terça-feira, 30 de julho de 2019

O que é a virtude da Esperança?

Honrar a DeusA esperança é a virtude teologal (dom de Deus), que nos faz desejar como nossa felicidade o Reino dos Céus e a Vida Eterna, pondo nossa confiança nas promessas de Cristo, apoiando-nos não em nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo (cf. CIC §1817).

A Carta aos hebreus diz: “Continuemos a afirmar nossa esperança, porque é fiel quem fez a promessa” (Hb 10,23). São Tito disse que por Jesus Cristo, nosso Salvador, fomos justificados e nos tornamos “herdeiros da esperança da vida eterna” (Tt 3,6-7). “Nossa esperança não pode ser incerta, pois que ela se apoia nas promessas divinas” (S. Agostinho).
A virtude da esperança responde à aspiração de felicidade colocada por Deus no nosso coração e purifica-a, para ordená-las ao Reino dos Céus. Ela nos protege contra o desânimo; anima-nos diante de nossa fraqueza; faz o nosso coração desejar a bem-aventurança eterna.
Nada estará perdido enquanto estivermos em busca. Quanto maior a esperança, tanto maior a união com Deus, porque em relação a Deus, quanto mais se espera, tanto mais se alcança.
A força da Esperança também nos defende do egoísmo e nos leva a felicidade da caridade.

A esperança cristã é como a esperança do povo de Deus, a esperança de Abraão, Isaac e Jacó, fortalecida nas promessas de Deus, e purificada pelo sacrifício. “Abraão, contra toda a esperança, acreditou na esperança de tornar-se pai de muitos povos” (Rm 4,18).
A esperança cristã se manifesta no anúncio das bem-aventuranças; elevam nossa esperança ao céu, e traçam o caminho por meio das provações da vida. Mas, pelos méritos de Jesus Cristo e de sua Paixão, Deus nos guarda na “esperança que não decepciona” (Rm 5,5). A esperança é a âncora da alma, segura e firme, “penetrando… onde Jesus entrou por nós, como precursor” (Hb 6,19-20).
A esperança é também é uma arma que nos protege no combate da salvação: “Revestidos da couraça da fé e da caridade e do capacete da esperança da salvação” (1 Ts 5,8). Ela nos traz alegria mesmo na provação: “alegrando-vos na esperança, perseverando na tribulação” (Rm 12,12).
A esperança se exprime e se alimenta na oração, especialmente no Pai-Nosso resumo de tudo o que a esperança nos faz desejar.
Em qualquer circunstância, devemos esperar, com a graça de Deus, “perseverar até o fim” e alcançar a alegria do céu como recompensa eterna de Deus pelas boas obras praticadas com a graça de Cristo.

Santa Teresa de Jesus, disse:
“Espera, ó minha alma, espera. Ignoras o dia e a hora. Vigia cuidadosamente, tudo passa com rapidez, ainda que tua impaciência torne duvidoso o que é certo, e longo um tempo bem curto. Considera que, quanto mais pelejares, mais provarás o amor que tens a teu Deus e mais te alegrarás um dia com teu Bem-Amado numa felicidade e num êxtase que não poderão jamais terminar” (Exclamações da alma a Deus, 15,3).
Como Santo Agostinho digamos: “Ainda singramos o mar, mas já lançamos em terra a âncora da esperança”. “Quanto mais no curso desta vida gozamos de Deus, ainda que em espelho e mais ardentemente desejamos terminá-la (1 Cor 13,12), com mais tolerância suportamos essa nossa peregrinação em direção a Deus”.


Prof. Felipe Aquino

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