até ao tempo em que uma mãe der à luz; e o
resto de seus irmãos se voltará para os filhos de Israel. 3Ele
não recuará, apascentará com a força do Senhor e com a majestade do
nome do Senhor seu Deus; os homens viverão em paz, pois ele agora
estenderá o poder até aos confins da terra, 4e ele mesmo será a paz”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Ou (escolhe-se uma das leituras)
Primeira Leitura(Rm 8,28-30)
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 28sabemos
que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que
são chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus. 29Pois
aqueles que Deus contemplou com seu amor desde sempre, a esses ele
predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho, para que este seja o
primogênito numa multidão de irmãos. 30E
aqueles que Deus predestinou, também os chamou. E aos que chamou,
também os tornou justos; e aos que tornou justos, também os glorificou.
Responsório (Sl 70,6;12,6)
— Exulto de alegria no Senhor.
— Exulto de alegria no Senhor.
— Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo: para vós o meu louvor eternamente!
— Uma vez que confiei no vosso amor, meu coração, por vosso auxílio, rejubile, e que eu vos cante pelo bem que me fizestes!
Evangelho(Mt 1,18-23)
Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão: 2Abraão gerou Isaac;Isaac gerou Jacob; Jacob gerou Judá e seus irmãos; 3Judá gerou, de Tamar, Peres e Zera; Peres gerou Hesron; Hesron gerou Rame; 4Rame gerou Aminadab; Aminadab gerou Nachon; Nachon gerou Salmon; 5Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz gerou, de Rute, Obed; Obed gerou Jessé; 6Jessé gerou o rei David. David, da mulher de Urias, gerou Salomão; 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafat; Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Uzias;9Uzias gerou Jotam; Jotam gerou Acaz;
Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias; 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, na época da deportação para Babilónia. 12Depois da deportação para Babilónia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13Zorobabel gerou Abiud. Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azur; 14Azur gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleázar; Eleázar gerou Matan; Matan gerou Jacob. 16Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo.18Ora,
o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava
desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido
pelo poder do Espírito Santo.19José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente. 20Andando
ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e
lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa,
pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.» 22Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: 23Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão-de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco.
Reflexão
Hoje celebramos com alegria a Natividade de Nossa Senhora. A festa
acontece exatamente nove meses após a Imaculada Conceição. Aquela que foi
concebida sem pecado, hoje nasce, para a alegria de todos nós.
A Igreja atribui a Maria a aclamação do povo a Judite, depois que venceu
Holofernes, o general inimigo: “Tu és a glória de Jerusalém; tu és a alegria de
Israel, tu és a honra do nosso povo” (Jt (Judite), 15,10).
Jerusalém simboliza a Igreja. Ela é a nova Jerusalém que desce do céu:
“Eu vi descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, a nova Jerusalém, como
uma esposa ornada para o esposo” (Ap 21,2; Cf Ap 3,12). Maria é a glória da
Igreja, pois é o seu membro mais santo e mais querido de Deus.
Israel é Israel mesmo. Maria é a alegria de Israel, porque nela se
realiza a vocação de Israel, que era trazer-nos o Messias.
“Nosso povo” é a humanidade. Maria é a honra da humanidade, pois é,
depois de Jesus, a pessoa humana mais bela, mais perfeita e mais santa. Nela a
vocação humana se realiza perfeitamente em todos os sentidos.
Com o nascimento de Maria, Deus começou a cumprir aquela promessa que
fizera para a serpente enganadora: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre
a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o
calcanhar” (Gn 3,15). Era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei
descesse do Céu para habitá-la.
A natividade de Maria foi apenas o início, a inauguração. É preciso que
hoje nasça em nós também uma renovada esperança e um desejo de Vida Nova, isto
é, da graça que Cristo nos trouxe. Essa vida divina em nós precisa ser renovada
sempre, senão fica velha.
O Rei Davi queria construir uma casa para Deus, mas Deus lhe disse: “Não
és tu quem me edificará uma casa” (2Sm 7,5). Esta casa de Deus, além do Templo
de Jerusalém, construído por Salomão, o filho de Davi, é Maria, a casa bendita
em que seu Filho veio habitar entre nós.
Salve, Mãe de Deus e nossa, Raiz de Jessé! Salve ventre bendito, Mãe das
mães, Rainha das rainhas! Flor única, a mais bela do mundo, que germinou o
nosso Salvador!
Se Deus prepara, com tanta sabedoria e carinho, cada ser da natureza,
quanto mais a sua própria Mãe!
Na festa natalícia de Maria, nós louvamos e agradecemos a Deus a sua
obra redentora. “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que eram sujeitos à
Lei, e todos recebermos a dignidade de filhos” (Gl 4,4-5).
No Evangelho de hoje, próprio da festa, nós vemos o anjo dizer a José:
“José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque
ela concebeu pela ação do Espírito Santo.” Esta é a revelação principal, e o
dado de fé, que está no Evangelho de hoje.
Tudo indica que Maria tinha posto José a par do que se passara com ela,
na Anunciação. A dúvida dele não se referia a Maria, mas a si próprio; não quer
interferir nos planos de Deus, os quais ele não entendia direito. Qual era o
seu papel como futuro marido de uma mulher a quem Deus tinha tocado com o seu
Espírito?
A palavra do anjo veio dar-lhe segurança, luz sobre a sua missão, e
confiança em Deus. Seria o pai “legal” do filho de Maria, vindo do Espírito
Santo para salvar o povo dos seus pecados. A dúvida foi vencida pela obediência
da fé.
É assim que S. José se liga com a dinastia messiânica: não só por razão
de genealogia, mas, e sobretudo, pelo dinamismo da obediência da sua fé, que o
impulsiona a aceitar uma missão obscura e sem brilho especial, mas muito
importante nos planos de Deus sobre a salvação humana.
Sem ceder à tentação do abandono, o justo José entrou na radiante
obscuridade do mistério de Deus. A sua estatura humana agiganta-se a partir da
fé que o animou. José é um dos modelos bíblicos de fé.
A vida de cada um de nós é vocação, projeto e prova de Deus. E deve ser
também resposta incondicional a ele, mesmo na obscuridade da fé, confiando em
Deus.
Que aprendamos de Maria e José, entre tantas outras virtudes, o respeito
ao plano de Deus e a disponibilidade a ela.
Na lavoura de pêssegos, quando o pé está pequeno, o agricultor corta os
galhos que sobram. Quando nascem os pêssegos, ele arranca os mais fracos.
Quando as frutas crescem, ele coloca um saquinho em cada pêssego, para que os
insetos não coloquem neles bichinhos que vão estragar a fruta.
Se o agricultor cuida bem de um pêssego, e o protege, quanto mais Deus
cuida de nós, seus filhos prediletos. E cuidou muito mais de Maria, cuja
vocação era ser a Mãe do seu Filho. Cuidou dela e a protegeu dos insetos
malignos. Santa Mãe de Deus, rogai por nós.
Pe Queiroz
Nenhum comentário:
Postar um comentário