É
difícil dizer quantas vezes Jesus ressuscitado apareceu às pessoas
antes de Sua Ascensão ao Céu. No entanto, podemos verificar que foram
muitas vezes. São Paulo disse, por volta do ano 56, que Ele “apareceu a
mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maioria ainda vive e
alguns já são mortos; depois apareceu a Tiago e em seguida aos
Apóstolos. E, por último de todos apareceu a mim, como a um abortivo” (1
Cor 15,6).
Desta narração de São Paulo já podemos vislumbrar ao menos três
aparições de Jesus ressuscitado. Com isso Paulo quer mostrar que ainda
hoje (no ano 56) muitos puderam testemunhar o que viram; isto é, a fé na
Ressurreição do Senhor repousa sobre uma fé segura.
São
Lucas, ao iniciar a narração dos Atos dos Apóstolos, diz a Teófilo que
narrou os ensinamentos e as ações de Jesus, e que Jesus deu suas
instruções aos Apóstolos até ser arrebatado ao Céu. “É a eles que se
manifestou com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e
falando das coisas do Reino de Deus” (Lc 1, 1-3).
Bem, se durante quarenta dias Jesus apareceu aos Apóstolos, e deu
suas instruções a eles, é de se imaginar que lhes tenha aparecido várias
vezes, e nem todas foram narradas pelos evangelistas. Eles narraram a
aparição às mulheres que foram ao túmulo na madrugada do domingo (Jo
20,1ss). São Lucas assim relatou: “No primeiro dia da semana, muito
cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado.
Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. Entraram, mas
não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Não sabiam elas o que pensar,
quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes
resplandecentes. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o
chão, disseram-lhes eles: Por que buscais entre os mortos aquele que
está vivo? Não está aqui, mas ressuscitou” (Lc 24, 1-6).
Jesus apareceu aos discípulos na tarde do mesmo domingo, quando
instituiu o Sacramento da Confissão (Jo 20,19-23). Nesta aparição Tomé
não estava presente; então o Senhor apareceu novamente oito dias depois,
para quebrar a incredulidade de Tomé (Jo 20,26-29).
São Lucas narra também a aparição aos dois discípulos de Emaús, São
Cléofas e o outro, que caminharam com eles e que o reconhecem na fração
do pão (Lc 24, 13-34). “Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para
uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam
falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. Enquanto iam
conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e
caminhava com eles. Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o
reconheceram… Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele
tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então se lhes abriram os
olhos e o reconheceram… mas ele desapareceu. Levantaram-se na mesma
hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com
eles estavam. Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e
apareceu a Simão. Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia
acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão” (Lc
24,13-35).
O mesmo evangelista narra que “depois Jesus os levou para Betânia e,
os abençoou. Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao
Céu” (Lc 24,50-51).
São Mateus descreve que Jesus “apareceu aos Onze na Galileia, numa
montanha que Jesus tinha indicado. “Quando o viram, adoraram-no;
entretanto, alguns hesitavam ainda. Mas Jesus, aproximando-se, lhes
disse: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e
ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que
estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,16-20).
São
Paulo, em sua segunda viagem apostólica, na sinagoga de Antioquia da
Psídia, diz que Jesus “durante muitos dias apareceu àqueles que com ele
subiram a Jerusalém, os quais até agora são testemunhas dele junto ao
povo” (At 13,31).
São Lucas narra nos Atos dos Apóstolos que Jesus apareceu a São Paulo
na segunda viagem apostólica e lhe disse: “Coragem! Deste testemunho de
mim em Jerusalém, assim importa também que o dês em Roma” (At 23,11).
Essas inúmeras aparições de Jesus são uma prova inequívoca de Sua
ressurreição. As narrativas mostram que à princípio eles não acreditavam
na ressurreição do Senhor, e só acreditaram depois de vê-Lo e tocá-Lo.
Isto mostra que jamais eles teriam a capacidade de inventar a
ressurreição do Senhor. A alegria e o destemor com que dai para frente
pregavam o Senhor vivo e ressuscitado, mostra que ela foi a grande
motivação para que o Evangelho fosse levado às nações.
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