sexta-feira, 23 de novembro de 2012

"DEFENDER-SE DE DEUS"


 
A primeira vista, parece incrível, mas é uma grande verdade que muitos homens - agora como então - procuram defender-se do amor de Deus como de um inimigo. Talvez aceitem teoricamente que só no amor puro, que vem de Deus e leva a Deus, se encontram as promessas da plena felicidade. Mas não "acreditam" nisso. Na vida real, procuram a felicidade apenas no prazer egoísta e na auto-exaltação. É uma incoerência, mas é uma realidade. Enganam-se de forma mais ou menos consciente e, por receio de se complicarem com a grandeza dos ideais de Cristo, encerram-se numa cegueira voluntária. Assim, querendo proteger-se contra os sacrifícios que o ideal cristão comporta, atiram-se a estrada do egoísmo - que parece bem mais garantida  e perdem o caminho do amor, o único capaz de orientar os seus passos para a alegria e para a paz (cf. Lc 1,79). Muito bem disse deles Cristo: O que te pode trazer a paz [...] está oculto aos teus olhos (cf. Lc 19,42).


É uma pena que esses pobres homens e mulheres fiquem eletrizados pelo seu próprio "eu", do qual Deus acaba por ser um "rival." O norte magnético, que neles polariza tudo, é constituído pelo que alguém resumia nos "três esses": sossego, satisfação, sucesso. Aí estaria o único segredo da felicidade, a chave da alegria! Nesse clima interior de egoísmo glorificado, quando se lhes cruza Cristo pelo caminho da vida, quando deles se aproxima e lhes fala de ideais divinos, de sacrifício alegre, de humildade amorosa, de serviço aos outros..., sentem um arrepio percorrrer-lhes a espinha. Apavorados com a perspectiva de perder a vida fácil, bradam: Não! E é por isso que Cristo chora: Não quiseste, não quiseste abrir-te confiadamente Aquele que te podia trazer a paz. Como consequencia desse fechamento, virão inevitavelmente os frutos dolorosos do egoísmo, que cedo ou tarde acabam por aparecer e ressecam a alma:
"Eis que a tua casa ficará vazia."
 
 
 
 
 
pemiliocarlos

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