Jornal Le Monde
Surpresa na Igreja da Inglaterra. Depois de 12 anos de procedimentos, de votações intermináveis, de discussões ferozes, o Sínodo rejeitou nessa terça-feira, 20 de novembro, a possibilidade de nomear bispas mulheres.
A
decisão final surpreendeu, porque a grande maioria da Igreja da
Inglaterra é favorável a essa medida. Votaram a favor quase três quartos
dos membros do Sínodo.
Mas as regras muito democráticas dessa Igreja exigiam uma maioria de
dois terços em três Câmaras: a dos bispos, a do clero e a dos leigos. As duas primeiras se pronunciaram amplamente a favor da medida.
Mas a terceira não, em que foram contados 132 votos a favor e 74
contra. Uma mudança de seis votos ou uma abstenção de nove contrários
teria permitido que a medida fosse aprovada.
“Estou decepcionado”, admitia logo após a votação Rowan Williams, arcebispo de Canterbury, chefe da Igreja, que tenta há uma década encontrar um compromisso entre os dois lados. “É uma decisão que será difícil que o restante da sociedade compreenda. É uma péssima notícia para a Igreja da Inglaterra”, acrescentou Stephen Cottrell, bispo de Chelmsford.
A rejeição é ainda mais surpreendente porque as mulheres podem se tornar sacerdotisas desde 1992. À época, a decisão havia provocado fortes tensões, e muitos anglicanos haviam realizado a secessão, unindo-se à Igreja Católica.
Quase a metade das “províncias” anglicanas do mundo (a Igreja da Inglaterra representa apenas duas) já aceitam o princípio das bispos mulheres.
“Estou decepcionado”, admitia logo após a votação Rowan Williams, arcebispo de Canterbury, chefe da Igreja, que tenta há uma década encontrar um compromisso entre os dois lados. “É uma decisão que será difícil que o restante da sociedade compreenda. É uma péssima notícia para a Igreja da Inglaterra”, acrescentou Stephen Cottrell, bispo de Chelmsford.
A rejeição é ainda mais surpreendente porque as mulheres podem se tornar sacerdotisas desde 1992. À época, a decisão havia provocado fortes tensões, e muitos anglicanos haviam realizado a secessão, unindo-se à Igreja Católica.
Quase a metade das “províncias” anglicanas do mundo (a Igreja da Inglaterra representa apenas duas) já aceitam o princípio das bispos mulheres.
Quem
se opôs a essa mudança, por razões teológicas diversas, foram duas
correntes: os anglocatólicos, ou seja, o ramo tradicionalista, e os
evangélicos anglicanos. Mas o resto da Inglaterra há
muito tempo não tenta mais convencê-los. O objetivo das discussões é
apenas o de encontrar para eles um espaço à parte, respeitando as suas
crenças.
Por exemplo, foi introduzida uma disposição que prevê que uma bispa mulher possa delegar os seus poderes a um homem nas paróquias tradicionalistas. Intermináveis debates nasceram a propósito dos detalhes concretos dessa disposição. Na verdade, os contrários a julgavam vaga demais e temiam se tornar anglicanos de “segunda classe”.
Por exemplo, foi introduzida uma disposição que prevê que uma bispa mulher possa delegar os seus poderes a um homem nas paróquias tradicionalistas. Intermináveis debates nasceram a propósito dos detalhes concretos dessa disposição. Na verdade, os contrários a julgavam vaga demais e temiam se tornar anglicanos de “segunda classe”.
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