quinta-feira, 8 de novembro de 2012

ÁTRIO DOS GENTIOS: MAIS UM ENCONTRO DA IGREJA ENTRE "CRENTES E NÃO CRENTES"EM PORTUGAL.



Eduardo Lourenço, ensaísta, João Lobo Antunes, neurocirurgião e Gianfranco Ravasi, cardeal presidente do Conselho Pontifício da Cultura, organismo do Vaticano, vão inaugurar a primeira sessão portuguesa do «Átrio dos Gentios». A iniciativa vai decorrer entre os dias 16 e 17 de novembro nas cidades de Guimarães e Braga, as capitais europeias da cultura e da juventude em 2012.

O «Átrio dos Gentios», criado pelo Conselho Pontifício da Cultura (CPC) para promover o diálogo entre crentes e não crentes, tem como tema em Portugal «O Valor da Vida». Entre os oradores convidados, estão Assunção Cristas, ministra da agricultura, Fernando Nobre, antigo candidato presidencial, Isabel Jonet, presidente da Federação Europeia dos Bancos Alimentares, os escritores Vasco Graça Moura e Valter Hugo Mãe, a poetisa Ana Luísa Amaral e Tolentino Mendonça, padre, poeta e diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
Segundo Isabel Varanda, coordenadora geral do evento no nosso país, a iniciativa «pretende ser lugar de encontro e de diálogo entre crentes, não crentes, agnósticos, gentes de diferentes formações científicas, culturais e políticas, e diferentes sensibilidades e confissões religiosas». «No fundo, o que a todos nos move, pelos caminhos da ciência, da fé, da dúvida e da resistência é a busca incessante do significado científico, teológico, ecológico, político, humano, pessoal e íntimo da vida», refere a professora de Teologia na Universidade Católica Portuguesa, em comunicado enviado à agência Ecclesia.
Depois da sua sessão inaugural em Paris, em março de 2011, o «Átrio dos Gentios» já passou por várias cidades europeias. A iniciativa é organizada pelo Instituto de História e Arte Cristãs da Arquidiocese de Braga, em articulação com o CPC.

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O catolicismo está ativo e quer dialogar com o mundo, afirmam os dois responsáveis pela organização em Portugal do Átrio dos Gentios, estrutura do Vaticano que pretende promover o encontro entre crentes e não crentes.
“A Igreja não quis ficar à margem” das atividades das capitais europeias da cultura e juventude, que em 2012 decorrem em Guimarães e Braga, e por isso encontrou “um modo seu de marcar presença” e “de dizer ao mundo que está viva”, refere o cónego José Paulo Abreu na edição de hoje do Semanário Agência ECCLESIA.
O Átrio dos Gentios que a 16 e 17 de novembro se realiza nas duas cidades minhotas é “sociabilidade, partilha, hipótese de abertura e diálogo, sala de todos e para todos, sem preconceitos, para além de raças, de credos, de idades, de filiações”, observa o vigário geral da Arquidiocese de Braga.
O encontro dedicado ao tema “O Valor da Vida” junta “pensadores dos mais variados quadrantes e proveniências: do Vaticano, das universidades, do mundo da arte, do desporto, da música, da filosofia, da literatura”, realça o sacerdote.
A coordenadora geral do Átrio dos Gentios em Portugal, Isabel Varanda, acentua na mesma edição do semanário que o evento “não é ‘uma coisa da Igreja e dos padres’”: “a representação da Igreja como instituição e da religião, em geral, é discreta e proporcional: uns crentes, outros não crentes ou agnósticos”.
“Todos são convidados a sair dos seus espaços habituais de convicção e de reflexão para se encontrarem num átrio, num lugar neutro e acessível a todos”, salienta a professora de Teologia.

A responsável justifica a ausência de especialistas da saúde, medicina ou bioética “que são referência nacional e internacional em algumas das temáticas em discussão” com o facto de a iniciativa querer “ir mais longe do que as referências comuns e do que os nomes expectáveis”.
Participar no Átrio dos Gentios é “sinal de abertura”, “manifestação de sociabilidade” e “vontade de encontro”, nota o cónego José Paulo Abreu, acrescentando que “a diversidade enriquece” e “o debate é sempre uma mais-valia”, na procura de um “rumo” para a vida pessoal e para Portugal.
“No Átrio dos Gentios há chão para toda a gente poder enraizar a sua palavra e fazer ouvir o seu direito e o seu dever à autodeterminação de um projeto de vida e de um estilo de vida à altura do ser humano”, o que “também é exercício e construção da democracia”, aponta Isabel Varanda.
O ensaísta Eduardo Lourenço, o neurocirurgião João Lobo Antunes e o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, intervêm no primeiro dia do encontro,  no Grande Auditório da Universidade do Minho, em Guimarães.






RJM

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