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A Igreja primitiva resumiu a maternidade de Maria em uma única palavra grega
No ano de 431, houve um feroz debate na
Igreja Católica sobre um título específico da Bem-Aventurada Virgem
Maria. O debate exigiu um raro Conselho Ecumênico na cidade de Éfeso
para resolver o problema.
Dois argumentos diferentes foram apresentados, um pelo bispo Nestório de Constantinopla e o outro por São Cirilo de Alexandria.
Nestório acreditava firmemente que Maria deveria ser chamada Christotokos,
“portadora de Cristo”. Nestório usava uma linguagem que indicava que
havia duas pessoas separadas reunidas em Jesus Cristo. Assim, a
Bem-Aventurada Virgem Maria, dando a carne humana a Jesus, poderia ser o
‘portadora de Cristo’, mas não ‘portadora de Deus’.
Por outro lado, São Cirilo e um grande número de bispos acreditavam que Maria deveria ser chamada Theotokos, “portadora de Deus” (termo também traduzido como “Mãe de Deus”). Essa terminologia enfatiza que Jesus é uma pessoa de duas naturezas que estão unidas.
Foi determinado por uma esmagadora maioria que Theotokos era o título correto para Maria, e Nestório foi posteriormente afastado de sua posição como bispo de Constantinopla.
O título “Mãe de Deus” não significa que Maria de alguma forma
existiu diante de Deus ou criou Deus, mas que Maria deu à luz Jesus, que
é totalmente Deus e totalmente humano.
O
Catecismo coloca assim: “Com efeito, Aquele que Ela concebeu como homem
por obra do Espírito Santo, e que Se tornou verdadeiramente seu Filho
segundo a carne, não é outro senão o Filho eterno do Pai, a segunda
pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é,
verdadeiramente, Mãe de Deus («Theotokos»)” (CIC 495).
A tradição ortodoxa e bizantina do cristianismo continua a usar esse
título de Maria, preferindo-o a qualquer outro título. Um hino antigo em
sua liturgia resume poeticamente essa verdade complexa:
Aquele a quem todo o universo não podia conter estava contido em seu ventre, ó Theotokos
A decisão de intitular Maria como Theotokos
foi um ponto crucial na história da Igreja. Esclareceu a crença da
Igreja em Jesus Cristo e deu uma confirmação adicional sobre a natureza
da encarnação de Cristo. O que a Igreja acreditava sobre Jesus desde os
tempos apostólicos foi ratificado no Concílio de Éfeso.
Além disso, a concessão desse título confirmou o papel privilegiado
de Maria na história da salvação e aprofundou a compreensão do grande
mistério que ocorreu em seu ventre.
Para honrar a memória desse Concílio, o Papa Pio XI, em 1931,
estabeleceu a festa da Divina Maternidade de Maria em 11 de outubro,
que, após o Concílio Vaticano II, foi transferida para 1º de janeiro,
levando o nome de Solenidade de Maria, Mãe de Deus.
Philip Kosloski (Via Aleteia)
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