"Estes que trabalham a guerra, que fazem as guerras, são malditos, são criminosos", disse o Papa em sua homilia de hoje.
Antoine Mekary - Aleteia
De nada adianta um Natal cheio luzes,
festas, árvores luminosas, se o mundo continua fazendo guerras. Esta foi
a advertência que o Papa Francisco fez hoje em sua homilia em Santa
Marta.
O Papa comentou o Evangelho de Lucas em que Jesus se comove e chora
sobre Jerusalém. Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a
chorar. Depois diz: “Se também você compreendesse hoje o caminho da paz!
Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos”.
O Papa repetiu as palavras de Jesus e acrescentou: “Mas também hoje
Jesus chora. Porque nós preferimos o caminho das guerras, o caminho do
ódio, o caminho das inimizades. Estamos próximos ao Natal: teremos
luzes, festas, árvores luminosas e presépio. Tudo falso: o mundo
continua fazendo guerras. O mundo não entendeu o caminho da paz.”
Francisco recordou as celebrações recentes sobre a II Guerra Mundial,
as bombas de Hiroshima e Nagasaki, a sua visita a Redipuglia no ano
passado para o aniversário da Grande Guerra.
“Tragédias inúteis”, repete usando as palavras de Bento XVI. “Em todo
lugar existe guerra, hoje, existe ódio”, ressalta. Depois faz uma
pergunta: “O que permanece de uma guerra, desta, que estamos vivendo
agora?
“O que resta? Ruínas, milhares de crianças sem educação, tantos
mortos inocentes: tantos!, e muito dinheiro nos bolsos dos traficantes
de armas. Jesus disse uma vez: ‘Você não pode servir a dois senhores: ou
Deus ou as riquezas’. A guerra é a escolha pelas riquezas: ‘Vamos
construir armas, assim a economia vai equilibrar um pouco, e vamos
continuamos com os nossos interesses’.”
“Há uma palavra feia do Senhor: ‘Malditos’. Porque Ele disse:
“Bem-aventurados os pacificadores”!. Estes que trabalham a guerra, que
fazem as guerras, são malditos, são criminosos. Uma guerra pode ser
justificada – entre aspas – com muitas, muitas razões. Mas quando todo o
mundo, como é hoje, está em guerra, todo o mundo: é uma guerra mundial –
a pedaços: aqui, ali, lá, em todos os lugares … – não há nenhuma
justificação. E Deus chora. Jesus chora”, disse o Papa.
“E enquanto os traficantes de armas fazem o seu trabalho – prossegue
Francisco – há os pobres pacificadores que somente para ajudar uma
pessoa, outra, outra, outra, dão a vida”. Como fez “um ícone do nosso
tempo, Teresa de Calcutá”. Contra quem, observa, “com o cinismo dos
poderosos, se poderia dizer. Mas o que fez aquela mulher? Ela perdeu a
vida ajudando as pessoas a morrer?”. Não se entende, o caminho da paz … ”
“Nós fará bem também a nós pedir a graça das lágrimas, por este mundo
que não reconhece o caminho da paz. Quem vive para fazer a guerra, com o
cinismo de dizer para não fazê-la. Peçamos a conversão do coração.
Precisamente às portas deste Jubileu da Misericórdia, que o nosso
júbilo, a nossa alegria sejam a graça que o mundo reencontre a
capacidade de chorar pelos seus crimes, por aquilo que faz com as
guerras”.
(Com Rádio Vaticano)
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