Foto obra Shalom Feira de Santana
“No meu leito, ao longo da noite, procuro o amor da minha alma” (Ct 3,1)
Quem seria essa alma, que é incapaz de dormir, porque está sempre à procura do seu amado? Que se inquieta e o busca mais o vigia pela aurora? Que na madrugada, quando nem o sol ainda havia despontado, corre ao tumulo para procurá-lo? Essa é a alma ferida!
São esses os amigos do Senhor: os feridos. Na Sagrada Escritura, encontramos Maria Madalena, essa alma ferida, ferida pelo pecado, ferida pelo perdão, ferida pela misericórdia e a agora ferida de ardente gratidão “porque muito foi perdoada” (Cf. …).
Maria Madalena é a primeira testemunha do Senhor Ressuscitado. Enquanto os outros dormiam ela não se conteve de amor e foi a procura do Senhor. Não o tendo encontrado, perseverou, insistiu, permaneceu… Não era qualquer feridinha, como aquelas que se curam com um band-aid, não! A ferida era grande.
Em meio às lagrimas, como um bálsamo, ouve-se uma voz já antes ouvida: “Myrian”. Imediatamente passa um filme dos momentos vividos com aquela voz, o dia que a ferida foi aberta: “ninguém te condenou? Nem eu te condeno. Vai…”.
“A voz do amado é reconhecida pela alma que o busca e tem intimidade com ele na oração” (Escrito Amor Esponsal)
Maria Madalena é o modelo para nós e o testemunho de que para ser amigo do Senhor não precisamos ser fortes, nem perfeitos ao contrário precisamos somente ser feridos de amor.
O relacionamento com Deus precisa ser pautado sempre na verdade. Na nossa verdade reconhecemos que somos pecadores e damos a oportunidade do Senhor nos ferir com seu amor. Como com Maria Madalena, que no encontro com o Senhor transformou sua ferida de pecado em uma ferida incurável de amor.
Que o Senhor nos faça almas feridas que nada têm a dar senão o desejo sincero de amar e a gratidão, pois essa é a única linguagem que essas almas sabem falar.
Franco Galdino
Seminarista e missionário na Comunidade Católica Shalom
Seminarista e missionário na Comunidade Católica Shalom
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