Leitura da Profecia de Ezequiel.
Naqueles dias, 1o anjo fez-me voltar até a entrada
do Templo e eis que saía água da sua parte subterrânea na direção leste,
porque o Templo estava voltado para o oriente; a água corria do lado
direito do Templo, ao sul do altar.
2Ele fez-me sair pela porta que dá para o norte, e
fez-me dar uma volta por fora, até a porta que dá para o leste, onde eu
vi a água jorrando do lado direito. 3Quando o homem
saiu na direção leste, tendo uma corda de medir na mão, mediu quinhentos
metros e fez-me atravessar a água: ela chegava-me aos tornozelos.
4Mediu outros quinhentos metros e fez-me atravessar a água: ela chegava-me aos joelhos. 5Mediu
mais quinhentos metros e fez-me atravessar a água: ela chegava-me à
cintura. Mediu mais quinhentos metros, e era um rio que eu não podia
atravessar. Porque as águas haviam crescido tanto, que se tornaram um
rio impossível de atravessar, a não ser a nado.
6Ele me disse: “Viste, filho do homem?” Depois fez-me caminhar de volta pela margem do rio. 7Voltando, eu vi junto à margem muitas árvores, de um e de outro lado do rio. 8Então
ele me disse: “Estas águas correm para a região oriental, descem para o
vale do Jordão, desembocam nas águas salgadas do mar, e elas se
tornarão saudáveis.
9Onde o rio chegar, todos os animais que ali se
movem poderão viver. Haverá peixes em quantidade, pois ali desembocam as
águas que trazem saúde; e haverá vida onde chegar o rio. 12Nas
margens junto ao rio, de ambos os lados, crescerá toda espécie de
árvores frutíferas; suas folhas não murcharão e seus frutos jamais se
acabarão: cada mês darão novos frutos, pois as águas que banham as
árvores saem do santuário. Seus frutos servirão de alimento e suas
folhas serão remédio”.
Responsório (Sl 45)
— Conosco está o Senhor do Universo! O nosso refúgio é o Deus de Jacó.
— Conosco está o Senhor do Universo! O nosso refúgio é o Deus de Jacó.
— O Senhor para nós é refúgio e vigor, sempre pronto, mostrou-se um
socorro na angústia; assim não tememos, se a terra estremece, se os
montes desabam, caindo nos mares.
— Os braços de um rio vêm trazer alegria à Cidade de Deus, à morada
do Altíssimo. Quem a pode abalar? Deus está no seu meio! Já bem antes da
aurora, ele vem ajudá-la.
— Conosco está o Senhor do universo! O nosso refúgio é o Deus de
Jacó! Vinde ver, contemplai os prodígios de Deus e a obra estupenda que
fez no universo.
Evangelho (Jo 5,1-16
1Houve uma festa dos judeus, e Jesus foi a Jerusalém. 2Existe em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, uma piscina com cinco pórticos, chamada Betesda em hebraico. 3Muitos doentes ficavam ali deitados — cegos, coxos e paralíticos.
4De fato, um anjo descia, de vez em quando, e
movimentava a água da piscina, e o primeiro doente que aí entrasse,
depois do borbulhar da água, ficava curado de qualquer doença que
tivesse. 5Aí se encontrava um homem, que estava doente havia trinta e oito anos.
6Jesus viu o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo, disse-lhe: “Queres ficar curado?” 7O
doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina,
quando a água é agitada. Quando estou chegando, outro entra na minha
frente”. 8Jesus disse: “Levanta-te, pega tua cama e anda”. 9No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou sua cama e começou a andar.
Ora, esse dia era um sábado. 10Por isso, os judeus disseram ao homem que tinha sido curado: “É sábado! Não te é permitido carregar tua cama”. 11Ele respondeu-lhes: “Aquele que me curou disse: ‘Pega tua cama e anda’”. 12Então lhe perguntaram: “Quem é que te disse: ‘Pega tua cama e anda’?” 13O homem que tinha sido curado não sabia quem fora, pois Jesus se tinha afastado da multidão que se encontrava naquele lugar.
14Mais tarde, Jesus encontrou o homem no Templo e
lhe disse: “Eis que estás curado. Não voltes a pecar, para que não te
aconteça coisa pior”. 15Então o homem saiu e contou aos judeus que tinha sido Jesus quem o havia curado. 16Por isso, os judeus começaram a perseguir Jesus, porque fazia tais coisas em dia de sábado.
Reflexão
Reflexão
Estamos cada vez mais próximos da grande festa do amor: A Páscoa do Senhor Jesus!
A riqueza das leituras deste tempo de graça, nos levou ao desejo de conversão.
Manter o firme propósito de buscar a cada dia a nossa conversão é dar sentido a ressurreição de Jesus.
Para
chegarmos renovados a grande festa da vida, é imprescindível que
abandonemos tudo que é velho, tudo que nos distancia dos verdadeiros
valores.
Aproveitemos
bem estes últimos dias deste tempo Quaresmal, para retirarmos todos os
resíduos que ainda nos impede de mergulharmos por inteiros, no mistério
do infinito amor do Pai, que enviou o seu Filho para nos libertar de
todas as escravidões.
No
evangelho de hoje, Jesus, ao curar um paralítico, nos ensina uma
forma simples de nos aproximar do Pai, que é aproximarmos do irmão
que sofre!
A narrativa nos mostra mais uma vez, a preferência de Jesus pelos excluídos!
Curando um paralítico, Jesus deixa transparecer a imensidão do seu amor e da sua compaixão para com os sofredores!
O fato se deu, em Jerusalém, numa festa dos judeus. Desta vez,
Jesus não subiu ao templo, ficando no meio dos coxos, dos
paralíticos, dos cegos, um povo sem vez e sem voz que buscava através
de uma crença, a libertação de seus males.
Excluídos
por uma sociedade que os ignorava, aquele povo sofrido,
ficava amontoado ao redor de uma piscina, a espera de que um anjo
viesse movimentar a água da piscina. Eles acreditavam que depois do
borbulhar da água, o primeiro doente que entrasse na piscina, cuja
água, eles atribuíam um poder sobrenatural, ficaria curado.
Jesus,
ao contrário dos fariseus, que estavam preocupados somente em guardar o
sábado, permaneceu no meio daqueles doentes. O seu olhar paira
sobre um paralítico, um excluído dos excluídos, que estava ali há 38
anos, (o que significa uma vida inteira) a espera do milagre. Jesus
pergunta-o: “Queres ficar curado?” o doente respondeu: “Senhor, não
tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água é agitada. Quando
estou chegando, outro entra na minha frente.” Jesus disse: “Levanta-te,
pega sua cama e anda”. No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou
sua a cama e começou a andar.
Podemos
pensar: se Jesus já sabia que o paralítico estava ali há tantos anos a
espera do milagre, porque Ele pergunta: “queres ficar curado?” Ao fazer
esta pergunta ao paralítico, Jesus, dá a entender que a sua intenção,
não era somente fazê-lo andar fisicamente, mas também despertá-lo para a
“vida”, é como se Ele quisesse dizer: acorde para a vida, não fique
preso a essa deficiência física a espera do movimento da água,
movimente você mesmo, faça o que você pode fazer.
Hoje, Jesus pode também nos fazer perguntas semelhantes: o que queres? O que podes fazer?
Não
podemos ficar paralisados, presos no nosso comodismo, sem saber até
mesmo o que queremos. Precisamos deixar de nos esconder atrás de
pequenas “deficiências ” para justificar o nosso comodismo.
O
paralítico que ficou 38 anos a espera de uma cura, representa todo o
povo oprimido, presos em suas deficiências, e também aqueles que não
lutam pelos seus direitos.
O
texto nos chama a atenção também, para a nossa falta de solidariedade,
ainda não aprendemos a enxergar o outro com olhar de Jesus, um olhar que
não apenas constata a sua necessidade, mas que nos leve a fazer algo a
seu favor!
As
águas que borbulhavam vez por outro na piscina, simboliza a imagem de
um falso deus, um deus que lembra de vez em quando do seu povo,
diferente do nosso Deus. O nosso “Deus” é um Deus verdadeiro, um Deus
presente, que nos ama, que nunca nos abandona! Nós, é que muitas vezes o
abandonamos, não correspondendo ao seu amor, principalmente quando
somos indiferentes ao sofrimento dos nossos irmãos!
Não podemos esquecer nunca: Não tem dia e nem hora, para ajudarmos os nossos irmãos necessitados.
Tenhamos o cuidado de não nos contaminar com a pior de todas as cegueiras: a cegueira de quem não quer enxergar.
Não esqueçamos nunca: Atrás de uma doença física, pode estar escondida uma ferida na alma!
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