(São Proclo
de Constantinopla, bispo).
A primeira coisa que nossos pais católicos nos ensinam a
fazer é o sinal da Cruz. É uma das mais belas marcas de nossa religião; é o ato
que inicia e termina nossas orações particulares ou coletivas.
É um sinal
externo que “nos volta para Deus”.
Ao traçarmos sobre nós o santo sinal da cruz, nós a burilamos em toda a plenitude do corpo:
Sobre a fronte – (os pensamentos);
No baixo ventre – (a vitalidade, a sexualidade);
Sobre o ombro esquerdo – (o inconsciente, o Feminino, o coração);
Sobre o ombro direito – (o consciente, o masculino, o agir)
Ao fazermos o sinal da cruz, asseguramos e antecipamos o que celebramos na eucaristia: que seremos “tocados” pelo amor de Cristo e que “nada”, em nós, ficará excluído deste amor.
Fazendo com devoção o santo sinal da cruz e falando as palavras com
santo respeito e dignidade, os filhos de Deus atraem sobre si a benção
celestial e conseguem todas as bênçãos do nosso Deus e afugenta assim o
diabo... e ele perde sua forças e foge de nós !Sobre a fronte – (os pensamentos);
No baixo ventre – (a vitalidade, a sexualidade);
Sobre o ombro esquerdo – (o inconsciente, o Feminino, o coração);
Sobre o ombro direito – (o consciente, o masculino, o agir)
Ao fazermos o sinal da cruz, asseguramos e antecipamos o que celebramos na eucaristia: que seremos “tocados” pelo amor de Cristo e que “nada”, em nós, ficará excluído deste amor.
Apresentando em forma de imagem a execução do sinal da Cruz na tradição ortodoxa podemos representar como a abaixo:
Sua referência é bíblica. Uma delas está no livro de
Ezequiel (9,3-4): “O Senhor disse: Percorre a cidade, atravessa Jerusalém e
marca na fronte os que se lamentaram afligidos pelas abominações que nela se
cometem.” A marca é um tau (T), última letra do alfabeto hebraico,
que tinha a forma de uma cruz. Os marcados são propriedade do Senhor, uma
porção sagrada e intocável. Em
Apocalipse 7,3 temos outra cena semelhante: “Não causeis danos à terra nem ao mar nem às
árvores, até que selemos a fronte dos servos do nosso Deus.”
Em
ambos os textos, a marca na fronte significava a salvação e sem ele o homem não
seria poupado.
Tertuliano (†220) escrevia no ano 211 d. C.: “Nós marcamos nossa
fronte com o sinal da cruz. Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e
entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as
refeições, quando nos vamos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em
todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o sinal da Cruz”
(De corona militis 3).
Fazer o sinal da cruz já era um hábito antigo quando
escreveu isso.
Há muitos textos bíblicos, que louvam e exaltam a Cruz de
Cristo:
·
Mt 10,38: “Aquele que não toma a sua cruz e me segue, não é digno de mim”
(Cf.Mc 8,34; Lc 9,23; 14,27).
·
Mt 16,24: “Disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim,
negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
·
Gl 2,19: “Pela Lei morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Fui
crucificado com Cristo.”
·
Gl 6,14: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de nosso
Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o
mundo.”
Diz ainda Santo Hipólito de Roma (†235), descrevendo as
práticas dos cristãos do século II: “Marcai com respeito as vossas cabeças com o sinal da Cruz.
Este sinal da Paixão opõe-se ao diabo e protege contra o diabo, se á feito com
fé, não por ostentação, mas em virtude da convicção de que á um escudo
protetor. É um sinal como outrora foi o Cordeiro verdadeiro; ao fazer o sinal
da Cruz na fronte e sobre os olhos, rechaçamos aquele que nos espreite para nos
condenar” (Tradição dos Apóstolos 42).
São Paulo exalta a santa cruz: “A linguagem da cruz é loucura para os que se
perdem, mas para os que se salvam, isto é para nós, é uma força divina.”
(1 Cor 1,18)
Podemos e devemos fazer o sinal da cruz sempre que vamos
rezar, conversar com Deus, pedir a sua proteção. Ao passar por uma igreja, ou
outro lugar sagrado, podemos fazer o sinal da cruz, com respeito, e bem feito,
para pedir a Deus a sua proteção.
O importante é a intenção de rezar,
“voltar-se para Deus”.
O próprio Sinal da Cruz é uma oração. Importa que seja
feito com devoção, e não como superstição.
Diante do Santíssimo Sacramento, pode-se fazer o sinal da
cruz, mas não é obrigatório; e sim a genuflexão. Também não é necessário fazer
o sinal da cruz ao receber a sagrada Comunhão, pois já o fizemos no início da
celebração.
Nota: vale a pena lembrar que no dia 14 de setembro a
Igreja celebra a festa da exaltação da santa cruz.
“… Até hoje a cruz é glorificada; com efeito, é a cruz que
ainda hoje consagra os reis, adorna os padres, protege as virgens, dá força aos
ascetas, reforça os elos dos esposos, dá ânimo às viúvas. É a cruz que fecunda
a Igreja, ilumina os povos, guarda o deserto, abre o paraíso.”
(Proclo de Constantinopla, bispo (c. 390-446)) –
Sermão para o Domingo de Ramos.
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