Frei Damião se considerava um mensageiro de Deus
Entre
os sete decretos assinados pelo Papa Francisco que reconhecem as
virtudes heroicas de novos Veneráveis está também o de Frei Damião de
Bozzano, capuchinho que evangelizou o Nordeste brasileiro e dizia ser
apenas um mensageiro de Deus.
Frei Damião nasceu em Bozzano, na Itália, em 5 de novembro de 1898,
tendo recebido o nome de Pio Gianotti. Era o segundo dos cinco filhos do
casal de camponeses Felice e Maria Giannotti, de sólida formação
católica.
Ainda aos 10 anos, após ser crismado, começou a expressar os
primeiros sinais de vocação e, aos 13 anos, ingressou no Seminário
Seráfico de Camigliano, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em 17
de março de 1911.
Aos 17 anos, em julho de 1915, emitiu os primeiros votos e recebeu o
nome de Frei Damião de Bozzano. Entretanto, precisou interromper os seus
estudos de Filosofia após ser convocado, em setembro de 1918, para o
serviço militar na Primeira Guerra Mundial.
Retornou
ao Convento ao fim da Guerra e emitiu sua profissão perpétua. Em 1920,
foi estudar Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.
Frei Damião foi ordenado sacerdote em 25 de agosto de 1923, na igreja
do antigo Colégio São Lourenço de Bríndisi, em Roma. E, em 1931, foi
enviado ao Brasil, onde chegou em 17 de junho, tendo se estabelecido no
Convento Nossa Senhora da Penha, em Recife (PE). Após esta chegada,
foram 66 anos dedicados às Santas Missões.
As
Santas Missões eram vistas como “tempo forte de graça e conversão”, que
costumavam durar de segunda-feira a domingo. Durante esta semana
missionária, o frade proclamava a Palavra de Deus em uma cidade, por
isso, afirmava ser apenas um mensageiro de Deus.
As Santas Missões contavam com sermões, catequeses, encontros
específicos com homens, mulheres, jovens, crianças, visitava os doentes,
os presos. Além disso, dedicava-se ao sacramento da Reconciliação,
atendendo confissões por mais de 12 horas por dia, orientando os
corações para Cristo.
Com os anos, adquiriu uma deformação na coluna que o deixou
encurvado, provocando dificuldades na fala e na respiração. Além disso,
durante muito tempo, sofre de erisipela, devido à má circulação
sanguínea.
Em 1990, sofreu uma embolia pulmonar, por isso, a partir de então,
diminuiu o ritmo das Santas Missões, passando apenas para os finais de
semana. Mas, sua saúde se agravou em 1997, ano em que realizou sua
última Santa Missão na cidade de Capoeiras (PE), no mês de fevereiro.
Em 12 de maio de 1997, foi internado no Real Hospital Português, na
capital pernambucana, onde foi visto realizando aquele que foi chamada
“sua última missão”, rezou o terço com o povo em uma das salas do
hospital.
No dia seguinte, 13 de maio, sofreu um derrame cerebral e foi levado
para a UTI, vindo a falecer em 31 de maio de 1997, aos 98 anos. Seu
corpo foi enterrado na capela de Nossa Senhora das Graças, de quem era
devoto, no Convento São Félix, em Recife.
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