A RESSURREIÇÃO NOS PÕE EM MOVIMENTO.
"ONDE ESTÁ, Ó MORTE, A TUA VITÓRIA?" 1Cor 15,55
Tudo é silêncio, escuridão, tristeza, medo, saudade.
Imagino os olhos de tristeza da Madalena, sua saudade... Quem já
sentiu sabe o que estou falando. Maria Madalena vai passear, vai ao
sepulcro para ungir o corpo do Mestre. Ela testemunha o silêncio da
manhã. O Evangelho do domingo de Páscoa nos traz a imobilidade, a
quietude.
De repente, tudo
muda... Acontece um susto: a pedra foi retirada do sepulcro! Então,
começa o movimento... Maria sai correndo para anunciar: “Tiraram a pedra
do sepulcro!” Pedro sai correndo para ver, o discípulo amado também, porém é mais rápido.
De algum modo, a Páscoa nos põe a correr.
Deve, no entanto, ser uma corrida com destino, uma correria para
alcançar as coisas do alto, uma corrida para alcançar o prêmio eterno.
Não podemos permitir que seja uma correria sem razão, sem rumo, um
correr por correr.
Pedro correu, mas de que adiantou?
Correu, satisfez a sua curiosidade, mas não acreditou, ao que parece.
A discípula amada correu por amor, ela quer encontrar o mestre, ela
quer dar carinho, ela se preocupa com sua ausência, ela ama!
O
discípulo amado, ao correr, foi tocado e acreditou. Assim devemos ser
nós: Hoje vamos sair correndo para o amor, correndo para a felicidade,
correndo abastecidos com a graça que vem da ressurreição. Na
Páscoa não há só movimento, mas vida. O cenário muda. Com Cristo renasce
a esperança, a alegria, a vida nova. Não há mais tristeza, desespero,
medo... Deus quer mudar tudo isto na sua vida, Deus quer retirar o que
oprime, o que destrói, quer te dar a vida nova.
Seguindo o
exemplo de Maria Madalena, devemos ser anunciadores. Precisamos anunciar
mais do que preceitos, mais do que regras que oprimem, mais do que
doutrinas complicadas, mais do que algo pesado, mais do que condenações.
Anunciadores da vitória de Deus. Pedro e os apóstolos
anunciaram o querigma: Jesus de Nazaré, ungido pelo Espírito, andou
fazendo o bem, curando a todos. Ele morreu e ressuscitou! Manifestou-se a
nós, para que testemunhemos isso.
Somos anunciadores pela nossa vida.
Quando morremos paras as coisas de baixo e buscamos as coisas do alto.
Então o nosso testemunho trará a conversão de outros, não pela
imposição, mas pela simplicidade e humildade de nossas atitudes, pela
alegria de viver, pelo amor que dedicamos aos outros, pelo serviço, pela
serenidade, pela preocupação com o ser humano.
Carregamos as marcas do crucificado, mas a vida do Ressuscitado.
“Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.” (Cl 3,4). Nossa esperança não é só para esta vida. Sonhamos com a nossa ressurreição, com a vida plena.
Devemos desejar o Céu, desejar habitar na presença de Deus. Foi para
isto que Ele, o Cristo, veio ao mundo: para que vivamos com ele na
glória, na vida plena.
Jesus ressuscitou! Está vivo! Aleluia!
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