O nosso interior pode desfazer-se com remorsos
extenuantes. Manter-se em Deus, em espera contemplativa, abre caminho a
consentimentos indispensáveis: ao consentimento das nossas fragilidades e
dos nossos próprios limites. E aquilo que parecia insípido recobra um
novo paladar. E no coração desperta a paz. Queremos e desejamos ser
discípulos do Senhor. Desejamos ardentemente criar uma intimidade com o
Senhor e desejamos nos colocar a seu dispor para ação, a missão.
Sentimos que somos convidados a sentar e ouvir o Mestre. Não podemos
nos perder numa espécie de ativismo inconsequente. Não alimenta nosso
projeto de vida espiritual e cristã uma vida de oração mecânica,
externa sem repercussão nos cantos de nosso interior, do nó mais íntimo
de cada um de nós. É desse poço mais profundo que deve brotar uma
resposta existencial Àquele que nos convoca. Não podemos ser pessoas
derramadas nas coisas. Não é possível deixar de morar em nossa
intimidade. Não podemos ser estranhos a nós mesmos. Por isso, neste
momento do mundo e de tantas transformações estamos sendo convidados ao
silêncio, à reflexão, à interiorização. Isso ainda não é contemplação.
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