Falando
da Igreja o Concílio nos ensina que: “Esta é a ÚNICA Igreja de Cristo
que no símbolo confessamos una, santa, católica e apostólica” (LG, 8).
A unidade e unicidade da Igreja vêm da
própria unidade da Trindade Santa. O único povo de Deus no Antigo
Testamento (Israel), se prolonga no único povo de Deus no Novo
Testamento (a Igreja). Cristo tem um só Corpo e uma só Esposa, daí vem a
exigência monogâmica do matrimônio cristão, que é espelho da união de
Cristo com a sua única Esposa.
São Clemente de Alexandria (†215) expressou bem esse mistério
dizendo: “Que estupendo mistério! Há um único Pai do universo, um único
Logos do universo e também um único Espírito Santo, idêntico em todo
lugar; há também uma única virgem que se tornou mãe, e me agrada
chamá-la Igreja” (CIC nº 813).
São Paulo também expressa de muitas maneiras a unidade da Igreja. Aos
coríntios ele afirma: “Por isso, se um membro sofre, todos os membros
padecem com ele; ou se um membro é honrado, todos os membros se
regozijam com ele” (1Cor 12,26).
A diversidade de membros do Corpo místico não destrói a sua unidade. É a “unidade na diversidade”, como ensina São Paulo:
“Pois, como em um só corpo temos muitos membros e cada um dos nossos
membros tem diferente função, assim nós, embora sejamos muitos membros,
formamos um só corpo em Cristo, e cada um de nós é membro um do outro”
(Rom 12,4-5).
A “Lumen Gentium” deixa bem claro que: “A única Igreja de Cristo… é
aquela que nosso Salvador, depois da sua Ressurreição, entregou a Pedro
para apascentar e confiou a ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e
regê-la… Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma
sociedade, subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e
pelos bispos em comunhão com ele” (LG, 8).
A unidade da Igreja se revela também por vários fatores: doutrina, liturgia, governo, sucessão apostólica, etc.
A Igreja possui uma única doutrina, um único Credo, a profissão de
uma única fé recebida dos Apóstolos. Ninguém pode se dizer católico se
não crê nessas verdades da fé.
A
celebração litúrgica, sobretudo dos sacramentos, é outro ponto forte de
unidade da Igreja. Em qualquer parte do planeta vivemos o mesmo
Calendário Litúrgico, a mesma Missa, as mesmas festas litúrgicas, com
pequenas variações.
Outro fator de unidade é a sagrada hierarquia implantada por Jesus. A
sucessão apostólica, através do Sacramento da Ordem, garante a ordem
fraterna na Igreja e é a salvaguarda da unidade. O principal fator, a
“pedra da unidade” é o Papa, ao qual são submissos todos os bispos,
sacerdotes e leigos.
Os grandes filhos da Igreja sempre se guiaram por este lema: “Cum
Petro et sub Petro”. Essa providência do Senhor nunca faltou à Igreja.
Já tivemos 266 Papas, e a Igreja sempre teve a sua Cabeça Visível. É o
Vigário de Cristo na terra; ou, como disse Santa Catarina de Sena, o
“doce Cristo na terra”. Já tivemos até cerca de 40 anti-papas, papas
ilegítimos, fruto das fraquezas humanas, mas não ficamos sem o Papa
verdadeiro, em que pese todos os pecados dos homens.
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