sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O QUE O NATAL REPRESENTOU DE NOVO PARA NOSSA SENHORA?


O que estava no estado de espírito de Nossa Senhora a respeito do Natal? O que o Natal representava de novo para Nossa Senhora? Afinal de contas, Ela carregava Nosso Senhor dentro de si como um tabernáculo, e tinha com Ele a maior intimidade.
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E era, evidentemente, um comércio de alma, porque é certo que Nosso Senhor já estava gozando de pensamento dentro do ventre materno. Ele gozou de pensamento desde o primeiro instante de seu ser, e por isto Ele tinha com Ela uma comunicação contínua, não só enquanto pessoa da Santíssima Trindade, mas também enquanto Homem-Deus com Nossa Senhora como sua Mãe.
.Nestas condições não devemos imaginar que o nascimento de Nosso Senhor foi para Nossa Senhora como que um ato pelo qual Ela tomou conhecimento do Filho. Esse conhecimento Ela já tinha e já o tinha muito íntimo e muito ardente.

Então, o que o Natal representou, de novo, para Nossa Senhora?

Há um pensamento que é óbvio: o Natal foi o momento em que Nossa Senhora deu Nosso Senhor ao mundo. E que Nosso Senhor abandonou o claustro materno, veio ao mundo e veio ao mundo pelos braços dEla.
Naturalmente, no momento em que Nosso Senhor nasceu, no momento em que de um modo misterioso e sem trazer qualquer prejuízo à virgindade de Nossa Senhora Ele entrou no mundo, esse momento deve ter sido um momento altíssimo. Deve ter sido um momento de contato de alma intimíssimo dEle com Ela.
E tem que ter sido um ato de amor muito intenso o momento em que Nosso Senhor nasceu, em que Ela, com certeza, estava levada a um grau de mística inexprimivelmente alto, ao mesmo tempo tomava contato com a divindade de Nosso Senhor.
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Esta cena do nascimento deve ter sido presidida e analisada pelas três pessoas da Santíssima Trindade e por todos os anjos do céu, com cânticos e com festas. Quer dizer, o Natal de Nosso Senhor deve ter sido uma das maiores festas que houve no Céu, e das maiores glórias da história da humanidade. E Nossa Senhora associada a isto com uma intimidade e com um grau de união com Deus, que é realmente inimaginável!
Naturalmente isto foi para Nossa Senhora algo de muita importância. Ela ainda não tinha visto a face sagrada de Nosso Senhor, não tinha visto o corpo de Nosso Senhor. Não tinha visto na realidade física, símbolo da realidade espiritual, os traços da face. Sobretudo em Nosso Senhor, que era perfeitíssimo e em quem não havia nenhuma forma de fraude, de engano, de insuficiência ou de coisa não acertada.

Se nos homens, de um modo geral, embora confuso, a face traz uma expressão da alma, pode-se imaginar a face Sacratíssima de Nosso Senhor, e todo o corpo de Nosso Senhor, como traziam a expressão da alma dEle!
Então Nossa Senhora adquiriu novo título de conhecimento de Nosso Senhor, que era exatamente Nosso Senhor conhecido em Sua face, em Seu olhar, em cada membro de seu corpo, já indicativo de toda a sua mentalidade, de toda a sua alma.
E aí então um título novo para união e para o amor, certamente um incentivo para as adorações inefáveis que Nossa Senhora apresentou a Nosso Senhor na noite de Natal.
Considere-se que não só cada traço do rosto é a expressão de uma mentalidade, mas que sobretudo o olhar é a expressão de uma mentalidade.
E isso, a seu modo, várias outras partes do corpo exprimem: o pescoço, os ombros, as mãos, os pés, várias partes destas são indicativas de uma mentalidade, sobretudo tudo visto num conjunto.
Podemos então imaginar Nossa Senhora contemplando esta expressão manifestativa da realidade psicológica e sobrenatural de Nosso Senhor e adorando-a profundamente.
Tudo aquilo que admiramos em Nosso Senhor adulto – a elevação, a transcendência, a bondade, todo aquele equilíbrio, distinção, afabilidade e força – tudo isto já se expressava na face e no corpo do Menino Jesus.

E é de tudo isto que o Natal é uma primeira manifestação e para tudo isto convergiu a adoração de Nossa Senhora, bem como a adoração de São José, que participava deste ato de adoração como esposo dEla e como pai do Menino Jesus.
Da parte de São José pode-se imaginar a ternura, o respeito, o entusiasmo, a adoração, a veneração vendo aquele Menino que ele sabia que era filho do Espírito Santo e de Nossa Senhora, mas legalmente filho dele e que em parte na pessoa dele se tornava filho de David e cumpria as profecias.
São José olhava para aquele Menino e certamente pensava que, afinal de contas, aquele Menino era o Deus dele e o Deus de todos os homens; e ao mesmo tempo era filho dele, era o filho da esposa dele. O que aquilo deveria representar, considerando a santidade de Nosso Senhor que resplendia de todo presépio, mas sobretudo de toda a pessoa dEle?

Há uma porção de santinhos que apresentam a noite de Natal, a cena de Natal com o berço do menino Jesus cheio de luz. A luz não estava na palha. A luz estava no Menino, sobretudo na fisionomia do Menino, na face sacratíssima do Menino.

Isto que pode constituir uma consideração interessante sobre o Natal. Quem quiser pode ir se exercitando os pensamentos durante estes dias. E pedir a Nossa Senhora e a São José que nos façam entender bem e que nos dêem alento para um Natal verdadeiramente recolhido e piedoso.
 
 
 
 
 
pemiliocarlos

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