sábado, 21 de junho de 2014

O MELHOR LIVRO DE EDUCAÇÃO SEXUAL DO MUNDO.

Se vamos falar de sexo, vamos falar mesmo!

No ano que vem, o meu livro preferido de educação sexual completa 30 anos: “The Christian Meaning of Human Sexuality” [O sentido cristão da sexualidade humana], do pe. Paul Quay, SJ.

O padre Quay nasceu em Arkansas, nos Estados Unidos, em 1924. Entrou na Companhia de Jesus em 1º de setembro de 1946 e foi ordenado sacerdote em 11 de junho de 1961. Fez um ano de pesquisa de pós-doutorado em Física na Case Institute of Technology e deu aula de Física e Teologia na Universidade de St. Louis durante 14 anos. Em 1981 retornou a Chicago, onde morreu, em 10 de outubro de 1994, aos 70 anos, na Universidade de Loyola.
Os estudos do pe. Quay nas áreas da Teologia e da Física ajudam a explicar por que o seu livro sobre sexualidade é tão poderoso. Apesar de ter pouco mais que uma centena de páginas, ele contém tudo o que um cristão, ou qualquer pessoa racional, precisa saber sobre a sexualidade humana.
Isto não quer dizer que não há surpresas no livro. Quando eu o descobri, anos atrás, fiquei surpreso com duas coisas: com o destemor do pe. Quay em afirmar o óbvio sobre o corpo humano e seu simbolismo, e com a sua sabedoria quanto à conexão entre o sexo e o divino. O capítulo "Relação sexual: o mundo natural do amor" deveria ser leitura obrigatória em todos os colégios, católicos ou não.
Os libertinos e laicistas estão sempre criticando quem fica envergonhado com a sexualidade humana. O corpo humano é belo e o sexo é natural, dizem eles: não devemos ter medo deles.
E não devemos mesmo, concorda o pe. Quay. Mas, se vamos falar de sexo, vamos falar de verdade! O corpo humano tem algum simbolismo? Cada movimento e cada gesto nosso indica que sim. O livro do pe. Quay é lírico, mas é também contundente: os nossos órgãos genitais têm um significado simbólico e espiritual.
Os órgãos genitais do homem estão fora do seu corpo: são "externos e voltados para o exterior", diz o texto. Esta realidade corresponde ao desejo do homem de agir sobre o que é externo a ele próprio: "toda a sua vida manifesta a sua necessidade interna de tomar a iniciativa". No entanto, essa natureza do homem, voltada ao externo, implica que ele pode gerar filhos com várias mulheres, até mesmo centenas. Em termos estritamente biológicos, portanto, a sociedade não precisa do homem individual da mesma forma como precisa de cada mulher individualmente. Sendo assim, um ponto-chave do casamento é não apenas dar estabilidade aos filhos, mas ensinar o altruísmo aos homens: essa natureza masculina, que tende ao externo, eles têm de aprender a canalizar para o cuidado e carinho de apenas uma pessoa, a esposa, e, quando vierem, aos filhos.

Ao contrário do homem, a genitália feminina é interior. A mente da mulher pode ser tão brilhante quanto a do homem, mas as suas respostas sexuais são diferentes. Ela é mais lenta para a excitação, mais sensível ao toque do que à visão. Ainda de modo diferente do homem, ela tem, literalmente, um espaço vazio em seu interior, no qual uma criança pode crescer: "ao ter na criança o desejado preenchimento desse vazio central que, de outra sorte, deve permanecer como parte dela, a mulher é levada a encontrar na família este ‘centro faltante’ e a achar a sua realização na educação dos filhos, que serão dignos do seu amor". As mulheres também são as primeiras e mais importantes transmissoras dos valores culturais: "a preservação e transmissão da cultura parece ser universalmente simbolizada pela criança nos braços da mãe, pela criança em seu colo. Ela é chamada por natureza a nutri-los espiritual e fisicamente. Assim como o seu corpo precisa de mais e melhores alimentos quando amamenta, assim também os filhos levam a sua mente a atrair todos os aspectos mais estáveis ​​e contemplativos da cultura, de modo a digeri-los e transmiti-los adequadamente aos filhos". 

Eu tive a falta de sorte de estudar numa escola católica na década de 1980 e aprender tudo sobre o “sistema de encanamento” envolvido no sexo, mas não o verdadeiro simbolismo do corpo nem o sentido divino da união conjugal. Nenhum mapa, gráfico, panfleto feminista ou livro de biologia poderia captar a realidade do jeito que o pe. Quay a captou.
Na relação sexual, a mulher demonstra uma capacidade de resposta, um desdobramento, uma centralização da sua atenção no homem. Ela busca, como uma atitude psicológica permanente, chamar o que há de melhor nele, não apenas do seu corpo, mas de todos os níveis do seu ser. Da mesma forma, quando o homem a penetra, ele concentra toda a sua atividade, toda a sua substância, toda a sua responsabilidade, toda a sua masculinidade nela. O aspecto mais óbvio da união sexual é o prazer que ela dá. Mas mesmo esse prazer físico, embora tão intensamente sentido na carne, simboliza algo que vai além dele mesmo.
Ele simboliza a nossa desejada união com Deus. Até os pornógrafos clamam a Deus durante o ato sexual. Mas a pornografia é idolatria: ela trata o sexo como algo que pode arrancar uma pessoa da solidão própria de um coração que fica inquieto sem Deus. Ironicamente, são os católicos que entendem isto, que entendem o verdadeiro simbolismo do ato sexual, que são realistas, enquanto os pornógrafos e os entusiastas de educação sexual vendem um mundo de fantasia. O pe. Quay, mostrando mais uma vez a sua genialidade, sabia disso trinta anos atrás.
Nenhum homem pode dar tudo de si mesmo para a esposa. Mesmo que pudesse, não deveria: ele pertence a Deus. Da mesma forma, nenhuma mulher pode dar tudo de si mesma ao marido, nem é dona dele. Eles se amam, são vinculados um ao outro, mas só Deus os possui realmente e pode reivindicar o amor total de cada um deles. A união total com alguém que não é Deus é impossível. E, se fosse, seria idolatria, dando à criatura o estado do divino. Por outro lado, só Deus pode tomar posse plena de qualquer pessoa sem a destruir ou degradar.
O livro do pe. Quay é desesperadamente necessário em nossa cultura atual. A editora bem que poderia produzir uma edição de aniversário...

 

 

 

 

 

Mark Judge

 

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