quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Liturgia Diária - " Se queres tens o poder de curar-me"

 Resultado de imagem para Marcos 1,40-45
1a Leitura - 1 Samuel 4,1-11
Leitura do primeiro livro de Samuel.
4 1 A palavra de Samuel foi dirigida a todo o Israel. Israel saiu ao encontro dos filisteus para combatê-los. Acamparam junto de Eben-Ezer, enquanto os filisteus acampavam em Afec.
2 Os inimigos puseram-se em linha de batalha diante de Israel e começou o combate. Israel voltou as costas aos filisteus, e foram mortos naquele combate cerca de quatro mil homens. 3 O povo voltou ao acampamento e os anciãos de Israel disseram: “Por que nos deixou o Senhor sermos batidos hoje pelos filisteus? Vamos a Silo e tomemos a arca da aliança do Senhor, para que ela esteja no meio de nós e nos livre da mão de nossos inimigos”. 4 O povo mandou, pois, buscar em Silo a arca da aliança do Senhor dos exércitos, que se senta sobre querubins. Os dois filhos de Heli, Ofni e Finéias, acompanhavam a arca da aliança de Deus. 5 Quando a arca do Senhor entrou no acampamento, todo o Israel rompeu num grande clamor, que fez tremer a terra. 6 Os filisteus, ouvindo-o, disseram: “Que significa esse grande clamor no acampamento dos hebreus?” E souberam que a arca do Senhor tinha chegado ao acampamento. 7 Então tiveram medo e disseram: “Deus chegou ao acampamento. Ai de nós! Até agora nunca se viu coisa semelhante! 8 Ai de nós! Quem nos salvará da mão destes deuses poderosos? São eles que feriram os egípcios com toda a sorte de pragas no deserto. 9 Coragem, ó filisteus! Portai-vos varonilmente, não suceda que sejais escravizados aos hebreus como eles o são a vós. Sede homens e combatei”. 10 Começaram a luta e Israel foi derrotado, fugindo cada um para a sua tenda. Houve um espantoso massacre, tendo caído de Israel trinta mil homens de pé. 11 A arca de Deus foi tomada e os dois filhos de Heli, Ofni e Finéias, pereceram.
Palavra do Senhor.

Salmo - 43/44
Libertai-nos, Senhor, pela vossa compaixão!

Porém, agora nos deixastes e humilhastes,
já não saís com nossas tropas para a guerra!
Vós nos fizestes recuar ante o inimigo,
os adversário nos pilharam à vontade.

De nós fizestes o escárnio dos vizinhos,
zombaria e gozação dos que nos cercam;
para os pagãos somos motivo de anedotas,
zombam de nós a sacudir sua cabeça.

Levantai-vos, ó Senhor, por que dormis?
Despertai! Não nos deixeis eternamente!
Por que nos escondeis a vossa face
e esqueceis nossa opressão, nossa miséria?

Evangelho - Marcos 1,40-45
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus pregava a boa-nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
1 40 Aproximou-se de Jesus um leproso, suplicando-lhe de joelhos: "Se queres, podes limpar-me."
41 Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: "Eu quero, sê curado." 42 E imediatamente desapareceu dele a lepra e foi purificado. 43 Jesus o despediu imediatamente com esta severa admoestação: 44 "Vê que não o digas a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta, pela tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés para lhe servir de testemunho." 45 Este homem, porém, logo que se foi, começou a propagar e divulgar o acontecido, de modo que Jesus não podia entrar publicamente numa cidade. Conservava-se fora, nos lugares despovoados; e de toda parte vinham ter com ele.
Palavra da Salvação.

 Reflexão

O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, continua narrando as ações libertadoras de Jesus, mostrando-nos o quão é grande a sua compaixão  para com os sofredores! O texto chama a nossa atenção, sobre a importância  de abrirmos o nosso coração para acolhermos aqueles que o mundo despreza, irmãos nossos, que às vezes, de tão excluídos, nem sentem que são gente, nem tem coragem de pedir ajuda...
A  narrativa   nos mostra mais um encontro de um excluído com Jesus! Desta vez, Jesus  liberta um homem portador de uma doença que não somente lhe causava feridas no corpo, como também, feridas profundas na alma: a lepra, hoje conhecida como hanseníase.  A lepra, naquele tempo, era considerada uma doença incurável, quem a contraia, era visto como impuro condenado ao isolamento, a viver fora do convívio social, religioso e familiar e quem tocava neste doente, era considerado  também  impuro.
 
Um leproso, símbolo  da categoria dos excluídos dos excluídos, não hesitou, em  infringir a lei, que proibia a aproximação de leprosos com o povo, prostra-se  diante  de Jesus e diz:  “Se queres, tens o poder de curar-me.” E Jesus, por sua vez, contrariando as leis, que proibiam qualquer contato com os leprosos,  não somente permite que aquele leproso se aproxime Dele, como também, toca nele, dizendo: “Eu quero: fica curado!”  Aquele leproso, na sua humidade, nem ousou  pedir  a cura a Jesus,  ele simplesmente depositou  a sua confiança Nele na  certeza, de que Jesus iria fazer algo a seu favor.  Para ter tal postura, aquele homem, certamente,  já havia  ouvido falar de Jesus e da sua misericórdia.  Curado, ele  sente abraçado por Deus, experimentando no corpo e na alma, a ação libertadora de Jesus! A partir de então, ele recobra para além da sua vida física, a sua vida social, familiar e religiosa. Superada a marginalização, e completamente revestido da graça de Deus, aquele homem,  vê despontar  diante de si, novos horizontes! E mesmo sendo recomendado por Jesus, para não espalhar o acontecido, ele não consegue obedece-lo, não consegue guardar só para si, tamanha alegria! Livre da lepra, ele proclama com veemência o nome de Jesus, dando testemunho da sua cura. 
Este episódio,  vem nos mostrar, que pela fé, é possível vencer todos os obstáculos que nos impedem de aproximarmos de Jesus, de sermos tocados por Ele! A fé abre caminhos, nos coloca diante de Jesus, como colocou aquele leproso.
Sintamos também, abraçados por Deus, libertos das muitas “lepras” que nos impede de abraçar o outro, de vivermos como irmãos.
 
 

  Olívia Coutinho

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