quarta-feira, 6 de agosto de 2014

DE ONDE VEM O DESÂNIMO?

Se você abafar uma vela com um copo, o que acontecerá? Imagine. A chama se apagará em poucos segundos, porque faltará oxigênio. Você não pode se cobrir de justificativas lúcidas, porém negativistas. Com você acontece o mesmo que com a vela: você tem o combustível, a cera de qualidade, o melhor, mas, infelizmente, o desânimo se instalou e o abafou. Muitas pessoas estão com a chama apagada. Com a alma morta. Entregaram-se ao conformismo. Instalaram-se no desânimo. Como resultado: ficaram tristes, abatidas, deprimidas.
E o que é alguém desanimado? A palavra já diz bem: “des-animado”. É como se a
pessoa estivesse sem alma. A chama se apagou. A palavra desanimar vem da negação de “animare”, que significa “dar alma”, vida, movimento, coragem,
entusiasmo, vivacidade.

Com certeza, você jamais venderia sua alma, nem ficaria sem ela. Ninguém quer ficar desanimado.
Corpo, alma e espírito formam um conjunto muito interligado. A doença da alma contagia o espírito e, conseqüentemente, faz surgirem doenças no corpo: dores de cabeça, na coluna, no pescoço, nas pernas, insônia, pressão alta, problemas de coração, bronquite asmática… E vêm os remédios… Tudo por causa de uma doença da alma chamada desânimo; e todos pensam ser algo pessoal: “Mas, como não vou desanimar diante de fatos tão concretos que tenho vivido?”
Pelo contrário, diante dos problemas você precisa ter muito mais ânimo ainda.
Hoje, você fica sabendo que o desânimo é uma arma terrível de autodestruição. Mesmo que você já o saiba e que isso pareça absolutamente óbvio, hoje lhe é revelado.
Assim como as fotos que você “bateu” no aniversário de alguém. Você sabe o que está ali, mas hoje elas são reveladas.
Mas de onde vem o desânimo?
Parece tão óbvio. Todos dizem que problemas é que trazem o desânimo. Já experimentaram demais isso.
Problemas trazem desânimo. Essa é a afirmação mais comum.Mas será isso mesmo? De onde vem o desânimo que os problemas trazem? Para que você compreenda, vou lhe contar uma história:
O diabo resolveu vender os instrumentos que usava para perder as pessoas. E fez uma enorme exposição com todos os instrumentos que costumava usar. Eram grandes ferramentas como: ódio, violência, bebedeira, corrupção, prostituição, tráfico de drogas, de armas, ofensas a pureza das pessoas… Enfim, lá estavam todos os seus instrumentos à venda.
Porém, havia um instrumento separado de todos os outros e, apesar de velho e gasto, o seu valor era equivalente ao preço de todos os outros objetos juntos. Havia uma enorme curiosidade a respeito daquele objeto. Por que era tão caro? E o diabo lhes respondia: “Compre e você verá o que é”.
Devido ao custo ninguém o comprou e o diabo voltou a usá-lo, reconquistando tudo o que tinha vendido e muito mais. O instrumento surrado e dispendioso que ninguém comprou chamava-se Desânimo.
E o diabo explicou: “Só venderia por um alto preço porque me foi sempre muito útil. Se uso a droga, a violência ou a prostituição, logo a pessoa me reconhece e sabe que o instrumento é meu. Mas o Desânimo não. As pessoas pensam ser algo de sua própria personalidade ou do seu temperamento. Acham que têm o direito de ficar desanimadas por causa dos problemas”.
E acrescentou: “Quando lhes dou a arma do desânimo, desanimadas, desfalecidas, faço qualquer coisa com elas. Elas acham que já possuem uma boa justificativa para sofrer e não reagem, pois, afinal de contas… Deus quis assim”.
Talvez você tenha sido vítima dessa ferramenta infernal e até pensava que diante dos fatos tinha o direito de ficar assim. E, desanimado, dizia, mesmo redundante: “Como não ficar desanimado diante desta situação?”
Se você não falou, certamente pensou. Graças a Deus, o diabo acabou entregando o jogo. Diante dessa historinha tão simples, mas tão reveladora é preciso tomar uma decisão: Desânimo, nunca mais!
Quantas pessoas caíram no desânimo, diante de problemas no casamento, problemas com os filhos, desemprego, falta de dinheiro e até por causa das enfermidades?
Quanta gente se destruiu por causa do DESÂNIMO. Ele pega fácil como resfriado. Por isso é preciso reagir imediatamente. O desânimo pode pegar você, mas você não pode deixar que ele se instale.
Do contrário acontece como o resfriado. Se a gente se descuida, ele se instala e se transforma numa gripe, numa pneumonia… É um desatre. Com o desânimo, o desastre é ainda maior.
Assim que você sentir os primeiros sintomas de desânimo, combata-o imediatamente com tenacidade. Não o deixe se instalar. É um perigo muito grande.
Repito: o desânimo destruiu a muitos. Desarme esta bomba na sua vida enquanto é tempo. Levante esta bandeira: Desânimo, nunca mais! Aconteça o que acontecer…
Sejam quais forem os problemas… Mesmo que eu não veja nenhuma possibilidade de
solução… O desânimo não me pega mais! Especialmente se você, olhando para sua vida, percebe os efeitos destruidores do desânimo, declare guerra: Desânimo, nunca mais!
“É necessário conseguir desarmar-se. Eu travei essa guerra. Por anos e anos.
Foi terrível. Mas agora estou desarmado. Não tenho mais medo de nada, porque “o amor afasta o temor”.
Estou desarmado da vontade de embotá-la, de justificar-me à custa dos outros.
Não estou mais alerta, meticulosamente agarrado às minhas riquezas. Acolho e partilho.
Não me atenho em particular às minhas idéias, aos meus projetos. Se me são propostos outros melhores, acolho-os de bom grado. Mesmo que não sejam melhores, mas bons.
Vocês sabem, renunciei ao comparativo… Aquilo que é bom, verdadeiro, real,
onde quer que esteja, é melhor para mim.
Portanto não tenho mais medo. Quando não se tem mais nada, não se tem mais medo.
“Quem nos separará do amor de Cristo?” (…) Mas se nos desarmarmos, se nos despojarmos, se nos abrirmos ao Deus-homem que faz novas todas as coisas,
então será ele a cancelar o passado ruim e a restituir-nos um tempo novo, no qual tudo é possível.” (Atenágoras apud Clément, 1995, pp. 209-211)
É um caminho novo que lhe é proposto… E para dar o primeiro passo do resto de sua vida: DESÂNIMO, NUNCA MAIS!

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