Eis o caminho para a perfeição espiritual!
(Parte III)
Ainda
que venham vagalhões que nos deem a entender que a bondade não existe,
nós devemos confiar, com os olhos fechados, que virá o momento em que
isto vai
se manifestar
se manifestar
É preciso crer em tudo quanto a Igreja ensina. Portanto, em todo o sobrenatural, em toda a bondade de Nossa Senhora.
É
preciso de outro lado, além de crer nessa bondade, quando vêm vagalhões
que nos parecem dar a entender que essa bondade não existe, nós
confiarmos, com os olhos fechados, que virá o momento em que isto vai se
manifestar para nosso caso concreto nesta vida;
Vai se manifestar uma grande expressão da bondade d’Ela, e então nós veremos isto chegar.
Esta
é a posição de Nossa Senhora diante das circunstâncias difíceis da
vida, esta é a posição que Ela nos pede que tomemos, mas olhando para
Ela, pensando:
“Ela é nossa Mãe e nossa Rainha. Por onde Ela passou nós devemos passar, e se Ela nos deu o exemplo, nós devemos seguir.”
Mas,
com uma diferença, com que colossal e imensa diferença, com que
fabulosa diferença: é que Nossa Senhora não tem comparação com ninguém,
nenhum ente criado tem qualquer forma de comparação possível com Nossa
Senhora.
Nós
podemos tomar o mais rutilante dos Anjos, o santo mais assombroso como
virtude, ele não tem nenhuma comparação possível com Nossa Senhora.
Um
grão de areia e o mais belo dos brilhantes são muito mais próximos um
do outro do que o é o mais alto Querubim, ou o mais alto Serafim, ou o
mais alto santo e Nossa Senhora.
Ela
sabe disso e Ela conhece a nossa fraqueza. E, por causa disto, Ela é
Mãe de Misericórdia também num outro sentido: Ela não nos pede apenas
sacrifícios de estrangular, aflições de escaldar, mas Ela mesma é nossa
consoladora.
Se nós tivéssemos que passar pelas dores que Nossa Senhora passou, nós nos desintegraríamos
Quer
dizer, Ela socorre os que sofrem, lhes diminui as penas, lhes atenua as
aflições, intervém a propósito de mil circunstâncias para mostrar que
Ela é Mãe; para sorrir e para nos fazer entender que não nos será
exigido o que foi exigido d’Ela.
Porque se um de nós tivesse que suportar a dor que Ela teve num só dos episódios da Paixão de Nosso Senhor, se desintegraria.
Por exemplo, se nós tivéssemos a ventura de amar Nosso Senhor Jesus Cristo como Ela O amou,
e nós passássemos pela cerimônia, pelo ato – uma verdadeira cerimônia –
do encontro em que Ela O encontrou daquele modo desfigurado, na Via
Sacra, nós literalmente nos desintegraríamos.
Ela
sabe disso e muito do que Ela sofreu ali foi para que não tivéssemos
que sofrer tanto. E é por isto que a Rainha dos Mártires é ao mesmo
tempo a Consoladora dos aflitos.
Há quase uma contradição entre isso, porque a Rainha dos Mártires deve
ensinar os mártires a sofrer, e a Rainha dos aflitos ajuda os homens a
não sofrer, afasta o sofrimento dos homens. Ela é a Consoladora dos
aflitos.
Ela
muitas vezes nos dá forças para suportar uma aflição, outras vezes Ela
afasta de nós essa aflição. Quantas e quantas e quantas vezes!
Então,
aos pés de Nossa Senhora nós saberemos apresentar as aflições que não
suportamos e dizer a Ela: “Minha Mãe, vede a minha fraqueza. Se Vós não
me dais forças excepcionais, eu não aguento, apressai-Vos em me socorrer”.
Ou até dizer outra coisa:
“Minha
Mãe, eu não tenho nem coragem de Vos pedir forças excepcionais, mas eu
Vos peço um sorriso para minha fraqueza, um perdão para minha fraqueza,
uma condescendência para com minha fraqueza.
Mais
adiante talvez eu aguente alguma coisa de parecido com isto. Se eu
não aguentar, perdoai-me e levai-me para o Céu assim mesmo, porque Vós
sois Mãe de toda misericórdia”. Esta é a posição que a fé nos ensina que
devemos tomar.
Aí está a referência a Nossa Senhora como modelo de fé, considerada em função das aflições de nossa vida particular.
A humildade é o compreender que se deve atribuir a Deus tudo quanto se tem
Nós
poderíamos falar da humildade de Nossa Senhora. Bem entendido, não é
uma humildade sentimental e adocicada de pessoa que nega tudo quanto
Deus pôs nela e toda sua própria grandeza.
Vê-se isso no Magnificat, quando Ela diz que “bem aventurada A chamarão todas as gerações”.
Onde está a humildade d’Ela? É em compreender que Ela deve atribuir a Deus tudo quanto Ela tem; isto sim é humildade. Também, não querer ser mais do que Ela é.
Alguém
dirá: “Mas Dr. Plinio, se Ela era tudo, como não querer ser mais do que
é?”. Há abismos de miséria no homem. Não havia n’Ela porque era
concebida sem pecado original.
Muitas vezes, quem é mais tem inveja de quem é menos, porque ele quereria ser o que ele é e ter mais do que o outro tem.
Então,
o sujeito é, digamos, um grande violinista, mas vê um outro que assobia
bem – uma coisa tão inferior – e fica com inveja: “Aquele bandido
assobia bem, eu queria saber assobiar também”! Nossa Senhora não tinha
inveja dos que eram menos, Ela estava bem na sua posição. Estar na sua
posição é a verdadeira humildade.
E por fim, São Luís Grignion de Montfort fala da pureza de Nossa Senhora.
Sobre
a pureza de Nossa Senhora não há o que dizer. Ela é a Santa Virgem das
virgens. Ela é a Virgem Mãe, Virgem antes, durante e depois do parto,
Ela é o próprio modelo da pureza, Ela é a fonte da pureza.
Fazer tudo com Maria é ser contra-revolucionário na perfeição
Se
formos cheios de fé, cheios de humildade – quer dizer, de senso
hierárquico, de sacralidade que atribui tudo a Deus – e cheios de
pureza, nós seremos os contra-revolucionários por excelência, porque
esse é o contra-revolucionário.
Então, fazer tudo com Maria é ser contra-revolucionário na perfeição.
Se
A tomamos como Modelo, fica-nos muito mais fácil. Ela nos ajuda.
Rapidamente seremos como Ela, desde que creiamos inteiramente na
eficácia da devoção a Ela.
Quer dizer, desde que compreendamos que é preciso fazer como diz São Luís Grignion de Montfort: fazer tudo muito unidos a Ela.
Se fizermos tudo muito unidos a Ela, tudo obteremos. Se nos custa a
obter é porque não estamos bem unidos a Ela. Isso é o que devemos
considerar.
Resultado:
pedir a Nossa Senhora com todo empenho que Ela nos dê esta vigilância,
sobretudo nos dê a compreensão das altíssimas virtudes d’Ela, para
fazermos tudo querendo ser perfeitos contra-revolucionários como Ela,
que foi o modelo supremo, a fonte, o canal, se quiserem, da
Contra-Revolução. Nós nos transformaremos rapidamente.
Blog do Padre Emílio
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