A
conceição virginal de Jesus Cristo no ventre de Maria é um sinal
inequívoco de que verdadeiramente o Filho de Deus veio ao mundo numa
humanidade como a nossa. Continuemos o estudo de Maria no Catecismo da
Igreja Católica e aprendamos mais.
2.5 A Virgindade de Maria
496.
Desde as primeiras formulações da fé (152), a Igreja confessou que Jesus
foi concebido unicamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem
Maria, afirmando igualmente o aspecto corporal deste acontecimento:
Jesus foi concebido « absque semine, [...] ex Spiritu Sancto – do
Espírito Santo, sem sêmen [de homem]» (153). Os Santos Padres veem, na
conceição virginal, o sinal de que foi verdadeiramente o Filho de Deus
que veio ao mundo numa humanidade como a nossa:
Diz, por exemplo, Santo Inácio de Antioquia (princípio do século II):
«Vós estais firmemente convencidos, a respeito de nosso Senhor, que Ele
é verdadeiramente da raça de David segundo a carne (154). Filho de Deus
segundo a vontade e o poder de Deus (155); verdadeiramente nascido duma
virgem [...], foi verdadeiramente crucificado por nós, na sua carne,
sob Pôncio Pilatos [...] e verdadeiramente sofreu, como também
verdadeiramente ressuscitou» (156).
497. As narrativas evangélicas (157) entendem a
conceição virginal como uma obra divina que ultrapassa toda a
compreensão e possibilidade humanas (158): «O que foi gerado nela vem do
Espírito Santo», diz o anjo a José, a respeito de Maria, sua esposa (Mt
1, 20). A Igreja vê nisto o cumprimento da promessa divina feita
através do profeta Isaías: «Eis que a virgem conceberá e dará à luz um
filho» (Is 7, 14), segundo a tradução grega de Mt 1, 23.
498. Tem, por vezes, causado impressão o silêncio do
Evangelho de São Marcos e das epístolas do Novo Testamento sobre a
conceição virginal de Maria. Também foi questionado, se não se trataria
aqui de lendas ou construções teológicas fora do âmbito da
historicidade. A isto há que responder: a fé na conceição virginal de
Jesus encontrou viva oposição, troça ou incompreensão por parte dos
não-crentes, judeus e pagãos (159); mas não tinha origem na mitologia
pagã, nem era motivada por qualquer adaptação às ideias do tempo. O
sentido deste acontecimento só é acessível à fé que o vê no «nexo que
liga os mistérios entre si» (160), no conjunto dos mistérios de Cristo,
da Encarnação até à Páscoa. Já Santo Inácio de Antioquia fala deste
nexo: «O príncipe deste mundo não teve conhecimento da virgindade de
Maria e do seu parto, tal como da morte do Senhor: três mistérios
extraordinários, que se efetuaram no silêncio de Deus» (161).
2.6 Maria – Sempre Virgem
499. O aprofundamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria (162), mesmo no parto do Filho de Deus feito homem (163). Com efeito, o nascimento de Cristo «não diminuiu, antes consagrou a integridade virginal» da sua Mãe (164).
499. O aprofundamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria (162), mesmo no parto do Filho de Deus feito homem (163). Com efeito, o nascimento de Cristo «não diminuiu, antes consagrou a integridade virginal» da sua Mãe (164).
A Liturgia da Igreja celebra Maria "Aeiparthenos" como a «sempre Virgem»(165)
500. A isso objeta-se, por vezes, que a Escritura
menciona irmãos e irmãs de Jesus (166). A Igreja entendeu sempre estas
passagens como não designando outros filhos da Virgem Maria. Com efeito,
Tiago e José, «irmãos de Jesus» (Mt 13, 55), são filhos duma Maria
discípula de Cristo (167) designada significativamente como «a outra
Maria» (Mt 28, 1). Trata-se de parentes próximos de Jesus, segundo uma
expressão conhecida do Antigo Testamento (168).
501. Jesus é o filho único de Maria. Mas a
maternidade espiritual de Maria (169) estende-se a todos os homens que
Ele veio salvar: «Ela deu à luz um Filho que Deus estabeleceu como
"primogênito de muitos irmãos" (Rm 8, 29), isto é, dos fiéis para cuja
geração e educação Ela coopera com amor de mãe» (170).
2.7 A Maternidade Virginal de Maria no Plano de Deus
502. O olhar da fé pode descobrir, em ligação com o conjunto da Revelação, as razões misteriosas pelas quais Deus, no seu desígnio salvífico, quis que o seu Filho nascesse duma virgem. Tais razões dizem respeito tanto à pessoa e missão redentora de Cristo como ao acolhimento dessa missão por Maria, para bem de todos os homens:
502. O olhar da fé pode descobrir, em ligação com o conjunto da Revelação, as razões misteriosas pelas quais Deus, no seu desígnio salvífico, quis que o seu Filho nascesse duma virgem. Tais razões dizem respeito tanto à pessoa e missão redentora de Cristo como ao acolhimento dessa missão por Maria, para bem de todos os homens:
503. A virgindade de Maria manifesta a iniciativa
absoluta de Deus na Encarnação. Jesus só tem Deus por Pai (171). «A
natureza humana, que Ele assumiu, nunca O afastou do Pai [...].
Naturalmente Filho do seu Pai segundo a divindade, naturalmente Filho da
sua Mãe segundo a humanidade, mas propriamente Filho de Deus nas suas
duas naturezas» (172).
504. Jesus é concebido pelo Espírito Santo no seio
da Virgem Maria, porque Ele é o Novo Adão(173), que inaugura a criação
nova: «O primeiro homem veio da terra e do pó: o segundo homem veio do
céu» (1 Cor 15, 47). A humanidade de Cristo é, desde a sua conceição,
cheia do Espírito Santo, porque Deus «não dá o Espírito por medida» (Jo
3, 34). É da «sua plenitude», que Lhe é própria enquanto cabeça da
humanidade resgatada que «nós recebemos graça sobre graça» (Jo 1, 16).
505. Jesus, o novo Adão, inaugura, pela sua
conceição virginal, o novo nascimento dos filhos de adoção, no Espírito
Santo, pela fé, «Como será isso?» (Lc 1, 34) (175). A participação na
vida divina não procede «do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus» (Jo 1, 13). A recepção desta vida é
virginal, porque inteiramente dada ao homem pelo Espírito. O sentido
esponsal da vocação humana, em relação a Deus (176), foi perfeitamente
realizado na maternidade virginal de Maria.
506. Maria é virgem, porque a virgindade é nela o
sinal da sua fé, «sem a mais leve sombra de dúvida» (177) e da sua
entrega sem reservas à vontade de Deus (178). É graças à sua fé que ela
vem a ser a Mãe do Salvador: «Beatior est Maria percipiendo fïdem
Christi quam concipiendo carnem Christi – Maria é mais feliz por receber
a fé de Cristo do que por conceber a carne de Cristo» (179).
507. Maria é, ao mesmo tempo, virgem e mãe, porque é
a figura e a mais perfeita realização da Igreja (180): «Por sua vez, a
Igreja, que contempla a sua santidade misteriosa e imita a sua caridade,
cumprindo fielmente a vontade do Pai, torna-se também, ela própria,
mãe, pela fiel recepção da Palavra de Deus: efetivamente, pela pregação e
pelo Batismo, gera, para uma vida nova e imortal, os filhos concebidos
por ação do Espírito Santo e nascidos de Deus. E também ela é virgem,
pois guarda fidelidade total e pura ao seu esposo» (181).
Continua com "Maria no mistério do Espírito Santo"...
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