terça-feira, 15 de setembro de 2015

LTURGIA DIÁRIA - JUNTO À CRUZ ESTÁ MARIA!

 

Leitura (Hebreus 5,7-9)

Leitura da carta aos Hebreus. 5 7 Nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade. 8 Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve. 9 E uma vez chegado ao seu termo, tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem,
Palavra do Senhor.
 

Salmo responsorial 30/31

Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!

Senhor, eu ponho em vós minha esperança;
que eu não fique envergonhado eternamente!
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me,
apressai-vos, ó Senhor, em socorrer-me!

Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza;
por vossa honra, orientai-me e conduzi-me!

Retirai-me desta rede traiçoeira,
porque sois o meu refúgio protetor!
Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,
porque vós me salvareis, ó Deus fiel!

A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio
e afirmo que só vós sois o meu Deus!
Eu entrego em vossas mãos o meu destino;
libertai-me do inimigo e do opressor!

Como é grande, ó Senhor, vossa bondade,
que reservastes para aqueles que vos temem!
Para aqueles que em vós se refugiam,
mostrando, assim, o vosso amor perante os homens.


Evangelho (João 19,25-27)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Feliz a virgem Maria, que, sem passar pela morte, do martírio ganha a palma, ao pé da cruz do Senhor!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 19 25 junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
26 Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”.
27 Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.
Palavra da Salvação.
 
 Reflexão
 
O Evangelho de João é o único a registrar a presença da mãe de Jesus e de discípulos junto à cruz. Colocada no momento mais importante do Evangelho, esta cena deve ter mais do que simples importância filial, isto é, o cuidado de Jesus por sua mãe na hora de sua morte. A única pergunta é: o que esse incidente simboliza? Há numerosas sugestões. Como esse parágrafo está colocado no contexto de Jesus entregando o espírito e do sangue e água saindo de seu lado ferido com a lança. Nestes versículos encontramos a imagem simbólica joanina do nascimento da comunidade cristã. É a hora da glorificação de Jesus – sua elevação – e, quando ele morre, entrega o espírito. Abaixo dele estão uma mulher e um discípulo, ambos inominados, como que para enfatizar seu caráter simbólico. A mulher pode significar a mãe igreja e o discípulo amado todos os discípulos chamados a seguir a obediência extremosa do Senhor. Quando à mulher mãe-igreja e à figura do discípulo amado são acrescentados o espírito que Jesus entrega, agora que foi glorificado, e o sangue e a água, sinais da Eucaristia e do batismo, a comunidade cristã é revelada. Essa sugestão, embora não incontestável, não é exagerada, em especial ao lidarmos com um evangelista tão apegado ao duplo nível teológico como João. Há até mesmo uma referência sutil à mulher de Gn 3, 15 e à inimizade entre seus descendentes e os da serpente-Satanás. João demonstra interesse pelo Livro do Gênesis. Começando seu Evangelho com a mesma frase inicial e uma referência à criação, ele apresenta um conflito entre Satanás e Jesus (12, 31-33; 14, 30) e fala dos filhos de Satanás (Judas e os adversários de 8, 44). Se a “mulher” de 19, 26 origina-se de Gn 3, 15, então João reorganizou todos os elementos da história do Gênesis para um evento de recriação: a serpente, a descendência da serpente, a mulher, a descendência da mulher e talvez até o lugar do jardim para “no lugar onde Jesus fora crucificado, havia um jardim” (19, 41). Na verdade, o relato da crucificação não só termina em um jardim (19, 41), mas também começa em um (18, 1) e, entre os quatro evangelistas, é só João que assim o localiza.
Talvez o quarto Evangelho apresente Maria perto da cruz em um duplo papel: a) como símbolo feminino da mãe-igreja, cuidando deles e sendo cuidada pelos discípulos de Jesus que se tornam seus filhos e, consequentemente, irmãos e irmãs de Jesus. A relação com Jesus não é apenas individual; inclui uma comunidade, uma família de irmãos e irmãs; b) como mulher da vitória, enfatizando a contribuição feminina para a salvação. A imagem bíblica negativa de Eva foi substituída pela da Ave cheia de graça. Se por Eva mãe terra todos os homens morrem, por Ave mãe da graça e misericórdia e amor incondicional de Deus todos os homens nascem para a vida eterna
Maria foi, é e será sempre o exemplo de aceitação da vontade do Pai, quando, aos pés da Cruz assumiu o papel de Mãe da humanidade. Foi o próprio Jesus quem, suspenso na Cruz como numa Cátedra, nos entregou a Sua Mãe para ser também a Mãe de todos os homens. E isto, por vontade do Pai! De pé, aos pés da Cruz, na hora do maior sofrimento Maria acolheu toda a humanidade como filha. A mesma humanidade que condenara o Seu Filho à Morte de Cruz lhe era agora entregue por Ele representada pelo apóstolo João: “Mulher, este é o teu filho!” “Esta é a tua mãe!” Maria tornou-se então, nossa Mãe e Mãe da Igreja quando passou pelo momento mais angustiante da sua vida. Para dar amparo a humanidade Jesus esperou pela hora da Cruz e nos deu o entendimento de que Maria estaria presente na nossa vida na hora da festa e na hora da dor como intercessora e modelo de fé e aceitação da vontade do Pai. Como mulher e como Mãe, Maria saberia compreender as nossas fraquezas, as nossas dificuldade e, assim, mesmo sem compreender nada tornar-se exemplo de fortaleza, de obediência e de acolhimento à vontade de Deus. Acolher Maria é trazê-la conosco dentro do nosso coração como Mãe presente na nossa vida e na vida da nossa família.
O que significa para você o “ficar de pé”, junto à Cruz? – Você já levou Maria para a sua vida junto aos seus pertences? Ela faz parte de você, da sua casa, da sua família? – Reze agora uma Ave-Maria e reflita sobre o significado das palavras dessa oração tão simples!
Senhor Jesus, que a água e o sangue, jorrados de teu coração transpassado, revigorem o amor e a fidelidade que estão no meu coração.

 
 
 
 
 
 
 
Pe Bantu

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