 O
 tema que me foi dado para esta pregação sugere que as tribulações da 
vida nos ajudam a crescer na confiança em Deus, nos fortalecem 
espiritualmente; quando as vivemos na fé. São Paulo diz a São Timóteo: 
“Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor
 e de sabedoria”.
O
 tema que me foi dado para esta pregação sugere que as tribulações da 
vida nos ajudam a crescer na confiança em Deus, nos fortalecem 
espiritualmente; quando as vivemos na fé. São Paulo diz a São Timóteo: 
“Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor
 e de sabedoria”.
O dom infuso do Espírito Santo, a Fortaleza, que recebemos no 
Batismo, é a força divina para vencermos as tribulações que o pecado 
gerou no mundo e que atinge a todos nós. São Paulo então, recomenda que 
não sejamos “tímidos” diante das tribulações, mas que as encaremos com 
“amor e sabedoria”, que Deus nos dá. Ele diz que “em todas essas coisas,
 somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou” (Rom 8, 
37). “Nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação 
produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, 
comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana. Porque o amor 
de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi
 dado” (Rom 5,3-5).
O Apóstolo diz que Deus nos conforta em nossas aflições para que nós 
também possamos consolar os que sofrem ao nossa lado: “Bendito seja 
Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus 
de toda a consolação, que nos conforta em todas as nossas tribulações, 
para que, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus, 
possamos consolar os que estão em qualquer angústia!” (1 Cor 1,3-4).
São
 Paulo nos lembra que trazemos em nós o tesouro da graça de Deus, a 
Santíssima Trindade habita em nossa alma sem pecado, mas trazemos este 
tesouro em vaso que se quebra facilmente: “Porém, temos este tesouro em 
vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder 
extraordinário provém de Deus e não de nós… Trazemos sempre em nosso 
corpo os traços da morte de Jesus para que também a vida de Jesus se 
manifeste em nosso corpo” (2 Cor 4,7-10).
Para vencer as tribulações é preciso contar com força de Deus, porque
 muitas vezes elas vêm do maligno, e sozinhos não podemos vence-las. São
 Pedro recomenda: “Lançai sobre Ele todas as vossas preocupações, porque
 Ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o 
demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem 
devorar. Resisti-lhe fortes na fé” (1 Pe 5,7s). “O Deus da paz em breve 
não tardará a esmagar Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso 
Senhor Jesus Cristo esteja convosco!” (Rom 16,20).
E São Pedro diz que com perseverança venceremos as tribulações na 
paciência: “Vós sabeis que os vossos irmãos, que estão espalhados pelo 
mundo, sofrem os mesmos padecimentos que vós. O Deus de toda graça, que 
vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido 
um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará” (1
 Pe 5,7-10).
Não podemos desanimar. A Carta aos hebreus nos diz: “Meu justo viverá
 da fé. Porém, se ele desfalecer, meu coração já não se agradará dele 
(Hab 2,3s). Não somos, absolutamente, de perder o ânimo para nossa 
ruína; somos de manter a fé, para nossa salvação!” (Heb 10,39).
São Paulo mostra que jamais Deus nos abandona no meio das 
tribulações: “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A 
angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?. Mas, em 
todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que 
nos amou. Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os 
anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as 
potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura 
nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, 
nosso Senhor” (Rom 8,35-39).
Jesus quer que confiemos nele plenamente. Deus tudo controla pela 
Providência divina; nada escapa de Seus olhos: “Não se vendem dois 
passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade 
de vosso Pai. Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não 
temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós” (Mt 10,30-31).
Sabemos que o sofrimento e as tribulações não são castigos de Deus, 
são fruto do pecado da humanidade. Mas Deus transformou o sofrimento em 
matéria prima de salvação com a Paixão de Cristo. “O salário do pecado é
 a morte” (Rom 6,23). Não foi Deus quem criou a morte: “Ora, foi para a 
imortalidade que Deus criou o homem, o fez a imagem da sua própria 
natureza. É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que 
pertencem ao demônio prova-la-ao” (Sab 2,23-24). Cristo a venceu por Sua
 morte e ressurreição: “A morte foi tragada pela vitória (Is 25,8). Onde
 está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão (Os 
13,14)? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a 
lei” (1 Cor 15,55-56).
Deus sabe usar de todos os nossos sofrimentos para a nossa 
santificação e salvação: “Eu repreendo e castigo aqueles que amo. 
Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te” (Ap 3,19). A Carta aos hebreus
 explica isso maravilhosamente:
“Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado. 
Estais esquecidos da palavra de animação que vos é dirigida como a 
filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes, 
quando repreendido por ele; pois o Senhor corrige a quem ama e castiga 
todo aquele que reconhece por seu filho (Pr 3,11s). Estais sendo 
provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, 
qual é o filho a quem seu pai não corrige? Mas se permanecêsseis sem a 
correção que é comum a todos, seríeis bastardos e não filhos legítimos. 
Aliás, temos na terra nossos pais que nos corrigem e, no entanto, os 
olhamos com respeito. Com quanto mais razão nos havemos de submeter ao 
Pai de nossas almas, o qual nos dará a vida? Os primeiros nos educaram 
para pouco tempo, segundo a sua própria conveniência, ao passo que este o
 faz para nosso bem, para nos comunicar sua santidade” (Heb 12,4-10).
O livro do Eclesiástico ensina que no serviço de Deus é preciso saber
 sofrer, com fé e paciência, aceitando a provação sem se perturbar, 
certo de que ela nos fortalece: “Meu filho, se entrares para o serviço 
de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma 
para a provação; humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e
 acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da 
infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com 
paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça. 
Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na humilhação, 
tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e 
os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação. Põe tua 
confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho e espera 
nele. Conserva o temor dele até na velhice” (Eclo 2,1-10).
E Deus nos quer sempre alegres, mesmo na dor, com a Sua graça:
“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de
 todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos 
inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as 
vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E
 a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos
 corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus” (Fil 4,4-7).
“Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias,
 dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus 
Cristo” (1 Ts 5,16-18).
A melhor maneira de sofrer é oferecer o sofrimento a Deus para a salvação do mundo: 
“Completo na minha carne o que falta a paixão de Cristo no seu corpo 
que é a Igreja” (Col 1,24). Quando unimos o nosso sofrimento ao de 
Cristo, ele se torna divinizado e salva o mundo. Jesus quis contar com 
nossa ajuda para salvar a humanidade. Por isso, São Paulo diz que se 
“gloriava nas tribulações” (Rom 5,3), porque elas tem um “peso enorme de
 glória para nós” (2 Cor 4,17).
Vivendo assim, ganharemos o céu: “Tenho para mim que os sofrimentos 
da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos 
deve ser manifestada” (Rom 8,18).
Então, não tenhamos medo da Cruz; renunciemos a nós mesmos, tomemos a
 nossa cruz de cada dia e sigamos Jesus (cf. Lc 9,23), sem olhar para 
traz. É perdendo a vida que se a encontra. Se o grão de trigo não cair 
na terra e não morrer não dá frutos, disse Jesus.
 
 
 
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