A minha experiência da missa diária.
Jesus partiu, mas retorna à nossa vida todos os dias: "Não vos deixarei
órfãos: retornarei a vós". Como são humanas essas palavras em que Ele
diz aos seus amigos que não os abandonará, que voltará, que viverá
dentro deles, que não os deixará órfãos! Ele sabe como eles se sentem!
Ele voltará, escondido por trás dos acontecimentos da vida, nas pessoas
que amamos. Podemos voltar a tocá-lo nas pessoas feridas, a apoiá-lo na
cruz dos outros, a falar com Ele no altar do nosso coração, a caminhar
com Ele no jardim da nossa alma, a recebê-lo todos os dias como a pessoa
mais amada! Esta promessa é para cada um de nós.
Em seu último dia na terra, Jesus suplicou ao Pai por nós; preocupou-se conosco. Foi assim que Ele viveu, foi assim que Ele morreu: olhando para nós e por nós.
Às vezes, Ele passa por nós nas encruzilhadas do caminho, na hora de
tomarmos decisões importantes, quando cai a noite ou nos sentimos
distantes de todos e de Deus. Nesses momentos, quando nos sentimos tão
sozinhos e abandonados, Ele vem e nos promete a sua presença.
Ele grita para a nossa alma: "Eu te espero, eu voltarei para ti, eu te
guardarei comigo, no meu coração. Aparecerei na tua vida todos os dias;
todos os dias te esperarei no tabernáculo, no coração das pessoas nobres
que estão junto de ti. Nunca me separarei de ti. Não temas, meu filho. A
tua fragilidade, quando te entregas a mim, me comove e me leva a te dar
tudo. Não guardo nada para mim".
Em cada missa, fico
imaginando onde é que eu estaria naquela mesa, naquela noite, na última
ceia. Em cada missa, repete-se aquele momento. Jesus nos fala, parte o
seu corpo, nos abençoa, nos lava os pés. Ele olha para nós com amor
infinito.
Suas palavras nos assombram: "Este é o meu corpo,
este é o meu sangue". Quando eu as pronuncio, me sinto minúsculo,
transbordante do seu amor. Naquele momento, permaneço em silêncio,
estupefato, e contemplo o milagre, o mistério. Tremo diante da sua
promessa.
É o amor que se doa ao extremo, que
se oferece. O amor que lava os pés, que reparte o alimento e a vida. É
para mim que Jesus olha nessa última ceia.
Hoje ele me olha na Eucaristia,
Ele sabe onde eu estou. Seu olhar acalma sempre o coração. Em cada
Eucaristia, eu volto a reviver a promessa. Eu mesmo sou Cristo. Eu mesmo
sou discípulo. Abraço o pão que se faz carne. Toco no cálice que contém
o seu sangue.
Sou tocado por esse momento do Espírito. Volta a
acontecer: Ele volta a dar a vida por amor. Volta a nos confiar os seus
segredos, as suas confidências, o seu amor.
Ali, apoiado
sobre o seu peito, olhando comovido para Ele, eu volto a ouvir as suas
palavras e o meu coração treme de emoção. Sua presença é real e é real
também a sua promessa. Ele não nos abandonou. Ele está conosco,
caminhando, conversando, ouvindo, seguindo os nossos passos.
sources: Aleteia
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