Leitura do primeiro livro de Samuel.
17 32 Davi disse-lhe: “Ninguém desanime por causa desse filisteu! Teu servo irá combatê-lo”. 33 “Combatê-lo, tu?!”, exclamou o rei. “Não é possível. Não passas de um menino e ele é um homem de guerra desde a sua mocidade”. 37 “O Senhor”, acrescentou, “que me salvou das garras do leão e do urso, salvar-me-á também das mãos desse filisteu”. “Vai”, disse Saul a Davi; “e que o Senhor esteja contigo!” 40 E, tirando a armadura, tomou seu cajado e escolheu no regato cinco pedras lisas, pondo-as no alforje de pastor que lhe servia de bolsa. Em seguida, com a sua funda na mão, avançou contra o filisteu. 41 De seu lado, o filisteu, precedido de seu escudeiro, aproximou-se de Davi, 42 mediu-o com os olhos, e, vendo que era jovem, louro e de delicado aspecto, desprezou-o. 43 Disse-lhe: “Sou eu porventura um cão, para vires a mim com um cajado?” E amaldiçoou-o em nome de seus deuses. 44 “Vem”, continuou ele, “e eu darei a tua carne às aves do céu e aos animais da terra!” 45 Davi respondeu: “Tu vens contra mim com espada, lança e escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos exércitos, do Deus das fileiras de Israel, que tu insultaste. 46 Hoje o Senhor te entregará nas minhas mãos, e eu te matarei, cortar-te-ei a cabeça, e darei os cadáveres do exército dos filisteus às aves do céu e aos animais da terra. Toda a terra saberá que há um Deus em Israel; 47 e toda essa multidão saberá que não é com a espada nem com a lança que o Senhor triunfa, pois a batalha é do Senhor, e ele vos entregou em nossas mãos!” 48 Levantou-se o filisteu e marchou contra Davi. Davi também correu para a linha inimiga ao encontro do filisteu. 49 Meteu a mão no alforje, tomou uma pedra e arremessou-a com a funda, ferindo o filisteu na fronte. A pedra penetrou-lhe na fronte, e o gigante caiu com o rosto por terra. 50 Assim venceu Davi o filisteu, ferindo-o de morte com uma funda e uma pedra. E como não tinha espada na mão, 51 correu ao filisteu, subiu-lhe em cima, arrancou-lhe a espada da bainha e acabou de matá-lo, cortando-lhe a cabeça. Vendo morto o seu campeão, os filisteus fugiram.
Palavra do Senhor.
Salmo - 143/144
Bendito seja o Senhor, meu rochedo!
Bendito seja o Senhor, meu rochedo,
que adestrou minhas mãos para a luta
e os meus dedos treinou para a guerra!
ele é meu amor, meu refúgio,
libertador, fortaleza e abrigo;
é meu escudo: é nele que espero,
ele submete as nações a meus pés.
Um canto novo, meu Deus, vou cantar-vos,
nas dez cordas da harpa louvar-vos,
a vós, que dais a vitória aos reis
e salvais vosso servo Davi.
Evangelho - Marcos 3,1-6
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus pregava a boa-nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 3 1 entrou Jesus na sinagoga e achava-se ali um homem que tinha a mão seca. 2 Ora, estavam-no observando se o curaria no dia de sábado, para o acusarem. 3 Ele diz ao homem da mão seca: "Vem para o meio." 4 Então lhes pergunta: "É permitido fazer o bem ou o mal no sábado? Salvar uma vida ou matar?" Mas eles se calavam. 5 Então, relanceando um olhar indignado sobre eles, e contristado com a dureza de seus corações, diz ao homem: "Estende tua mão!" Ele estendeu-a e a mão foi curada. 6 Saindo os fariseus dali, deliberaram logo com os herodianos como o haviam de perder.
Palavra da Salvação.
Reflexão
No
evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, Jesus, em mais
uma de suas ações libertadora, nos mostra, que a lei que deve nos
reger, é a lei do amor, a lei maior que consiste em defender a vida!
O
texto começa dizendo que Jesus entrou de novo na sinagoga em dia de
sábado, o dia do Senhor, que segundo a lei judaica, ninguém podia
fazer nada... Dentro da sinagoga estava um homem com a mão seca e alguns
adversários de Jesus, que estavam ali, não, para ouvi-Lo, mas para
observar Jesus, se Ele iria curar aquele homem em dia de sábado, o que
para esses fariseus, seria uma infração grave, motivo mais do que
suficiente para acusá-Lo. E Jesus ignorando a lei judaica, chama
aquele homem para o meio e pergunta lhes: “É premido no sábado fazer o
bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixa-la morrer? Mas eles nada
disseram. Jesus então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza,
porque eram duros de coração; e disse ao homem:” “Estende a mão.” Ele a
estendeu e a mão ficou curada.”
A
cura deste homem com a mão atrofiada (mão seca) num dia de sábado,
serviu de pretexto para que os adversários de Jesus, que procuravam sem
sessar um motivo para acusa-Lo, se unissem aos partidários de
Herodes para tramar a morte sua morte. Fariseus
e o partido de Herodes eram grupos rivais, eram as lideranças dos
povoados da Galileia. Ao se sentirem ameaçados de perderem estas
lideranças para Jesus, eles abriram mão de suas diferenças, se unindo
no mesmo objetivo: eliminar Jesus, tirá-lo do caminho deles.
Descumprindo
uma lei judaica, que proibia qualquer atividade em dia de sábado,
Jesus contraria aquela sociedade legalista que colocava as leis acima da
vida, ao contrário da sua proposta libertadora que colocava a vida
acima de tudo. Neste Episódio, Jesus mostra, que o sábado, só poderia
ser considerado o “dia do Senhor” se as pessoas, neste dia, se
comprometessem com a defesa da vida...
Com
essa sua ação libertadora, Jesus continua insistindo em mudar as
estruturas de morte, ou seja, as estruturas opressoras, regidas por leis
inoperantes que só gerava excluídos.
Ao
chamar o homem da mão seca, para o meio, Jesus coloca diante do
povo, um problema que até então, estava oculto, evidenciando o seu
projeto de vida, que tem como prioridade a recuperação da dignidade dos
marginalizados, tirando-os das margens e o colocando no meio, ou seja,
inserindo-o no convival social...
Temos
que ter o cuidado de não deixarmos nos contaminar pela mentalidade
farisaica, de não nos deixarmos envolver com uma religião que endureça o
nosso coração, a ponto de sermos como os fariseus, apenas cumpridores
de leis de rituais...
Uma religião que não favorece a vida, não liga a Deus...
Olívia Coutinho
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