O hospital, lugar de evangelização: missão humana e espiritual é o tema da Conferência Internacional XXVII promovida pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, no Vaticano, de 15 a 17 de novembro.
Durante a conferência de imprensa para a apresentação do evento, o
arcebispo Zygmunt Zimowski, presidente do Pontifício Conselho da
Pastoral para os Agentes de Saúde, explicou o conteúdo, lembrando que
duas das "atividades fundamentais e sempre atuais" do mandamento de
Jesus Cristo são “o anúncio da palavra e a cura dos doentes”.
Os hospitais, portanto, em consonância com o espírito do Ano da Fé e
do recente Sínodo dos Bispos, são considerados “lugares privilegiados de
evangelização", disse Dom Zimowski.
A realidade hospitalar, continuou o prelado, mostra consideráveis
diferenças de um país para outro: em países industrializados, por
exemplo, que enfrentam “cortes nos serviços de saúde por causa da crise
econômica, é necessário pelo menos salvaguardar a identidade dos
hospitais e centros de saúde católicos e sua função de subsidiariedade”.
Restam sempre em primeiro plano questões "fundamentais" como:
- O respeito absoluto pela vida desde a concepção até seu fim natural.
- A humanização do atendimento, ou seja, o pleno respeito devido à pessoa doente, à sua identidade e seu passado.
- Os cuidados paliativos.
Nos países em desenvolvimento, a grande dificuldade é "o acesso aos
cuidados básicos de saúde", além do alto risco de morte "por causa da
falta de medicamentos que custam apenas alguns dólares, como no caso do
tratamento da malária”. Faltam "instrumentos básicos para o diagnóstico e
condições para fazê-los funcionar", bem como "formação especializada
para os agentes de saúde", acrescentou Dom Zimowski.
O monsenhor Jean-Marie Mupendawatu, secretário deste Dicastério,
sublinhou que a "cultura da saúde" implica em "uma visão ética do homem e
da cultura da vida", sem a qual "não é possível obter um verdadeiro
serviço ao homem, à sua pessoa e à sua dignidade”.
A questão do respeito pela vida humana desde a concepção até a morte
natural, por exemplo, encontra "soluções aberrantes quando falta a
irrenunciável orientação ética". Além disso, em toda carência percebida
nas diversas políticas sanitárias de todo o mundo há uma clara
"implicação no aspecto ético e moral", disse o monsenhor Mupendawatu.
Os profissionais da saúde que são inspirados pela fé e pela moral
cristã devem agir de forma coerente com suas crenças, sem delegar
quaisquer problemas "ao moralista ou ao especialista em moral e ética”.
O hospital não é apenas um prédio, com seus departamentos,
laboratórios e serviços, mas encontra uma síntese exatamente na figura
do paciente, que não é um "simples meio", mas é "um rosto que revela o
rosto de Deus que se identifica sempre com os pobres, os doentes e os
últimos”.
A conferência de imprensa contou com a presença do presidente do
Hospital Pediátrico Bambino Gesù, de Roma, Giuseppe Profiti, que
destacou a "presença primordial" da Igreja entre os doentes há mais de
2000 anos.
O hospital deve transmitir cada vez mais uma "mensagem capaz de
unir", disse o prof. Profiti, acrescentando que o verdadeiro objeto da
prática médica não deve ser tanto a doença, mas o paciente.
A XXVII Conferência Internacional do Pontifício Conselho para os
Agentes da Saúde, até agora, recebeu mais de 600 inscrições de todos os
cinco continentes, são representantes de mais de 60 países.
A inauguração da jornada (15 de novembro) começa com uma missa às
7h30 na Basílica de São Pedro, presidida pelo Secretário de Estado do
Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, e será dedicada ao tema História e Missão, e no dia seguinte a primeira contribuição incidirá sobre Ética e Humanização e depois em Espiritualidade e Diaconia da Caridade.
Entre os palestrantes estão, os cardeais Jean-Baptiste Pham Minh Mân,
Wilfrid Fox Napier OFM, Willem Jacobus Eijk e Angelo Comastri, que irá
conduzir a meditação na manhã de sábado na Sala Paulo VI.
Participarão também o mons. Rino Fisichella, presidente do Pontifício
Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, mons. José Luis
Redrado, O.H., ex-secretário do Conselho Pontifício Conselho da Pastoral
para os Agentes de Saúde, Renato Balduzzi, Ministro da Saúde, Professor
Enrico Garaci, presidente do Instituto Superior de Saúde, e Fra ' Mario
Bonora, membro do Dicastério para a Saúde e presidente da ARIS e do
Hospital Negrar de Verona.
Por: ZENIT
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