Papa critica a violência religiosa na celebração da Missa
do Galo
Rito do dia 24 de dezembro lembra o nascimento de Jesus.
Qualquer violência em nome de Deus é 'doença' da religião, disse.
Qualquer violência em nome de Deus é 'doença' da religião, disse.
A rejeição a Deus pelo mundo contemporâneo leva à
rejeição do outro, principalmente dos mais vulneráveis, advertiu nesta
segunda-feira (24) o Papa Bento XVI, durante a
Missa do Galo, antes de definir qualquer violência em nome de Deus como uma
'doença' da religião.
O Papa, que celebrou a missa com o auxílio de cerca de 30 cardeais, rezou
pela paz na Palestina, Síria, Líbano e Iraque para que os cristãos possam
'conservar sua morada' nestes lugares e para que 'cristãos e muçulmanos possam
construir juntos seus países na paz de Deus'.
Papa Bento XVI celebra a tradicional Missa do Galo
na basílica de São Pedro do Vaticano nesta segunda-feira (24) (Foto:
AP)
Violência é 'doença'
"Estamos completamente repletos de nós mesmos, de modo que já não há espaço para Deus. Também não resta espaço para os outros, para as crianças, os pobres, os estrangeiros", disse o Papa na missa celebrada na Basílica de São Pedro. "Não é precisamente a Deus que rejeitamos?" - questionou Bento XVI.
No início de uma cerimônia de mais de duas horas, acompanhada por coral em latim, música de órgão e som de trombetas, Bento XVI percorreu a imensa Basílica de São Pedro sobre uma plataforma móvel, mostrando cansaço.
"Estamos completamente repletos de nós mesmos, de modo que já não há espaço para Deus. Também não resta espaço para os outros, para as crianças, os pobres, os estrangeiros", disse o Papa na missa celebrada na Basílica de São Pedro. "Não é precisamente a Deus que rejeitamos?" - questionou Bento XVI.
No início de uma cerimônia de mais de duas horas, acompanhada por coral em latim, música de órgão e som de trombetas, Bento XVI percorreu a imensa Basílica de São Pedro sobre uma plataforma móvel, mostrando cansaço.
"Correntes de pensamento muito difundidas afirmam que (...) a religião, em
particular o monoteísmo, seria a causa da violência e das guerras no mundo; que
seria preciso libertar a humanidade da religião para se estabelecer a paz; que o
monoteísmo, a fé em um único Deus seria prepotência, motivo de intolerância, já
que por sua natureza tentaria se impor a todos com a pretensão da única
verdade'.
"É certo que o monoteísmo serviu durante a história como pretexto para a
intolerância e a violência. É verdade que uma religião pode se desviar e chegar
a se opor à natureza mais profunda quando o homem pensa que deve tomar em suas
mãos a causa de Deus, fazendo de Deus sua propriedade privada. Devemos estar
atentos contra a distorção do sagrado".
"Mas mesmo que seja incontestável um certo uso indevido da religião na
história, não é verdade que o 'não' a Deus restabeleceria a paz. Se a luz de
Deus se apaga, se extingue também a dignidade divina do homem", concluiu Bento
XVI.
Papa Bento XVI celebra a tradicional Missa do Galo
na basílica de São Pedro do Vaticano nesta segunda-feira (24) (Foto:
AP)
Pessoas observam presépio na Praça São Pedro
durante a Missa do Galo nesta segunda-feira (24) (Foto: AP)
Presépio foi disposto na Praça São Pedro durante a
Missa do Galo nesta segunda-feira (24) (Foto: AFP)
Papa Bento XVI celebra missa na basílica de São
Pedro nesta segunda-feira (24) (Foto: AP) (Foto: AP)
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