Novamente estamos todos chocados com mais
um “atentado contra toda a humanidade”, que foram os ataques
terroristas bárbaros cometidos em Paris. O pior de tudo é que se quer
justificar o ódio em nome de Deus, como se Deus não fosse Amor.
Sabemos que não são os muçulmanos de
maneira geral que provocam esses atos, mas apenas uma facção criminosa,
os chamados jihadistas do Estado Islâmico. Muitos líderes muçulmanos já
se manifestaram contra esses atos.
A Arábia Saudita afirma que atentados
violam todas as religiões. Estado Islâmico chegou ao Ocidente. O imã da
mesquita Al-Azhar, instituição de grande prestígio do islã sunita, Ahmed
Al-Tayeb, condenou os ataques “odiosos” e apelou “o mundo inteiro a se
unir contra este monstro” do terrorismo. O presidente iraniano, Hassan
Rohani, adiou sua viagem prevista para a Europa e condenou os ataques,
chamando-os de “crimes contra a Humanidade”. O ministro saudita das
Relações Exteriores, Adel al-Jubeir, condenou “os ataques terroristas
odiosos”, considerando que constituem uma “violação de toda a ética,
toda moral e toda religião”.
Um grupo de imames (líderes religiosos do
islã) se dirigiu para a região da casa de shows Bataclan, em Paris, e
cantou “A Marselhesa”, o hino nacional francês, para demonstrar
solidariedade às vítimas dos ataques terroristas ocorridos na
sexta-feira.
Mas agora, é preciso que todas essas
instituições do islamismo que protestaram contra os ataques terroristas
façam uma ação enérgica e profunda contra os “irmãos” islâmicos
jihadistas, para colocarem um fim a essa insanidade. Ninguém melhor do
que os adeptos do Islã, para fazer parar essa ação terrorista.
É uma minoria poderosa que age agora
também no Ocidente, bem armada e fanática; chegam até a se encantar com a
morte numa ação terrorista. As causas desse terrorismo exacerbado são
profundas, e pesam também sobre o Ocidente, mas não cabe aqui uma
análise profunda dessas causas. O que interessa agora, é como enfrentar
esse caos. O Presidente da França declarou guerra ao EI e já começou um
ataque maciço sobre ele.
Sabemos que a força só pode ser usada
legitimamente em prol da justiça e da legítima defesa, seja pessoal ou
social. Então, a sociedade tem o direito e o dever de se defender; mas,
nem sempre a pura guerra é solução suficiente. Uma ação conjunta e
coordenada do Ocidente para frear este terrorismo será necessária, mas
não suficiente. É verdade que o campo diplomático oferece poucas
alternativas para se obter a paz junto ao EI, no entanto, a pura guerra
contra ele pode não ser eficaz, tendo em vista a virulência de seu
fanatismo.
Sabemos, por exemplo, que os países
árabes não fabricam essas armas, munições e bombas usadas pelos
terroristas. Elas são fabricadas no Ocidente, no “mundo civilizado”.
Então, é urgente impor um embargo de qualquer tipo de armamento para o
terrorismo.
E mesmo para uma “guerra justa”, a Igreja
ensina que é preciso observar alguns pontos. O Catecismo impõe algumas
condições para que a “guerra justa” não causa um mal maior ainda:
“É preciso considerar com rigor as
condições estritas de uma legítima defesa pela força militar. A
gravidade de uma tal decisão a submete a condições rigorosas de
legitimidade moral. É preciso ao mesmo tempo:
1- Que o dano infligido pelo agressor à nação ou à comunidade de nações seja durável, grave e certo.
2- Que todos os outros meios de pôr fim a tal dano se tenham revelado impraticáveis ou ineficazes.
3- Que estejam reunidas as condições sérias de êxito.
4- Que o emprego das
armas não acarrete males e desordens mais graves do que o mal a
eliminar. O poderio dos meios modernos de destruição pesa muito na
avaliação desta condição”. (CIC, §2309)
Penso que os três primeiros itens, estão
satisfeitos nesse caso do terrorismo do EI, mas é preciso analisar com
cuidado o item 4.
Mais do que tudo é preciso rezar,
implorar a Deus que nos dê a sua paz e nos livre desse perigo. A luta da
Igreja contra o jihadismo fanático vem desde o século VII. O pai de
Carlos Magno, Pepino o Breve, na batalha de Beziers, na França, em 732,
teve de conter pelas armas o avanço deles na Europa, que tinham o
intuito de anular o cristianismo. E Carlos Magno teve de continuar essa
luta. Oitocentos mártires cristãos foram decapitados em Otranto, na
Itália em 1480. Desde a queda de Constantinopla, em 1454, era apenas uma
questão de tempo até que os muçulmanos invadissem a Europa. O sultão
Maomé II havia dito ao Papa Sisto IV que “levaria seu cavalo para comer
alfafa sobre o túmulo de São Pedro”.
Há poucos dias o maior líder muçulmano da
Arábia Saudita pediu a destruição de todas as igrejas cristãs. O sheik
Abdul Aziz bin Abdullah, o grão-mufti da Arábia Saudita, declarou que é
“necessário destruir todas as igrejas da região”. O Estado Islâmico
vende, crucifica e enterra crianças vivas no Iraque, diz a ONU. Um
piloto foi queimado vivo pelo Estado Islâmico, e muitos cristãos tem
sido degolados diante das câmeras.
O EI é uma organização terrorista que
declarou, em 29 de junho de 2014, um califado em um território entre a
Síria e o Iraque. A meta do Estado Islâmico é estabelecer um califado —
Estado regido pela lei do islã, a sharia –, e governar todos os
muçulmanos. O EI controla poços e refinarias de petróleo, lucrando com o
seu contrabando. Também cobra impostos e obtém dinheiro de resgates.
O grau de coordenação dos ataques em
Paris mostra que eles formam um poder. Enquanto o grupo tiver seu
santuário, continuará atraindo recrutas e se multiplicando.
Cada vez mais fica claro que, se as
potências ocidentais não tomarem uma atitude firme contra o Estado
Islâmico o grupo não dará trégua. E agora chegaram ao Ocidente. Todo
cuidado é pouco. A fé católica repudia radicalmente a violência e o
desrespeito à religião de cada um. Deus é Amor, Paz, Bondade,
Misericórdia.
Prof. Felipe Aquino
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