Muitas vezes
procuramos voltar nossos olhos apenas para o tempo presente, sem buscar os
exemplos do passado. Ontem (26) a Igreja celebrou a memória de Santo Estevão, o
primeiro mártir da história. É importante que cultivemos o salutar procedimento
de estudar e ler a vida dos santos e santas porque eles nos darão os exemplos da
fortaleza que precisaremos para enfrentar aquilo que chega até nós, até que tudo
se cumpra.
Está em Atos 6, 8 Estêvão, cheio de
graça e fortaleza, fazia grandes milagres e prodígios entre o povo.
9 Mas alguns da chamada sinagoga dos Libertos, dos cirenenses, dos
alexandrinos e dos que eram da Cilícia e da Ásia, levantaram-se para disputar
com ele. 10 Não podiam, porém, resistir à sabedoria e ao Espírito que o inspirava.
11 Então subornaram alguns indivíduos para que dissessem que o tinham
ouvido proferir palavras de blasfêmia contra Moisés e contra Deus.
12 Amotinaram assim o povo, os anciãos e os escribas e, investindo contra
ele, agarraram-no e o levaram ao Grande Conselho. 13 Apresentaram
falsas testemunhas que diziam: Esse homem não cessa de proferir palavras contra
o lugar santo e contra a lei. 14 Nós o ouvimos
dizer que Jesus de Nazaré há de destruir este lugar e há de mudar as tradições
que Moisés nos legou. 15 Fixando nele os
olhos, todos os membros do Grande Conselho viram o seu rosto semelhante ao de um
anjo.
Atos 7, 1 Perguntou-lhe
então o sumo sacerdote: É realmente assim? 2 Respondeu ele: Irmãos e pais, escutai. O
Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, quando estava na Mesopotâmia, antes
de ir morar em Harã. 3 E
disse-lhe: Sai de teu país e de tua parentela, e vai para a terra que eu
te mostrar (Gn 12,1). 4 Ele saiu da terra dos caldeus, e foi habitar em Harã. Dali, depois
que lhe faleceu o pai, Deus o fez passar para esta terra, em que vós agora
habitais. 5 Não lhe deu nela propriedade alguma, nem sequer um palmo de terra, mas
prometeu dar-lha em posse, e depois dele à sua posteridade, quando ainda não
tinha filho algum.
6 Eis como falou Deus: Tua descendência
habitará em terra estranha e será reduzida à escravidão e maltratada pelo espaço
de quatrocentos anos. 7 Mas eu julgarei a nação que os dominar - diz o Senhor -, e eles
sairão e me prestarão culto neste lugar (Gn 15,13s.; Ex 3,12). 8 E deu-lhe a
aliança da circuncisão. Assim, Abraão teve um filho, Isaac, e, passados oito
dias, o circuncidou; e Isaac, a Jacó; e Jacó, os doze patriarcas.
9 Os patriarcas, invejosos de José, venderam-no para o Egito. Mas Deus
estava com ele. 10 Livrou-o de todas
as suas tribulações e deu-lhe graça e sabedoria diante do faraó, rei do Egito,
que o fez governador do Egito e chefe de sua casa. 11 Sobreveio depois
uma fome a todo o Egito e Canaã. Grande era a tribulação, e os nossos pais não
achavam o que comer.
12 Mas quando Jacó
soube que havia trigo no Egito, enviou pela primeira vez os nossos pais para lá.
13 Na segunda, foi José reconhecido por seus irmãos, e foi descoberta ao
faraó a sua origem. 14 Enviando
mensageiros, José mandou vir seu pai Jacó com toda a sua família, que constava
de setenta e cinco pessoas. 15 Jacó desceu ao
Egito e morreu ali, como também nossos pais. 16 Seus corpos foram
trasladados para Siquém, e foram postos no sepulcro que Abraão tinha comprado, a
peso de dinheiro, dos filhos de Hemor, de Siquém. 17 Aproximava-se o
tempo em que devia realizar-se a promessa que Deus havia jurado a Abraão. O povo
cresceu e se multiplicou no Egito 18 até que se
levantou outro rei no Egito, o qual nada sabia de José. 19 Este rei, usando
de astúcia contra a nossa raça, maltratou nossos pais e obrigou-os a enjeitar
seus filhos para privá-los da vida.
20 Por este mesmo
tempo, nasceu Moisés. Era belo aos olhos de Deus e por três meses foi criado na
casa paterna. 21 Depois, quando foi
exposto, a filha do faraó o recolheu e o criou como seu próprio filho.
22 Moisés foi instruído em todas as ciências dos egípcios e tornou-se forte
em palavras e obras. 23 Quando completou
40 anos, veio-lhe à mente visitar seus irmãos, os filhos de Israel.
24 Viu que um deles era maltratado; tomou-lhe a defesa e vingou o que
padecia a injúria, matando o egípcio. 25 Ele esperava que
os seus irmãos compreendessem que Deus se servia de sua mão para livrá-los. Mas
não o entenderam. 26 No dia seguinte,
dois dentre eles brigavam, e ele procurou reconciliá-los: Amigos, disse ele,
sois irmãos, por que vos maltratais um ao outro? 27 Mas o que
maltratava seu compatriota o repeliu: Quem te constituiu chefe ou juiz sobre
nós? 28 Porventura queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio?
29 A estas palavras, Moisés fugiu. E esteve como estrangeiro na terra de
Madiã, onde teve dois filhos.
30 Passados quarenta
anos, apareceu-lhe no deserto do monte Sinai um anjo, na chama duma sarça
ardente. 31 Moisés, admirado de tal visão, aproximou-se para a examinar. E a voz do
Senhor lhe falou: 32 Eu sou o Deus de
teus pais, o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó. Moisés, atemorizado, não ousava
levantar os olhos. 33 O Senhor lhe
disse: Tira o teu calçado, porque o lugar onde estás é uma terra santa.
34 Considerei a aflição do meu povo no Egito, ouvi os seus gemidos e desci
para livrá-los. Vem, pois, agora e eu te enviarei ao Egito. 35 Este Moisés que
desprezaram, dizendo: Quem te constituiu chefe ou juiz?, a este Deus enviou como
chefe e libertador pela mão do anjo que lhe apareceu na sarça. 36 Ele os fez sair do
Egito, operando prodígios e milagres na terra do Egito, no mar Vermelho e no
deserto, por espaço de quarenta anos. 37 Foi este Moisés
que disse aos filhos de Israel: Deus vos suscitará dentre os vossos irmãos um
profeta como eu.
38 Este é o que
esteve entre o povo congregado no deserto, e com o anjo que lhe falara no monte
Sinai, e com os nossos pais; que recebeu palavras de vida para no-las
transmitir. 39 Nossos pais não
lhe quiseram obedecer, mas o repeliram. Em seus corações voltaram-se para o
Egito, 40 dizendo a Aarão: Faze-nos deuses, que vão diante de nós, porque quanto a
este Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que foi feito dele.
41 Fizeram, naqueles dias, um bezerro de ouro e ofereceram um sacrifício ao
ídolo, e se alegravam diante da obra das suas mãos.
42 Mas Deus
afastou-se e os abandonou ao culto dos astros do céu, como está escrito no livro
dos profetas: Porventura, casa de Israel, vós me oferecestes vítimas e
sacrifícios por quarenta anos no deserto? 43 Aceitastes a tenda
de Moloc e a estrela do vosso deus Renfão, figuras que vós fizestes para
adorá-las! Assim eu vos deportarei para além da Babilônia (Am 5,25ss.).
44 A Arca da Aliança esteve com os nossos pais no deserto, como Deus
ordenou a Moisés que a fizesse conforme o modelo que tinha visto.
45 Recebendo-a nossos pais, levaram-na sob a direção de Josué às terras dos
pagãos, que Deus expulsou da presença de nossos pais. E ali ficou até o tempo de
Davi.
46 Este encontrou
graça diante de Deus e pediu que pudesse achar uma morada para o Deus de Jacó.
47 Salomão foi quem lhe edificou a casa. 48 O Altíssimo,
porém, não habita em casas construídas por mãos humanas. Como diz o profeta:
49 O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me
edificareis vós?, diz o Senhor. Qual é o lugar do meu repouso? 50 Acaso não foi
minha mão que fez tudo isto (Is 66,1s.)? 51 Homens de dura
cerviz, e de corações e ouvidos incircuncisos! Vós sempre resistis ao Espírito
Santo. Como procederam os vossos pais, assim procedeis vós também!
52 A
qual dos profetas não perseguiram os vossos pais? Mataram os que prediziam a
vinda do Justo, do qual vós agora tendes sido traidores e homicidas.
53 Vós que recebestes a lei pelo ministério dos anjos e não a guardastes...
54 Ao ouvir tais palavras, esbravejaram de raiva e rangiam os dentes contra
ele. 55 Mas, cheio do Espírito Santo, Estêvão fitou o céu e viu a glória de Deus
e Jesus de pé à direita de Deus: 56 Eis que vejo,
disse ele, os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus.
57 Levantaram então um grande clamor, taparam os ouvidos e todos juntos se
atiraram furiosos contra ele. 58 Lançaram-no fora
da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram os seus mantos aos
pés de um moço chamado Saulo. 59 E apedrejavam
Estêvão, que orava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. 60 Posto de joelhos,
exclamou em alta voz: Senhor, não lhes leves em conta este pecado... A estas
palavras, expirou.
Vem a
calhar bem igualmente o Evangelho de
ontem...
Mateus 10,
15 Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma
e Gomorra que com aquela cidade. 16 Eu vos envio como
ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples
como as pombas. 17 Cuidai-vos dos
homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas
sinagogas. 18 Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis:
servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos. 19 Quando fordes
presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo
que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer.
20 Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que
falará em vós. 21 O irmão entregará
seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos levantar-se-ão contra seus pais e
os matarão. 22 Sereis odiados de
todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo.
23 Se vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo:
não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que volte o Filho do
Homem.
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